28-Me leva ao inferno aquela que deveria me levar ao céu.

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Tão linda, bela, meiga e graciosa por dentro e por fora.

Tão querida, tão amável, tão gentil. Que eu a amo já sentiu.

Que capricho da existência! Que generosidade da natureza

Quando deu vida a essa flor e a encheu com toda essa beleza!


Quando ela me vê por fora, vê um corpo calmo,

De rosto tranquilo, sereno e muito pacífico.

Mas não vê por dentro a alma em tormento

Totalmente descontrolada por uma overdose

De desejo por ela, sua amada e desejada.


Desejo de ser amado e desejado

Na mesma proporção que a ama e a deseja.

Mas quando eu a vejo vejo meu desejo insatisfeito.

Não vejo nenhuma esperança de satisfazê-lo.


E a ausência de esperança gera o desespero.

E o desespero gera o tormento e o tormento...

Uma profunda sensação de mal-estar.

E essa sensação é que é o verdadeiro inferno!


A Lúcia daquela igreja capitalista faz bem

Aos meus olhos, mas mal pra minha alma.

Anja que acalenta o meu exterior,

Demônio que devora minhas entranhas!

Por isso a evito e vou continuar

A evitando sempre que puder.


Ficar perto dela é como aprisionado

No inferno olhar para cima e ver

O paraíso no infinito inatingível.


O desejo que ela me desperta leva-me ao inferno.

O amor que ela me nega me priva do paraíso.

Que contradição envolvendo uma garota que

Se gaba de ser uma obreira na "casa de Deus"!


Joaçaba, 06 de agosto de 2009. (Tarde).

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