CAPÍTULO 29

15 0 0
                                    

                                       •Lizzie•

   O dia anterior ao meu aniversário passa rápido, como qualquer outro dia qualquer, mas quando acordo sou surpreendida com uma bandeja com um bolinho e uma vela dentro dele, sorrio e logo vejo Stacey me olhando encostada em sua cômoda.

   - Feliz aniversário garota, espero que goste do bolo foi difícil de pegar ele para você.

   - Obrigada Stacey.

   Tiro a vela do bolinho e o como, era um bolo simples de baunilha mas ainda sim estava delicioso, o dia já tinha começado bem e sentia que iria ser bom pelo resto do dia, inclusive quando Zara e Adora chegassem no meio da tarde, estava curiosa sobre o que Adora queria falar sobre assuntos reais e ainda mais curiosa para saber se as duas realmente estavam mais próximas, nunca achei que aquelas duas iriam se apaixonar mas acho que combinam mesmo tendo vidas tão diferentes. Assim que acabo de comer o bolinho agradeço novamente a Stacey e logo a vejo me dá uma pequena caixinha que parecia uma caixinha de jóias, dou espaço para Stacey sentar em minha cama e quando ela se senta abre a caixinha. Dentro dela tinha uma medalha que parecia um pouco antiga, Stacey suspira e penso que é a primeira vez que a vejo assim, com um olhar triste e calmo.

   - É a medalha que seu pai ganhou quando virou general... Antes de ir para a guerra ele deixou cartas para mim e para o Louis, na minha veio ela... Se quiser algum dia eu te mostro a carta... - Diz Stacey.

   Ela parecia está segurando as lágrimas e vejo seus olhos brilharem por causa delas mas nenhuma escorre pelo seu rosto, eu olho a medalha e mordo meus lábios, outra relíquia do meu pai sendo entregue para mim em meu aniversário, mas não fico com raiva de Stacey como fiquei com o William, acho que ela ainda não estava pronta para me dá isso e acho que nem eu estava pronta para receber isso. Respiro fundo e olho a medalha de meu pai, passo os meus dedos por ela pensando em como meu pai devia ter se sentido ao ganhar ela, meu pai virou general para poder ter a chance de reencontrar eu e minha mãe, infelizmente mesmo assim não conseguiu, mesmo tendo tentado tanto, acabou no fim de todos os outros garotos e homens que passaram por aqui e não tiveram a sorte de serem generais. Eu olho a Stacey e suspiro, ela está olhando o chão e decido simplesmente a abraçar, ela parece se assustar no começo mas logo retribui o abraço.

   - Obrigada...

   - Não foi nada... Ele já devia ser seu antes mesmo de vir para cá...

   - Não por isso... Por ter cuidado do meu pai, e agora de mim... Nunca vou esquecer de você Stacey...

   Sinto o abraço dela apertar, percebo que ela está chorando em meus ombros e eu acabo chorando junto com ela, sinto o peso da morte do meu pai em cima de nós duas, nunca achei que alguém iria compartilhar essa dor da perda do meu pai comigo além de minha mãe, e me sinto bem com o abraço de Stacey, como se tivesse livrando não apenas um pouco do meu peso mas também do dela. Stacey logo afasta nosso abraço e seca as lágrimas dela, ela suspira e me olha com um olhar diferente do que eu estava acostumada, por um momento lembrou o olhar de minha mãe quando eu me machucava e percebo que esse momento não era entre apenas uma general e uma garota em treinamento, e sim de irmãs, ou até mesmo de mãe e filha, bom eu considerava a Zara uma irmã para mim, mas eu nunca tive uma irmã então era mais fácil, mas Stacey como uma mãe para mim poderia ficar no lugar de minha mãe, e eu não quero isso, amo minha mãe e faço de tudo para a reencontrar, ainda sim também sinto um carinho enorme pela Stacey, ela estava cuidando de mim desde que cheguei, brigou com o Louis e até bateu nele para ela poder me treinar, me ensinou diversas coisas e cuidou de mim quando desmaiei, e agora tinha dado uma das coisas mais preciosas que meu pai tinha quando estava vivo.

Tudo acaba em guerra [Finalizado]Onde histórias criam vida. Descubra agora