Novos amigos

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Adaptação é muitas vezes uma característica necessária para sobreviver em ambientes hostis, muitos Sans com o infeliz destino de viveram em rotas genocidas precisaram se adaptar a sua própria maneira para lidar com o humano responsável por isso. Killer não foi diferente, mas mesmo após se liberar deste problema seus novos hábitos não mudaram, assim como seu ódio por Chara que foi a origem de todo seu sofrimento. Mas agora este mesmo responsável foi aquele que o salvou.

- Chara? – Após se pôr em pé, a primeira coisa que Killer observou foi um pole na mão da criança e no topo do mesmo estava a fonte da luz que espantou a medonha criatura que o perseguia. Sua própria alma. – Como você está aqui? Que lugar é esse? – Mas o humano não se importou em responder e apenas começou a caminhar na direção contrária.

Embora ainda houvesse muitas perguntas na cabeça de Killer, ao menos ele percebeu que a fonte da luz era a única coisa que o amalgamate temia, portanto em passos rápidos ele correu até ao lado do único que aparentemente poderia lhe proporcionar um pouco de segurança.

Visto que agora não havia mais a preocupação de ser devorado, o Sans louco tentou observar seus arredores com mais calma, mas o resultado foi o mesmo, uma pura escuridão para onde quer se olhasse. A única exceção sendo a fonte de luz pertencente ao humano ao seu lado.

- Você não é o Chara que eu conheço, não é? Claro que não, não faz sentido você aparecer aqui. Mas todas as outras versões sua que conheci não ajudariam um Sans, então por que me salvou? – Mas novamente, sua única resposta foi o silêncio. – Não é do tipo muito falador pelo visto, tudo bem, mas pode ao menos me dizer para onde estamos indo? E por que sua alma virou praticamente uma lâmpada? – Não apenas não houve resposta, como Chara nem ao menos parecia ouvir as perguntas. Observando mais atentamente, os olhos da criança lembravam o de Ink quando o mesmo estava desprovido de emoções. E sabendo que a alma do humano estava fora de seu corpo, Killer se perguntava se havia alguma relação.

Já irritado com todo o mistério, Killer então ficou tentado em usar sua faca para descontar sua raiva no humano que ele mais odiava, mas fazer isso com a única pessoa que aparentemente podia manter aquela coisa longe não seria a ação mais inteligente. Killer podia ser teimoso, impulsivo e inconsequente, mas burro ele não era. Portanto ele apenas seguiu silenciosamente junto com sua nova companhia em direção ao desconhecido.

As vezes a dupla passava ao lado das estatuas, dessa vez devido a fonte de luz era possível ver suas aparências e em sua grande maioria, as mesmas pertenciam a Sans de todos os tipos.

- Inks... Errors... e até mesmo Nightmares. – Comentou Killer conforme caminhava entra as figuras de pedras, sua mão se estendendo para tocar no rosto horrorizado de um guardião da negatividade petrificado, mas sua mão recuou por saber que aquele não era o mesmo Nightmare que ele conhecia. – Isso é uma espécie de limbo? Vida após a morte? A conta dos meus pecados finalmente chegou? Se isso for realmente o inferno, faz sentido eu ter te encontrado aqui. – Sua pergunta foi mais para si mesmo do que para sua companhia por saber que a mesma estava apenas lhe ignorando. Mas para sua surpresa finalmente houve uma leve mudança no comportamento de Chara.

A criança mudou a direção de seus passos até a estátua de um Frisk, ao contrário das outras figuras de pedras que o cercavam, este Frisk possuía uma expressão aparentemente calma de aceitação de seu destino. Apesar de Chara ainda ter um rosto inexpressível, uma leve feição de amor e carinho pode ser notado por um rápido momento quando sua mão pequena e frágil tocou o rosto frio de pedra. O pequeno gesto durou apenas alguns segundos, e em seguida Chara apenas voltou a seguir seu caminho como se nada houvesse acontecido, sem dar um único olhar para seu companheiro.

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