Só fazia alguns segundos que Sasuke a encarava, mas Sakura se viu incapaz de submeter-se por mais um segundo àquele olhar predador. Num movimento brusco pegou o xale com as provisões e saiu.
— Bem, acho melhor saquearmos logo as tais máquinas. — Sasuke a seguiu.
Ela trancou a porta e relanceou o olhar pelo saguão vazio.
— Ei, mas onde estão as máquinas? Nunca fui fã desse tipo de comida, por isso não costumo usá-las.
— No final do saguão, fica a de bebidas e dentro da agência de seguros, a de salgadinhos. Eles têm uma sala de lazer para os funcionários, mas costumam nos deixar usá-la.Enquanto Sasuke explicava os dois caminhavam pelo longo corredor.
— E como vamos entrar na agência de seguros? Pretende atirar na fechadura?
— Se for preciso... — ele admitiu com bom humor e riu dos olhos arregalados de Sakura. — Mas não creio que seja o caso.Ela esperava que não mesmo. Pelo que sabia sobre companhias de seguro, elas não costumavam ser compreensivas com esse tipo de brincadeira. Já imaginava o tamanho da conta de prejuízos chegando pelo correio, uma visão nada agradável.
Sasuke se ajoelhou diante da porta e tirou da mochila uma bolsinha de couro semelhante a que ela usava para guardar os pincéis de maquiagem. Mas dentro era bem diferente. Em vez de pincéis, continha uma variedade de ferramentas estranhas. Escolheu duas, enfiou a mais fina, comprida e curva no buraco da fechadura, depois introduziu a outra ao lado, pressionando-a com pequenos movimentos.Sakura observava a operação com interesse.
— Pode me ensinar como se faz isso?
Sasuke ergueu os cantos dos lábios num sorriso extremamente sensual.
— Por quê? Anda com idéias de mudar de ramo e se dedicar ao latrocínio?
— Você anda? — ela devolveu, depois deu de ombros. — É que me parece útil saber esse tipo de coisa. Sabe como é, não? Nunca se pode prever quando se vai ficar trancada para fora de casa.
— E vai sair por aí com um kit de ferramentas na bolsa?
— Por que não? — Ela tocou a mochila dele com o pé. — Você não carrega um na sua?
— A minha não é bolsa.
— Ah, não? Então explique a diferença entre a minha e a sua.
— A diferença? Bem... pronto! — ele exclamou com satisfação, ao constatar que a fechadura abrira. Retirou as ferramentas, guardou-as de volta no lugar e colocou o estojo de couro na mochila. Depois, calmamente abriu a porta. — A diferença está nas coisas que cada uma delas carrega — disse ao entrarem na sala silenciosa.
— Já entendi. Quer dizer que se eu passar o conteúdo da minha bolsa para a sua, aí ela se tornará uma bolsa?
— Ah, eu desisto. Tudo bem, é uma bolsa. Só que, nós, homens, não a chamamos de bolsa, mas de mochilas ou, simplesmente, sacola de couro.
— Uma rosa com outro nome — Sakura falou triunfante e ele riu, fitando-a longamente.
— Sabe, aí está uma das coisas que gosto em você. É uma vencedora assumida. Jamais se esquece de se vangloriar.
— É que algumas pessoas pedem por isso mais que outras. — Ela olhou ao redor e não viu nada a não ser mesas vazias e telas de computadores em branco. — Onde fica a sala de lazer?
— Por aqui.Sasuke a conduziu por um corredor escuro e abriu a última porta.
A sala tinha duas janelas, por isso era bem clara. Contava com uma variedade de máquinas alinhadas numa das paredes, oferecendo refrigerantes, sucos, café e salgadinhos. Sobre um balcão havia um microondas e, na outra parede, um pequeno e silencioso refrigerador. Também tinha um sofá de vinil preto e várias cadeiras dobráveis em torno de uma pequena mesa de bar.— Olhe na geladeira enquanto abro as máquinas — Sasuke disse. — Veja se tem gelo. Não vamos precisar agora, mas sempre é bom sabermos no caso de algum imprevisto. Seja bem rápida para manter o ar frio do lado de dentro.
— Sei como se lida com as geladeiras quando falta energia — Sakura respondeu e rapidamente abriu e fechou o compartimento do freezer onde haviam seis bandejas com gelo. — Sim, temos gelo.
— Ótimo.

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Fora de Controle
FanfictionUma arma letal! Blecaute! Sakura Haruno não conseguia acreditar em sua má sorte: ficar presa no elevador com seu ex-amante, Sasuke Uchiha, durante uma onda de calor de verão! Não importava a quantos graus a temperatura chegasse, ela continuaria vest...