CAPÍTULO 22

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                                          •Zara•

   A noite com a Adora foi incrível, na verdade mais do que incrível, dormi abraçada com ela e apenas ouvindo sua respiração ofegante, nossas roupas estavam por todo o quarto e o vento que saia da janela refrescava todo o quarto, vi ela adormencendo aos poucos mas eu fiquei apenas a admirando, admirando o belo corpo dela e como estava feliz em o ter mesmo que seja apenas uma vez. Mal me lembro de quando peguei no sono mas acordei com Adora se vestindo, a luz do sol que vinha da janela iluminava seus cabelos ruivos, ela parecia um sol enquanto colocava seu vestido, eu a olho sorrindo e logo falo.

   - Que bela visão para ter logo de manhã...

   - Bom dia para você também Zara, é melhor se vestir a sua reunião deve começar logo.

   - Está bem, mas não posso nem tomar café? - Falo me sentando enquanto a olho de cima a baixo.

   - Eu pego comida e te levo na reunião.

   - Não é desse tipo de comida que estou falando.

   Eu vejo o rosto dela corar, ela me olha com uma expressão diferente, não sei se está com raiva ou constrangida mas provavelmente os dois, ela morde os lábios e suspira se sentando em minha cama para colocar seus sapatos. Eu me levanto e pego o vestido que Adora havia feito na noite passada, ele era lindo e aquele vermelho me lembrava dela e seus belos cabelos de fogo, eu o visto e arrumo meu cabelo enquanto vejo Adora fazendo o mesmo e prendendo o cabelo em um coque como sempre faz. Coloco meus sapatos e me olho no espelho vendo que estou linda, como sempre, mas logo vejo a mulher ao meu lado e percebo que ela está ainda mais linda. Adora vai até a porta do meu quarto para sair, mas eu a puxo e a beijo, passo um fio de cabelo solto em seu rosto para trás de sua orelha e sorrio quando separo o beijo.

   - Irei ter mais noites com você? - Pergunto.

   - Não é hora para isso Zara, e vê se não me olha assim quando tiver na reunião. - Ela diz de afastando de mim.

   - Assim como?

   - Como se pudesse me comer apenas com o olhar.

   - Mas eu posso, sou sua princesa, têm que fazer tudo que eu mandar. - Sorrio me aproximando dela novamente e a beijando.

   - Zara para é sério, vai achar problemas para nós duas. Então a menos que me queria fora desse castelo é melhor se comportar.

    Eu a olho meio espantada, mas logo assinto e me afasto dela, ela sai do meu quarto e vou logo atrás dela. Tinha esquecido que nosso relacionamento não afeta apenas a mim mas a ela também, se meu pai descobrir sobre nós duas iria a expulsar sabe lá para onde e nunca mas eu a veria novamente. Então assim que sai do quarto respirei fundo e voltei a agir como a Zara que todos conheciam naquele castelo, por mais que não gostasse dela ainda tinha que a interpretar como se fosse uma atriz de uma peça que vejo aos finais de semana, passo na frente de Adora por isso ser o tipo de coisas que uma princesa faz e logo falo para ela pegar meu café da manhã. Adora vira um corredor e eu continuo na mesma direção indo direto para a sala de reunião de meu pai, mantenho a postura mesmo sabendo que ninguém pode me vê, mas é assim que me mantenho o dia todo até chegar em meu querido quarto. Todos acham que não tenho mais uma dama por que não preciso, é verdade, mas também é por que preciso desse espaço para eu ser eu mesma, por isso gostei da ideia de Adora como minha dama, com ela posso ser eu mesma o tempo todo, posso relaxar e ainda posso a amar o tempo que eu quiser.

   Quando chego na sala de reunião vejo apenas rostos conhecidos, os instrutores de meu pai, alguns generais da mais alta classe, alguns donos de partes do nosso reino, contadores, e o gradioso e mal humorado braço direito de meu pai. Me sento no lugar reservado para mim, sei que não estou atrasada pois não estão falando nada sério e apenas rindo, e por que meu pai ainda não chegou. Mas quando ele entra todos se calam no mesmo segundo que ele pisa na sala, eu o olho não como uma filha, mas como uma general, como uma princesa que quer saber sobre o próprio reino, na verdade são poucas as vezes que o olho como uma filha, vazia isso mais quando a Liz estava aqui, meu pai ficou bem bonzinho enquanto ela estava aqui, mas desde que ela se foi mal nos falamos e nem comemos mais juntos, ele nunca está lá, então compreendo que ele só estava na mesa por causa de Liz e não pela minha causa, odeio isso, meu próprio pai me esquece, e ama a filha de seu general já morto, não sinto raiva de Liz por isso, mas dele, e esse seu egoísmo.

Tudo acaba em guerra [Finalizado]Onde histórias criam vida. Descubra agora