CAPÍTULO 49

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•Zara•

Desde que Lizzie entrou no castelo no meio da noite e seguiu direto para a sala do trono de meu pai, eu me sinto mal, vi meu próprio pai matar a mãe de Liz bem em sua frente, ouço ainda os gritos da mulher e o chamado de Liz querendo impedir meu pai, acima de tudo me lembro de olhar Adora e perceber que ela estava me olhando, apenas com aquele olhar sabia que ela queria que eu fizesse algo, que impedisse meu pai, mas não podia fazer nada além de abaixar a cabeça, naquele momento queria chorar mas me segurei, agora um sentimento de raiva e decepção tomava conta de mim, abaixei a cabeça e deixei a mãe de minha melhor amiga morrer, deixei minha amada vê que sou covarde e que quando se trata do meu pai eu não consigo fazer nada, sempre foi assim e sempre será assim, eu sempre irei abaixar a cabeça para ele. Fiquei o dia seguinte após aquele trágico dia em meu quarto, chorei, gritei, quebrei um vaso, me senti culpada, me senti cheia de raiva de meu pai, fiquei decepcionada comigo mesma. Desde que Adora fugiu do castelo me sinto estranha, no mesmo dia que ela foi embora acabamos conversando e ela quis me levar para fora do castelo com ela, e eu recusei, não achei que ela ia mesmo, mas se eu pudesse teria ido com ela, teria aceitado e ficado com minha amada, poderia ter impedido a morte da mãe de Liz se tivesse ao lado deles, mas eu recusei a oferta dela e brigamos, ela saiu do meu quarto furiosa, falei que não podia por que era uma princesa e não podia abandonar meu posto, me arrependo por isso, pois agora me sinto sozinha como antes de Lizzie vir ao castelo, apenas eu, sem jantares juntos, sem uma garota para beijar, sem passeios no lago, apenas eu, sozinha em meu quarto como sempre desde que minha mãe sumiu.

Após ter ficado um dia todo trancada no quarto decidi sair, já estava de noite e decidi ir para o jardim, Liz sempre gostou dali e tinha que ter um motivo para aquilo, porém enquanto andava pelos silenciosos corredores do castelo sinto um pequeno tremor e quando olho para a parede vejo uma rachadura se abrindo, olho assustada para aquela rachadura, aquilo nunca deveria aparecer ali, era impossível isso acontecer daquele jeito, tão de repente, sigo a linha da rachadura que se conecta com uma porta e vejo que é a mesma porta que leva para a sala onde a jóia foi guardada, onde minha mãe sumiu, sinto o ar de meus pulmões indo embora e lentamente abro a porta a empurrando, vejo um brilho verde dentro dela e uma estrela brilhante no meio da sala iluminando todo o ambiente, e logo atrás vejo meu pai, alguns guardas e seu conselheiro, consigo ouvir ele falando para seu conselheiro sobre a jóia.

- O que está acontecendo aqui?! Faça algo!

- E-eu não sei majestade, nunca vi isso antes. - Diz o conselheiro.

A luz parece ficar cada vez mais intensa e preciso cobrir meus olhos para conseguir continuar olhando, até o momento que preciso fechar totalmente meus olhos por conta da claridade que aquela pequena estrela estava fazendo, ouço outros gritos de meu pai mandando todos se afastarem, e durante um segundo algo acontece, a luz se apaga em apenas um segundo tudo volta ao normal, ouço um barulho de alguém caindo de dentro da sala e as poucos vou abrindo os olhos e piscando para voltar a me acostumar com a luz natural da noite, no centro da sala onde estava a estrela brilhante verde agora está um ser coberto por um tipo de manto verde escuro deitado no chão sem se mexer, meu pai e os outros estão afastados também piscando sem parar para suas visões voltarem ao normal, lentamente meu pai vai se aproximando da figura deitada no centro da sala e quanto ela está a dois passos da figura ela começa a se mexer, a se levantar com dificuldade, vejo primeiro os dois braços do ser se apoiando no chão, pálidos, depois vejo um semblante de um cabelo por baixo do capuz tão castanho quanto meus cabelos, e então a figura já está se levantando após ficar de joelhos no chão, a capa ainda escondendo seu corpo, meu pai é mais rápido que a figura antes de se levantar ele já puxa sua espada e aponta para a figura sua voz firme como um trovão olhando diretamente para aquela figura ajoelhada e encapuzada.

Tudo acaba em guerra [Finalizado]Onde histórias criam vida. Descubra agora