CAPÍTULO 26

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                                          •Jacob•

   Já perdi as contas de quanto tempo estou aqui no castelo, mas sei que está perto do aniversário de minha querida filha, me parte o coração saber que estou mais um aniversário longe dela. Mas ainda tenho que saber de muitas coisas do castelo e principalmente do rei, sou um dos guardas então consigo ouvir muitas coisas, mas ainda sim é difícil saber das coisas quando pareco apenas uma sombra, por isso fiz uma coisa que não achei que faria nem tão cedo, chamei a atenção do rei. Ele sempre passa a noite para desejar uma boa noite para a princesa, nesse mesmo horário decidi derrubar uma armadura enquanto ele passava, ele me olho de cima a baixo e me reconheceu, sei disso por que abriu um enorme sorriso e me puxou para uma de suas salas onde ele normalmente bebe. Após algum tempo conversando ele me perguntou por que eu estava sendo apenas um guarda como qualquer um, falei que tinham me dado a ordem de ser apenas um guarda de ronda.

  - Que grande engano! Falei que queria você como guarda pessoal! Do que adianta se tornar um general se é para ficar nas sombras não é amigo?!

   O rei parecia bêbado, na verdade ele estava totalmente bêbado, e sua voz não sai como se tivesse com raiva mais como se tudo fosse uma grande piada, eu começei a rir junto com ele, obviamente não achava graça mas infelizmente mentir vai ter que ser uma coisa que vou ter que fazer bastante enquanto estou aqui. No dia seguinte já era guarda pessoal dele, isso me fez ir nas reuniões dele e me fazer ouvir bem mais, as vezes eu queria explodir de raiva do que falavam sobre os camponeses e sobre as crianças que estão no campo apenas sendo levados para a morte, acho que deixei transparecer isso pois o rei chamou minha atenção em um dia desses em que falaram muita besteira.

   - Meu amigo eu adimiro seu controle, sei que deve ser difícil essas reuniões, mas sabe estava pensando em colocar alguém para falar por pessoas como você era. Acha uma boa ideia?

   Eu concordei obviamente, mas ainda sim aquilo me deixou com raiva "pessoas como você era", ele diz isso como se antes eu fosse ninguém, e como se apenas eu ser um mero guarda pessoal dele isso já me faz ser algo, na verdade antes eu era algo bem mais bonito, um marido e pai, agora sou apenas um guarda que têm que ficar calado. Não têm nenhuma onra nisso, acredite acompanhar ele é um grande saco, ele apenas come em uma mesa gigante sozinho, bebe, tem reuniões, descuti com alguns generais, fala apenas coisas do dia a dia com sua filha como "bom dia", "boa tarde", ou "boa noite", e dorme me despensando. Mas é algo que preciso passar, mas ainda sim tem muitas coisas que ainda preciso saber, como sobre a rainha morta, e a curiosa princesa que me lembra a minha doce filha, inteligente e gentil, a diferença que a princesa é bem mais quieta acho que nunca a ouvi falar, mas sempre a vejo sorrir sinceramente acho que isso não é nada bom mas não a nada que eu possa fazer sobre isso.

   Quando estava saindo do quarto do rei após mais um longo dia chato encontro a princesa saindo do quarto dela, percebo que virei no corredor errado e decido seguir a jovem princesa, ela vai até a área onde fica os empregados e parece olha alguém em meio aquele monte de pessoas que trabalham até quando é de noite e todo mundo dorme. Vejo uma bela jovem de cabelos vermelhos limpando um canto e só a percebo por que a princesa está a olhando fixamente, será que são amigas? Impossível, empregados como aquela garota nem podem falar com a princesa, percebo que não é lugar para a princesa está então vou bem devagar até ela para não a assustar.

   - O que a princesa faz aqui?

  Acabo falhando terrivelmente, ela se assusta e de repente vira para mim, eu tento sorrir gentilmente para ela e faço um sinal com a boca para ela fazer silêncio já que não quero que ela grite.

   - Calma, não irei te machucar. - Digo.

   - Você é o guarda pessoal do meu pai né?... Por favor não conta para ele que estou aqui... - Ela diz.

   - Não irei, mas estou curioso para saber o que você faz aqui.

   - Só gosto de olhar as pessoas daqui... E obrigada...

   - Vêm deixa eu te levar para seu quarto, não devia está aqui.

   Ela apenas concorda comigo e vai me seguindo em silêncio, tento vê qual séria a melhor forma de ter informações dela, e isso me doi bastante por ter que usar apenas uma jovem para apenas ter informações que ninguém deve saber.

   - Então... Você é bem quieta né? - Começo a tentar.

   - Sim... Princesas só devem falar quando são chamadas... - Ela diz em um tom baixo.

   - Seu nome é Zara né? Sabe algo sobre sua mãe?

   - O que?... Não, meu pai disse pouco sobre ela, sei apenas que morreu quando eu tinha 5 anos, nem me lembro direito do rosto dela...

   - Ao certo... Você sabe se tem pessagens secretas aqui?

   - Que perguntas estranhas... Mas sim tem, inclusive tem uma no meu quarto, só que acho que meu pai não sabia dela já que ela dá para direto no quintal do castelo.

   - Sabe onde estão todas elas?

   - Mais ou menos, quando criança eu explorava melhor, mas meu pai descobriu e me proibiu de fazer essas coisas.

   Decidi não fazer mais perguntas após isso, e já estávamos chegando no quarto dela. Comecei a toda noite anotar cada canto do castelo e descobri algumas passagens secretas, decidi fazer um mapa dele com o tempo, e claro fui escrevendo as coisas em meu diário, escrevo nele bem pouco comparado ao que escrevia antes mas não é como se tivesse mais tanto tempo para isso quanto antes, estou dormindo pouco e comendo pouco, mas não ligo para isso continuo meu trabalho, preciso fazer algo para encontrar minha família de novo e não posso fazer isso me deixar ficar confortável no castelo.

   Quando fui ao jardim com o rei em um raro momento em que ele decide fazer algo novo no dia dele, passo os dedos em uma pétala de uma rosa e quase choro imaginando como minha garotinha Lizzie iria amar aquele jardim, ela sempre me fez comprar sementes de flores para ela e a minha esposa Millie sempre brigava com ela por causa disso, mas sempre ficava feliz ao vê nossa filha cuidando das flores com todo o amor. Respiro fundo para esquecer isso e volto minha atenção ao rei, ele parece pensativo e logo fala o que está pensando sem nem mesmo eu precisar perguntar.

   - Sabe eu não consigo achar ninguém para falar sobre seu povo nas reuniões... É difícil achar alguém qualificado para isso, então estava pensando que tal você se tornar ele? Você é general e confio em você, e sei que pode fazer bem mais do que me seguir por ai, pode cuidas dos empregados e de muitas outras coisas, o que acha amigo?

   Novamente eu concordei, isso foi um grande avanço para mim, me senti mais perto de minha esposa e de minha filha, começei a frenquentar as reuniões agora como general e tive uma certa voz, mas sempre perdia a calma com um dos generais do castelo, ele sempre fazia desfeita do que eu proporcionava para melhorar a vida das pessoas do reino e ele sempre se desfaz disso e obviamente o rei concorda, na verdade o rei nunca presta atenção nas reuniões de verdade apenas quando o chamamos. Ainda sim consegui fazer bastante coisas e agora que não preciso mais ficar na cola do rei consigo ter mais tempo para fazer o mapa e registrar tudo no meu caderno.

Tudo acaba em guerra [Finalizado]Onde histórias criam vida. Descubra agora