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Santiago

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Santiago.

Limpo a garganta fazendo-os olhar para mim. Os olhos da mulher parecem querer saltar das órbitas. Não sei quem está tremendo mais, ela ou a Ramlah.

— Boa tarde! — digo, intercalando meu olhar entre Ramlah e sua família. — Sou Santiago Radamés, vice-diretor do abrigo. — Estendo minha mão para seu cunhado, mas ele continua com os olhos fixos em Ramlah que está de cabeça baixa chorando.

Parte meu coração vê-la desse jeito. Tentei me aproximar dela logo quando chegou, mas Ramlah não quis que nenhum homem chegasse perto dela. Ontem, depois de dias tentando, conseguimos conversar e ter uma relação cordial.

— Ahmad, pai de Ramlah — diz, de forma breve, ignorando minha mão estendida à sua frente.

Pai? Achei que fosse cunhado.

— Ele não é meu pai. — Ramlah diz, fazendo todos olharem para ela.

— Não sou seu pai? Cuido de você como se fosse minha filha desde que você tinha nove anos, sua ingrata. Pergunte a sua irmã Nejma se faço distinção entre você e Lila. — Aponta para a filha que dorme no colo da esposa. — Sabe por que? Porque prometi a seu pai no leito de morte que cuidaria de você como se fosse minha filha. Ele queria lhe casar com um homem o triplo da minha idade, mas eu não deixei. —Fico em frente a Ramlah para evitar que ele lhe bata.

— É melhor entrarmos para conversarmos com mais calma lá dentro — digo olhando para Shaila que entende bem meu gesto e puxa Ramlah para ficar atrás dela.

— Essa perdida se envolveu com um homem casado, e agora está grávida e pode manchar a honra de toda família por causa de um erro só dela — diz tentando se aproximar de Ramlah, mas eu e Qisah o impedimos de chegar perto dela. — Não vou deixar que manche a honra da minha família, lembre-se que tenho uma filha pequena, e o futuro dela depende de você, então trate de não destruir o futuro de minha filha

— Onde está o pai da criança? — pergunto.

Pelo que Âmbar e Khairiah me contaram, Ramlah não quis revelar quem é o pai da criança para elas. Talvez esteja com vergonha de estar grávida com apenas quatorze anos de um homem casado.

— O pai?... — Ele hesita por uns segundos, olha para esposa que volta a olhar para o chão e responde sem me olhar nos olhos. — O pai foi embora. Infelizmente não sabemos para onde ele foi.

— Se não sabe para onde ele foi, com quem Ramlah vai se casar?

Olho para Ramlah, que continua de cabeça baixa chorando. Shaila tenta lhe tranquilizar, mas ela está muito abalada com tudo o que está acontecendo. Não deve estar sendo nada fácil para ela saber que vai ser mais uma mãe solteira. Isso se ela realmente não aceitar ir com eles.

Aqui no abrigo não forçamos ninguém a ficar, mas caso queiram permanecer, faço o que for preciso para mantê-las seguras.

— Ramlah? — chamo.

Corações Lapidados - Parte 01Onde histórias criam vida. Descubra agora