A preparação para a noite de estreia

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Terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Na primeira vez que Sheldon Lee Cooper viu Amy Farrah Fowler em uma cafeteria, algo inédito aconteceu com ele: ele notou o quanto ela é bonita.

Não que ele nunca tivesse achado uma mulher bonita antes, mas essa foi a primeira vez que a beleza lhe saltou os olhos antes de qualquer coisa. Ele não sabe se foram os olhos verdes e únicos dela, sua voz grave ou os traços fortes e bem definidos em seu rosto.

Talvez tenha sido um pouco de tudo isso e mais: ela não estava fazendo o menor esforço para parecer bonita e atraente, tendo em vista que estavam ali para um encontro romântico. Ela não estava usando sua beleza a seu favor para conquistá-lo. Ela estava sendo apenas ela mesma e, assim, ela era a mulher mais linda que o físico já tinha visto em sua vida.

Mas algo lhe dizia que ela era mais do que isso. De cara, já parecia uma mulher interessante apenas por não gostar de meias sujas, não falar gírias e não ter vínculos religiosos. E quando ela o informou que não queria contato físico, incluindo o coito, ele se permitiu relaxar. Talvez pudessem ser amigos, já que nenhum deles estava de fato a procura de um romance.

Foi o que o motivou a convidá-la para tomar uma bebida com ele (a escolha de bebida dela também o deixou satisfeito. Nada de café ou algo alcoólico, apenas água morna). Apesar disso, seus olhos o traíram, fazendo-o olhar duas vezes aquela bela incógnita ao seu lado.

Se dissessem aquele Sheldon do passado que, cinco anos depois, ele estaria namorando aquela mulher ele usaria todas as formas de expressar deboche que conhecia.

Se dissessem a ele que cinco anos depois ele já teria pego nas mãos dela, a beijado em público em um trem e até a ajudado a tomar banho ele olharia cético e mexeria sua cabeça enquanto suspenderia os braços cansado dessa tolice.

E se dissessem a ele que, cinco anos depois, ele estaria considerando fazer coito com sua namorada, como um presente de aniversário para ela, ele iria rir e esperar pelo bazinga.

Sim, coito. Enquanto pensava no que poderia dar a Amy que fosse divertido, só ele pudesse dar e ela não compraria para si mesma, essa foi sua única conclusão. Desde que começaram a namorar, Amy sempre quis ter coito com ele. Isso não era segredo.

É engraçado, mas ele se lembra que nem sempre foi assim. Além desse primeiro encontro onde ela traçou os limites, várias vezes ela parecia não ter interesse algum nele, enquanto ele se debatia com um sentimento desconhecido e uma vontade de conhecê-la cada vez mais.

Quando Amy demonstrou excitação sexual pelo ex namorado de Penny, Sheldon se supreendeu ao perceber que estava duplamente decepcionado. Em primeiro lugar porque ela estava interessado em outro cara que não era ele e em segundo porque era um cara burro. O mais surpreendente ainda foi perceber que ele estava com ciúmes do pobre homem de intelecto superior, apenas porque tinha despertado a atenção dela.

Quando Amy aceitou sair com Stuart, o mesmo tipo de sentimento o invadiu, porém com mais força, já que pelo menos com Zack tudo que aconteceu foi um aperto de mãos.

Ele tentou negar, ignorar, fingir que aquele sentimento não existia. Quando decidiram se afastar no início da amizade deles, tentou mostrar para si mesmo que poderia seguir sua vida normalmente, mas falhou e, embora jamais admitisse, sentiu-se uma farsa a cada gato que comprava.

Uma vez Leonard dissera que Sheldon era um robô sem sentimentos, mas que o relacionamento com a Amy tinha transformado-o em um homem de sangue quente com desejos sexuais. E ele respondeu que era a coisa mais estúpida que ele tinha ouvido, porque ele não era nada disso. Mesmo antes de Amy, Sheldon era um homem com genitália esteticamente agradável e que correspondia ao propósito biológico ao qual foi criada. Uma cruz que ele tinha que carregar, é verdade, mas ainda assim.

A recuperação do términoOnde histórias criam vida. Descubra agora