9-O amor que deixei na idade Média.

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Dentro de uma casa afastada da população

Eu me encontrava sozinho sentindo solidão.

Eu estava deitado, caído em cima de um sofá

De frente para uma porta que ficava aberta.


De cada lado da porta havia uma janela.

As janelas também ficavam sempre abertas.

Em frente do lado de fora uma linda

Árvore de ipê derrubava flores amarelas

Que entravam pela porta e às janelas.


Estava anoitecendo e o sol alaranjado

Já se despedia dando adeus ao dia.

E um vento contínuo batendo nas

Copas das árvores barulho fazia.


Eu estava de solidão morrendo.

Não tinha mais força nem pra levantar.

Meu sofrimento era falta de amor.

Eu precisava de alguém pra me curar.


Inesperadamente uma linda moça

Entrou pela porta e dirigiu para mim

O mais doce, meigo e lindo olhar.

Foi enviada pelos céus pra me salvar.


Ela era pequena, tinha a pele clara,

Os olhos grandes verdes azulados.

Cabelo longo e de muitos cachos,

Os últimos raios de sol davam

A eles um tom dourado.


Ela vestia um lindo e longo vestido branco.

Os braços e o busto estavam descobertos.

Sobre sua linda e delicada cabeça

Havia um ostentoso diadema.


As flores amarelas do ipê caiam sobre ela

Trazidas com o vento que entrava pela porta

E assoprava e balançava seu cabelo e seu vestido.


Ela então me perguntou com a voz

Mais doce, suave e deliciosa que

Eu já ouvi em toda minha vida:

"Qual é a tua doença, meu nobre

Forasteiro vindo do Século XXI?".


E eu respondi: "Minha dor é dor de amor!

Preciso receber amor se não irei morrer.".


Ela sentou do meu lado e me abraçou.

Reclinei minha cabeça em seu seio.

Com suas brancas e delicadas mãos

Começou a acariciar os meus cabelos.

Depois no fundo dos olhos dela olhei

E sua deliciosa e rosada boca beijei.


Então fechei os olhos na idade Média

E quando abri acordei já no Século XXI.

Ela no passado distante me curou e ficou.

E o sonho na realidade do presente acabou.


Joaçaba, 15 de outubro de 2003. (Fim da tarde).


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