( 10 ) - Yellow + Pink

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O celular de Riki estava bombando. Mas não era uma coisa boa como se o garoto fosse um artista mundialmente famoso e decidisse postar uma selfie depois de um longo tempo, coisa que faria os fãs surtarem e engajarem a foto ao extremo, causando assim muitas notificações. As notificações na verdade eram de uma pessoa em específico que parecia querer muito conversar com o Nishimura.

Era a milésima vez que o loiro olhava o celular receber uma ligação, com o contato "jungwonie💗" brilhando na tela. E por Riki não atender suas chamadas, o garoto não o poupava de mensagens.

No outro dia, cerca de dois dias atrás, o garoto saíra correndo e Jungwon o chamou, mas as intenções de Riki de o responder ou até retornar todos os tipos de contato que o mais velho tentava eram mínimas.

Simplesmente ignorava todos os tipos de meios que o Yang usava para chegar em si. Se sentia desconfortável e triste com a ação do ex-amigo, e também, odiava se lembrar do rosto de Sunoo ao presenciar aquela cena dramática.

Se sentia mal, realmente mal, e perdido, como cego em tiroteio. Sabia que tinha magoado Sunoo, e isso magoava a si mesmo, mas pelo menos conseguia enxergar e tentava focar no possível sentimento que o Kim nutria por si.

Era um sábado ensolarado, e Riki costumava levar a sério essas coisas de sinais do universo. Ao ver o dia lindo sem nuvens no céu brilhando com seu azul decidiu que por mais que não conseguisse deixar de lado o sentimento ruim que florescia em seu coração por ter chateado a pessoa de quem gostava e por ter sido beijado pela pessoa que já gostou algum dia, reuniria toda a sua energia que vivia sempre em seu interior e gastaria tudo com a mais pura sinceridade de seus pensamentos e sentimentos. E só uma pessoa o fazia ter essa determinação.

Esse era Kim Sunoo.

E Nishimura Riki não o deixaria escorrer por seus dedos como se o garoto fosse grãos de areia.

Nesse sábado ensolarado e quente a última coisa que Riki queria era perder seu tempo se lamentando por algo que ele poderia ser a solução, e por isso, juntou seu celular jogado de qualquer forma na mesinha de sua sala de estar e saiu de casa sem nem trancar a porta, deixando para trás o líquido que escorria de seus olhos já secos no tecido do sofá.

Enquanto atravessava a rua, sentiu uma vibração em sua mão, era seu celular. Obviamente, como nos últimos dias, era Jungwon tentando o contatar, mas Riki sentia que dessa vez deveria atender, para não dar a mensagem errada de que as ações do Yang nunca seriam perdoadas. Os garotos estavam criando uma relação amigável após a briga, que foi interrompida obviamente pelo movimento brusco de Jungwon, que foi ter o beijado sem aviso e consentimento.

Por mais que Riki não tenha reconhecido Jungwon após a briga e toda a muvuca, conhecia o antigo Jungwon, e não duvidava que o garoto não tivesse mudado. As vezes as pessoas realmente estão em um momento de muita fragilidade, no caso, Jungwon. O normal é ter raiva, e isso foi o que Riki sentiu espontaneamente. Mas quer saber? O Nishimura sabia que o Yang o daria uma explicação e estava perdendo seu precioso tempo consigo, coisa rara do garoto. Por isso, achava que valeria a pena escutar o que o mais velho tinha a dizer.

Sem pressa o Nishimura clicou no botão verde estampado na tela de seu celular, em seguida colocando o aparelho em seu ouvido. Não demorou muito para ouvir a voz surpresa de Jungwon.

— Riki? Você realmente me atendeu? Não é miragem minha? — O garoto falava encantado e desesperado ao mesmo tempo.

— É, eu atendi... — O loiro respondeu não querendo ser rude ou grosso, mas sim por não saber o que falar.

— Er... será que poderíamos conversar? — Riki ouviu a voz hesitante e receosa do menino em seu ouvido, apenas separados por um aparelho e alguns quilômetros de distância.

Três Corações e Uma HistóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora