[ 𝟎𝟎𝟏 ]

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CAPÍTULO UM a chegada

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CAPÍTULO UM
a chegada

A casa se erguia diante delas, não exatamente feia, mas sim desgastada pelo tempo e pelos anos de negligência. A pintura descascada, as janelas embaçadas e a grama alta pareciam testemunhas silenciosas do passado, entretanto, para Crystal, aquele lugar carregava uma importância especial, embora sua mente não pudesse recordar os detalhes.

— Crystal venha me ajudar com as malas.

Foi Sammy, a mãe das duas meninas, quem quebrou a contemplação de Crystal ao chamá-la. Sammy era uma sombra do que costumava ser, somente um corpo sem alma, porem a maternidade ainda lhe dava o poder de comandar.

Crystal se apressou para pegar as bagagens no porta-malas do táxi parado em frente a sua casa, ele tinha levado as meninas da rodoviária ate o local que se encontravam e em todo o trajeto a única coisa que Crystal conseguia fazer era observar aquela cidade, que parecia algo novo, como se a garota nunca tivesse realmente morado ali.

— Querem ajuda? — Ofereceu sua irmã mais nova, Ruby, que tinha cabelos grandes e ondulados amarrados em duas tranças e um olhar inocente e observador. A irmã mais velha negou já que era evidente que suas mãos frágeis não seriam suficientes para suportar o peso das malas.

— Vamos, se apressem meninas! Já está escurecendo e não vejo a hora de relaxar, mudanças são tão cansativas. — Lamentou Sammy já entrando na casa com as mãos vazias, deixando todo o trabalho para sua filha mais velha, que bufou frustrada.

Com as três malas que trouxeram, Crystal adentrou a casa, seguida por Ruby. Assim que a adolescente pisou na sala ela soltou as malas no chão, assustando sua mãe.

Seus braços e mãos exibiam marcas das bagagens pesadas e Crystal passou as mãos em cima tentando fazer desaparecer. Logo, ela olhou ao redor, percebendo a atmosfera melancólica que envolvia a residência. Embora não pudesse recordar, ela sentia que aquele lugar continha memorias do passado que definiriam seu futuro.

Um sentimentos de tristeza, solidão e um vazio indescritível a atingiu, com toda a mudança a garota tinha esquecido dos problemas que estava enfrentando mas naquela casa aquilo parecia ser mais evidente.

Crystal sabia que sua mãe não era capaz de cuidar delas,  e ela que deveria tomar a responsabilidade por Ruby, a única constante em sua vida turbulenta. Ela desejava que seus pais pudessem oferecer mais, que pudessem enxergar o que realmente importava.

Crystal costumava pensar que se seus pais dessem um pouco mais de atenção para ela e sua irmã as coisas seriam totalmente diferentes, porem, se convencia que a única pessoa que realmente precisava em seu lado era sua irmã, nada mais, nem ninguém mais.

Crystal falava sobre a dependência de Ruby nela, mas, no fundo, reconhecia que era ela quem precisava da força e apoio de sua irmã. Nos últimos meses, quando a escuridão ameaçava engolir ela, Ruby havia sido sua âncora. E a jovem sabia que precisava lutar não só por si mesma, mas também para proteger sua irmã da bagunça que era sua família.

— Cuidado menina — Em meio a esses pensamentos, Sammy a interrompeu com uma advertência . — Vai quebrar todas as minhas bebidas desse jeito.

A mulher de cabelos escuros e nem um pouco volumosos, que tinha um olhar vazio e embriagado que Crystal não reconhecia mais foi até sua direção e pegou sua mala verde escura, abriu e tirou do emaranhado de roupas uma garrafa de vinho .

— Mãe, não tome isso agora, por favor. — Crystal cautelosa, tentou impedi-la tirando o vinho da mão da mulher, mas a progenitora desviou e deu um tapa na mão que se aproximava de sua bebida.

— Suba para seu quarto com sua irmã. — Gritou com raiva apontando para as escadas, porem quando percebeu que as meninas não se moveram ela foi para cima de Crystal — Agora.

Dessa vez ela gritou bem mais alto, assustando elas.

Ruby, sabiamente, pegou na mão de sua irmã mais velha que olhava fixamente para sua mãe com um olhar desapontado e a conduziu para as escadas.

— Você sabe que ela está sensível, não podemos estressar mais. — No segundo andar Ruby tentou acalmar sua irmã.

— Ruby a gente não merece isso, você sabe. Eu só queria ter..., não aguento... — A mais velha resolveu não falar o que sentia, como destruía ela ver sua irmã crescer nesse ambiente.

Crystal reconheceu que a sobrecarga de seus problemas não era justa para uma jovem de apenas catorze anos.

— Olha, que tal escolhermos nossos quartos, podemos nos distrair, e a gente pode sair amanhã para evitar mamãe, que tal? Aqui tem um shopping, sabia? — Falou a menina otimista.

— A gente pode ir ao shopping amanhã então, a gente almoça e toma sorvete -- falou sabendo do amor de sua irmã pela sobremesa. — E em relação aos quartos, você pode ficar com esse primeiro, ele parece mais quentinho, o que acha?

— Você é a melhor irmã do mundo, sabia? — a mais nova abraçou sua irmã tão forte que ela não conseguia respirar, mas abraçada por sua irmã, Crystal finalmente encontrou um refúgio em meio à turbulência que era sua vida.

Ela sabia que, enquanto tivesse Ruby ao seu lado, haveria esperança, força e amor para enfrentar qualquer desafio que a vida lhes reservasse. Afinal, Ruby era a âncora que mantinha a esperança viva em seu coração.


NOTAS DA AUTORA —

Bem vindos a minha nova historia. Esse capitulo foi bem pequeno porem espero que vocês tenham gostado, e me perdoe por qualquer erro gramatical, como essa e minha primeira obra publicada a escrita ainda não esta das melhores.

𝐓𝐇𝐈𝐒 𝐁𝐈𝐙𝐀𝐑𝐑𝐄 𝐖𝐎𝐑𝐋𝐃, 𝒮𝑡𝑒𝑣𝑒 𝐻𝑎𝑟𝑟𝑖𝑛𝑔𝑡𝑜𝑛.Onde histórias criam vida. Descubra agora