Sakura gelou. Só de pensar em relatar o pesadelo que fora seu casamento, sentia náuseas. Mesmo sabendo que não adiantaria nada, mais uma vez tentou se esquivar.
— A idéia da "hora da verdade" foi sua, não minha.
— Você me fez perguntas.
— Perguntar em que faculdade você estudou, está longe de ser uma intromissão em sua vida particular.Agitada, ela se pôs em pé e olhou para o mundo lá fora, atrás da parede de vidro. Apenas duas camadas de material fino e transparente a mantinham prisioneira ali dentro. Contudo, seria necessário o impacto de um carro em alta velocidade para romper o vidro. Parecia frágil, mas não era. Com ela acontecia o oposto: por fora demonstrava calma e segurança; por dentro, escondia uma fraqueza assustadora.
— Não fuja mais de mim, Sakura...
— Não estou fugindo. É que andar ajuda a refrescar.Ao vê-la se afastar, ele também se levantou com calma, sem se afobar. Grande, virtualmente nu, a sunga preta se assemelhava à versão moderna de uma tanga. Uma camada espessa de pêlos encobria o peito musculoso quase escondendo os mamilos e uma linha de pêlos mais escuros descia pelo centro do abdome em direção ao ventre. As pernas também eram cobertas de pêlos, mais finos e lisos. Sem dúvida, Sasuke era dotado das mais perfeitas características do macho dominador da espécie.
Sakura foi baixando o olhar devagar, inquieta, alarmada. Quando atingiu a região da sunga, seus olhos se arregalaram.Ele olhou para baixo e deu de ombros.
— Na minha idade eu não deveria me recobrar tão depressa e de fato não costumo. Deve ser uma reação a você. Venha até aqui, meu bem.
Sakura se perguntou se a brincadeira não acabaria numa patética perseguição em torno dos móveis. Se corresse, Sasuke a perseguiria, claro. O macho dominador atrás da fêmea relutante. Mas ela poderia evitar a farsa, não fugindo. Não dando motivo para a perseguição. Por outro lado, se ficasse quieta, chegariam ao mesmo resultado, só que mais depressa. A verdadeira escolha seria se queria ou não manter a dignidade. Se seus sentimentos por ele fossem outros, diria simplesmente "não". Mas ambos sabiam que nas circunstâncias, ela não conseguiria resistir.
Ele avançou mais alguns passos, o olhar cintilante.
— Por esta noite, você é minha. Pelo menos isso, por favor, não me negue. Aqui dentro você não pode fugir de mim. E nem quer. Não é uma situação normal, entenda. Depois que sairmos, sim, você terá opções, mas por enquanto é forçada a ficar comigo. O que quer que aconteça, não será culpa sua. Vamos, relaxe e esqueça.
Sakura respirou fundo.
— Belo psicólogo você me saiu, hein? Pois saiba que não sou covarde. Sinto-me responsável por todas as decisões que tomo.
Aquela altura, Sasuke já a alcançara, e passara o braço em torno de suas costas. Quando ela o encarou os olhos pretos.
— Tudo bem, Sasuke. Por esta noite. Durante o tempo em que estivermos trancados aqui dentro.
Ela fechou os olhos, trêmula, ansiosa. Por que não se permitir algumas horas de felicidade?, argumentou consigo mesma. Por que não se deixar levar só pelas emoções? Em breve chegaria o momento de afastá-lo novamente. Por que perder cada minuto precioso lutando contra Sasuke e contra si mesma?
— Qualquer coisa, Uchiha... — ela se ouviu dizendo quando ele a ergueu no colo. — Qualquer coisa por esta noite.
Ele ensaiou um sorriso nervoso.
— Qualquer coisa? Você pode estar se comprometendo a ter uma noite bem interessante.
— Eu sei.Já com a respiração acelerada, Sasuke a colocou sobre as almofadas e sem perder tempo começou a tirar-lhe a calcinha.
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Fora de Controle
FanfictionUma arma letal! Blecaute! Sakura Haruno não conseguia acreditar em sua má sorte: ficar presa no elevador com seu ex-amante, Sasuke Uchiha, durante uma onda de calor de verão! Não importava a quantos graus a temperatura chegasse, ela continuaria vest...