Um passo além

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- Me dê um motivo pelo qual eu não devia estourar sua cabeça agora. - Ameaçou a versão corrompida do guardião da positividade.

- Direto ao ponto hein, tudo bem então. Me falaram que você poderia... - Mas antes que Killer terminasse sua frase, uma flecha composta da familiar substância negra foi disparada contra seu crânio.

Ao contrário de antes, desta vez devido a curta distância não foi possível se esquivar do projetil, resultando assim em um esqueleto com parte de sua cabeça faltando estirado no chão. Mas não demorou para a mesma se regenerar como se nada houvesse acontecido.

- Se você sabe que não vai funcionar então por que...

- Ainda é prazeroso calar a sua boca. - E novamente um disparo foi efetuado. E como esperado o ferimento foi curado em questão de poucos segundos. - Certos hábitos nunca morrem. Agora escute, não sei o que te falaram, mas eu não posso te ajudar então se é um mestre que procura tenho certeza que há várias versões do meu irmão por aí que adorariam ter um novo cachorrinho, então caia fora.

"Acredito que o termo 'filha da puta' seria o mais correto ao ser usado ao invés de 'exótico'." - Pensou Killer ao se lembrar das palavras de sua versão humana.

- Não há outras versões do meu chefe aqui. - Comentou Killer enquanto se levantava.

- Claro que existe, talvez você apenas não os viu. - Disse Dream sem nunca abaixar seu arco.

- Eu sei de quem você está se referindo, eu realmente vi outros Nightmares por aí, mas eles não são o chefe que estou procurando. - Ao final de sua sentença, um disparo foi efetuado em seu ombro, mas Killer nem ao menos pareceu sentir o impacto pois seu corpo não se moveu.

- Não estou com paciência pra joguinhos mentais, não me importa o quão quebrado e carente de atenção você esteja, eu não...

- Você não está escutando. - Removendo o projetil de seu ombro e o jogando no chão, Killer continuou. - Meu chefe é alguém com coragem e determinação pra governar um multiverso inteiro e matar todos em seu caminho, tanto que ele conseguiu isso. Portanto, não seria um lugarzinho bizarro desses que o derrubaria.

- Entendi, você perdeu o amor da sua vida e está em negação, minha resposta continua a mesma. - Ignorando o deboche, Killer mostrou um dos raros momentos onde ele realmente falava de maneira seria para analisar algo.

- Ele está morto, eu sei disso, e não há como trazê-lo de volta. - Caminhando até uma das janelas quebradas, seu olhar pousava nas pequenas figuras se mexendo no horizonte. - Inicialmente eu achei que não deveria ter muita diferença entre uma versão e outra, mas olhando pra você... posso ver que eu estava errado. Esse lugar pode não permitir a morte física, mas causa a morte mental de seus habitantes.

"Um Killer filosofo, vivendo e aprendendo... eu acho." - Pensou Dream para si mesmo.

- Nunca que alguém como o meu rei iria se deixar ser vencido por um lugar como esse, mas o que eu vi lá fora? Olhares de derrota e aceitação, mesmo os Nightmares que deveriam ser um símbolo de poder mostravam ter se tornado cascas vazias, sombras do que um dia foram. Eu me recuso a seguir alguém assim. - Desviando o olhar do horizonte para seu ouvinte, Killer se aproximou do mesmo. - Eu consigo dizer que esse lugar também não te quebrou, então você pode conseguir me ajudar com o que eu quero. Eu quero um novo multiverso com um Nightmare tão forte como o meu.

- Pra alguém que parece ser tão fiel e devoto, não está com pressa demais pra achar um novo líder?

- E o que espera que eu faça? Chore e me comporte igual os fracassados lá fora que não aceitaram suas perdas? Não, eu tenho uma vida pra viver, então é isso o que eu vou fazer. - Ouvindo todo esse discurso, Dream finalmente abaixou sua arma e deu um longo suspiro.

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