•Lizzie•
Adora saiu do quarto assim que percebeu que era hora de ir até a Zara, ficamos no quarto em silêncio por algumas horas porém depois começamos a conversar para distrair o nervosismo que estamos tendo a cada minuto que vai se aproximando da hora de agir, o dia parece demorar uma eternidade para passar, como se cada segundo demorasse uma hora para acabar, fico olhando o relógio que fica na parede a cada minuto e isso me deixa ainda mais nervosa, os rapazes decidem dormir para se tranquilizar mas eu não consigo ficar sem encarar aquele ponteiro de segundos do relógio, as vezes olho para ele, os dois estão abraçados na antiga cama de Edward e me lembro que desde o incêndio eu não perguntei e se quer liguei para o relacionamento deles, estava ocupada treinando sem parar mas pelo menos é bom saber que existe amor ainda enquanto tem uma guerra dessas acontecendo. Para me distrair me lembro da primeira vez que dormi assim como Edward, foi no dia do meu aniversário o meu último dia que tive aqui, o último dia que eu fui eu mesma, que eu foi simplesmente a Lizzie que tinha amigos e que amava ficar no jardim lendo, agora sou uma general que está tentando libertar os prisioneiros do rei e minha própria minha, e o pior tentando acabar com uma guerra que parece sem fim desde que começou.
Eu acabo cedendo ao cansaço, além disso não dormi direito essa noite, acho que ninguém de nós dormiu, e achei melhor descansar enquanto ainda tinha tempo em vez de ficar cada vez mais paranóica. Acordo com o Edward me chamando, eu vejo seu cabelo bagunçado e atrás dele Erick se espreguiçando, olho para o relógio e já está quase na hora, eu me levanto e me espreguiço como o Erick. Eu e o Erick saímos em direção aos jardins pelos corredores de criados, e Edward vai por outro lado colocando um chapéu para cobrir seus cabelos ruivos. Ao chegar no jardim vamos até o esconderijo das bolsas e as pegamos, passamos pela passagem qual entramos no castelo e vamos até uma passagem secreta que já sei de cor onde é conforme fui decorando cada parte do mapa do meu pai, eu pego minha adaga na pulsa e a seguro com firmeza para caso precise dela, Erick pega uma arma silenciada que teve que roubar dos generais e a deixa pronta para caso alguém decida ficar em nosso caminho. Empurro uma parte da parede que parece normal mas ela se abre mostrando um corredor escuro cheio de teias e sem nenhum tipo de iluminação, Erick pega uma lanterna e entramos, ele acende a lanterna e ilumina o suficiente para conseguirmos saber onde estamos, sigo reto pelo corredor e vejo escadas as ainda mais sujas de poeira e teia, das descemos elas com cuidado para não fazer tanto barulho e chamar atenção dos guardas. Chegamos na passagem que sei que leva direto para as celas porém ainda não a abro, eu coloco o ouvido na porta da passagem e tento ouvir do outro lado, um silêncio mortal, penso até que estão mortos mas logo ouço vozes grossas que imagino que seja dos guardas.
– O que merda é aquilo?! Mas que porra quem tá querendo invadir a essas horas?!
Ouço uma cadeira sendo arrastadas e passos pesados, uma porta pesada sendo arrastada e depois fechada, fico ali para ouvir mais coisas mas não ouço nada então é hora de agir, eu abro a passagem e realmente a Adora tinha razão as chaves são extremamente fáceis de ser pegas, penduradas no alto como se tivesse ali para jogar na cara dos prisioneiros que apesar de estarem perto das chaves não tem como as pegar, Erick puxa o molho de chaves e me dá a lanterna, vamos em cada celas para as abrir, quando eu aponto a lanterna para a primeira cela vejo pessoas abaixadas, pessoas magras abraçando as próprias pernas, sujas e com um olhar terrível, alguns de olhos arregalados olhando para um ponto fixo e outros com eles quase fechados como se já tivesse desistido de sair daqui, o local não é tão escuro mas ainda sim tem cara de abandonado. Quando percebem minha lanterna um cara logo diz, um homem com a voz trêmula e quase como um sussurro ele fala comigo apontando para nós dois.
– Quem são vocês?... V-vão nos matar?...
– Vão acabar com a gente?... – Diz uma mulher também em tom baixo.
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Tudo acaba em guerra [Finalizado]
RomanceUma garota que vivia com sua mãe tranquilamente no interior acaba sendo avisada que seu pai que tinha ido para guerra havia sido morto, mas o pai dela era um dos maiores generais e pediu para que o herdeiro dele lutasse no lugar dele, eles não sabia...