Sasuke parou e virou-se para Sakuta com as sobrancelhas erguidas.
— O que eu vou fazer com a arma? O que for preciso, ora.
— Oh, muito obrigada por esclarecer. Você está esperando algum tipo de problema? Pensei tê-lo ouvido dizer que o prédio era blindado.
— O prédio é blindado e não espero nenhum tipo de problema. O que não quer dizer que serei pego desprevenido caso estiver enganado. Não se preocupe com isso. De um jeito ou de outro, sempre ando armado, só que esta foi a primeira vez que você notou.Ela se surpreendeu.
— Normalmente, você não carrega uma arma.
— Sempre carrego, eu já disse. Se não tivesse tirado o meu casaco agora, você não teria notado.
— Mas você não tinha uma arma na noite em que nós... — Ela cortou o resto da frase.
— Fizemos amor? — ele completou. Os olhos pretod estavam fixos, vigilantes. — Não, de fato naquela noite eu não carregava uma arma. Sabia que íamos fazer amor e não queria assustá-la por isso coloquei a arma no porta-luvas antes de pegá-la. Mas eu levava uma faca na bota. Aliás, agora também.Estava difícil respirar. Inspirando fortemente, ela simplesmente esqueceu o fato de ele estar armado, pensando apenas na revelação chocante.
— Você disse que sabia que íamos fazer amor? — Sasuke lançou-lhe um daqueles olhares pensativos.
— Você não quer falar sobre isso agora. Vamos andar logo com isso e voltar ao saguão para arrumar tudo antes que escureça. Precisamos economizar as pilhas da lanterna.Seria uma sugestão lógica, exceto pelo fato de que somente escureceria por volta das nove horas, dando-lhes tempo suficiente. Ela se sentou na beira da escrivaninha e cruzou os braços.
— Quem disse que não quero falar sobre isso, agora?
— Foi só uma suposição. Você passou meio ano fugindo de mim, por isso achei que não queria começar uma discussão profunda. Mas se você acha que estou errado, tudo bem, vamos conversar. — De repente, ele a fitou com um brilho perigoso no olhar. — Achou que fui muito rude naquela noite? Em todas as cinco vezes? Não creio. Pude senti-la vibrando em meus braços, sem mencionar o jeito que cruzou as pernas nas minhas costas, tão apertadas que eu mal podia respirar. E sei que não ronco nem falo durante o sono, portanto, o que pode ter acontecido para você sair correndo?A voz era baixa e áspera e ele estava muito perto. Sakura nunca o vira perder o controle, mas ao notar a raiva estampada no olhar, percebeu que ele estava quase perdendo. Ficou chocada. Não por medo dele, mas porque nunca imaginara que seu afastamento o tivesse perturbado tanto.
Endireitou os ombros, determinada a não deixá-lo comandar a conversa e voltar a falar sobre ela como já fizera outras vezes.— O que você quis dizer com "sabia que íamos fazer amor naquela noite?" — reclamou, voltando ao assunto original.
— Exatamente o que eu disse.
— Como podia ter tanta certeza? Eu, certamente, não tinha planejado.
— Não, mas eu sabia que você não ia resistir. — Ela se irritou com a inabalável autoconfiança de Sasuke.
— Você sabe tudo, não é?
— Sei. Só não sei por que você fugiu, depois. Por que não me conta? Poderíamos acabar com esse problema e recomeçarmos de onde paramos.Ela o encarou. Sasuke passou a mão nos cabelos que mantinha num corte rente, estilo militar. Ele era sempre muito controlado, mas lembrava-se que esse era um dos gestos que fazia quando se irritava.
— Tudo bem — ele murmurou. — Sei que está escondendo algo de mim, Sakura. Será que não confia no que existe entre nós? Achei que depois de termos feito amor ou quando soubesse que me pertencia, deixaria de fugir.
Ela até esqueceu de encará-lo. Descruzou os braços e o fitou pasma.
— Quando soubesse que pertencia a você?! Sinto muito, meu caro, mas por acaso tem alguma nota de compra que não estou sabendo?
— Qual o problema com a palavra pertencer? Eu tinha planejado casamento, filhos, todas essas coisas, mas você se afastou e nunca entendi por quê. Aliás, continuo sem entender.
— Casamento? Filhos? — ela repetiu, atônita. — Eu não poderia supor que estava me colocando nos seus planos, poderia? Não, nem se incomode em responder. Você havia decidido, portanto, independentemente de como eu me sentia, estava resolvido.
— Eu sabia como se sentia, essa é a questão. E estava apaixonada por mim. Ainda está. É por isso que para mim, a sua fuga absurda nunca fez sentido.
— Para você talvez não, mas para mim faz o maior sentido. — Ela desviou o olhar, seu rosto fervia. Por mais constrangida que ficasse, por mais que tentasse esconder a intensidade de seus sentimentos, não imaginara que eles fossem tão óbvios.
— Então por que você não me deixa entrar no seu segredo? Estou cansado disso. Seja o que for que fiz, peço desculpas. Já desperdiçamos muito tempo da nossa vida.

VOCÊ ESTÁ LENDO
Fora de Controle
FanficUma arma letal! Blecaute! Sakura Haruno não conseguia acreditar em sua má sorte: ficar presa no elevador com seu ex-amante, Sasuke Uchiha, durante uma onda de calor de verão! Não importava a quantos graus a temperatura chegasse, ela continuaria vest...