Uma boa forma de seguir em frente

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Já havia se passado mais de um mês desde o término do relacionamento de Sheldon e Amy.

Aparentemente a vida de Sheldon seguia o curso normal. A sua rotina previsível e cheia de regras bem como a presença de Leonard e Penny no apartamento o ajudaram a se recuperar. Porém, era só um olhar mais atento para perceber que ele parecia muito mais quieto e triste.

Toda noite ele se lembrava dela antes de dormir e sentia a saudade apertar o coração. Quando mais uma terceira quinta-feira do mês chegou e ele não precisou sair para um encontro, ele pensou que se sentiria aliviado por não precisar ceder a todas as baboseiras românticas, mas na verdade ele sentia falta.

Um dia, quando os quatro amigos estavam no laboratório de Howard, o astronauta o mostrou a engenhoca que criou para enganar Bernadette, fingindo que ele se exercitava. Os meninos ponderaram que um pouco de exercícios não faria mal e, ao chegarem ao 4A, Leonard insistiu na ideia de procurar alguma atividade para o grupo.

Esgrima parecia uma boa, pois atendia a vários critérios positivos deles. Ao chegar na aula, Sheldon se surpreendeu com a facilidade com que seu corpo correspondeu aos movimentos. Ele começou a se sentir vivo de novo e tudo ia bem.

- isso é divertido! - Sheldon exclamou.

- Que bom! É ótimo ver você com a cabeça longe da Amy - Leonard disse

- O que houve com a Amy? - Krypke perguntou

- Não que seja da sua conta, mas ela terminou comigo. - Sheldon respondeu sentindo aquela dor no peito novamente. Em outros tempos ele procuraria um médico imediatamente, mas agora ele já sabia que isso era porque estava sofrendo.

- É mesmo? Bom saber... - Krypke respondeu.

- "Bom saber"? O que isso quer dizer? - Sheldon perguntou para Leonard.

- Acho que significa que ele tem interesse na Amy.

"Krypke interessado em Amy? Que absurdo!", Sheldon pensou e em seguida disse:

- Mas isso é inaceitável! 

- Amigo, entendo que não goste, mas isso não tem a ver com você.

- Mas ele é burro... Tem cara de burro! 

- Se não for com ele, eventualmente a Amy vai começar a namorar outros caras.

Que pesadelo. Sheldon se sentiu enjoado só de imaginar.

- Você acha?

- Claro, ela merece ser feliz.

- Como ousa! - Disse Sheldon, batendo na cara de Leonard com sua luva. - "Ótimo, mais um pra dizer que Amy não era feliz comigo."

Aquilo tudo foi demais para Sheldon, tanto que ele nem se concentrou mais. A aula acabou, mas seu pensamento estava longe. Já era doloroso demais reaprender a viver a vida sem Amy. Porém ele não sabia se poderia aguentar ela e o seu rival profissional, o mal caráter do Barry Krypke, namorando. 

Sheldon se lembrou de quando Krypke achou que ele não ia bem no trabalho por causa do relacionamento com a neuro-bióloga. Ele tinha se gabado falsamente sobre seus encontros íntimos com ela. E se isso tivesse despertado o interesse de Barry por ela? E se ele também quisesse mexer seus quadris com Amy? 

Já foi ruim quando ela o ajudou com a teoria das cordas e ele lhe deu um champanhe em agradecimento. Na época, ele se sentiu traído. Hoje, ele percebeu que tinha culpa nisso, pois não tinha valorizado a opinião profissional da sua namorada, enquanto Barry sim. Quantos erros mais ele tinha cometido e que o fizeram perder a Amy aos poucos? Pareciam não ter fim... O tempo todo ele percebia algo errado que fez e isso era devastador.

A recuperação do términoOnde histórias criam vida. Descubra agora