( 6 ) - Purple

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O sinal indicando que as aulas tinham começado tocou alguns minutos após a sessão de choro. Sunoo até sugeriu para que os meninos fossem até a biblioteca e ficassem por lá até Riki se acalmar, mas o garoto se recusou. Após tantas fugas para fugir da escola nos últimos tempos, estava se sentindo mal consigo mesmo.

A sorte foi que os garotos acabaram na mesma sala, e o humor de Riki subiu ao ver Sunoo se apresentando na frente da sala como o aluno transferido, finalmente ele teria uma companhia após tanto tempo passando o período de aula e o intervalo sozinho.

As vezes no meio da aula o Nishimura sentia suas costas queimarem, como se alguém estivesse o olhando, e essa pessoa teria laser nos olhos, quase cavando sua pele e sua carne até o osso. Quando o adolescente se virou para ver, flagrou o olhar de Jungwon em si, enquanto ao seu lado estava Sunghoon fazendo as atividades que o professor tinha passado para os alunos fazerem em dupla.

A relação de Jungwon e Riki estava estranha. Claro, tudo ficou estranho depois de tudo que aconteceu. Desde o dia em que Riki viu pela primeira vez Jungwon e Sunghoon abraçados, tudo mudou. Em sua vida, em seu humor, em suas amizades, principalmente na amizade dos dois garotos, que esfriou para -50 °C.

O Nishimura realmente não queria que as coisas acabassem assim, mas foi inevitável, tanto que chegou ao ponto de Riki nem se importar mais tanto assim com o fim da amizade. O Yang tinha se tornado uma pessoa diferente e infelizmente tinha preferido machucar o coração de Riki, e não era nem porque Riki o amava e o desejava todos os dias, até porque Jungwon nem sabia dessa parte, mas sim porque ele preferiu receber o "amor" do menino mais popular da escola do que de seu amigo de anos. Ele trocou um amor sincero fraternal por um amor falso de um garanhão da escola.

E Riki se sentia totalmente confortável em afirmar que Sunghoon era um garanhão. O garoto até ousava dizer que ele era um bad boy, apenas por seu jeitinho de ser. As fofocas sobre o Park corriam soltas pela escola, e muitas delas eram confirmadas. De que Sunghoon ficava com muitas garotas da escola na época que namorava uma menina de outra cidade. Ou que já tinha sido homofóbico com um professor. Para a surpresa de Riki ele acabou namorando seu melhor amigo, e para a surpresa da escola inteira também, tanto que as fofocas e murmurinhos pelos corredores quando o casal passava era quase insuportável de se ouvir, por isso que nos últimos tempos Riki evitava passar perto do casal, tirando o fato de não querer ver os dois juntos porque seu coração doía.

Mas agora por algum motivo seu coração não estava doendo tanto quando antes. Talvez tivesse sido esse tempo todo de dor e sofrimento, ou os conselhos de Jake, ou ter que enfrentar o casal todos os dias na escola, ou uma presença nova que tinha distraído sua cabeça disso tudo...

Pensando nisso, Riki sente o garoto ao seu lado o cutucar, e o olha na hora.

— Faça as atividades, Riki. Não quer que o professor te faça lavar o banheiro depois da aula, não é? — Sunoo fala brincalhão enquanto fazia seus próprios exercícios. Se fosse Jungwon falando isso no passado, Riki teria rido e teria levado isso como uma provocação, então os dois iriam começar uma competição para ver quem terminaria as atividades primeiro. Mas dessa vez era Sunoo, ultimamente tudo estava se tratando de Sunoo, e o fato do Kim o mandar fazer suas lições não o fez despertar uma sensação de competição, ele apenas queria obedecer as ordens de Sunoo, que nem a sensação de respeitar os mais velhos. Por algum motivo as palavras de Sunoo naquele momento fizeram o Nishimura se sentir bem, muito bem. Quem raios ficariam muito bem e com o coração acelerado com alguém o mandando fazer as atividades? Era o terror de todos os estudantes.

Riki então fez todas as suas atividades bem feliz e realizado, como se ler uma questão, pensar e escrever sua resposta fosse super revolucionário, com Sunoo ao seu lado as vezes rindo de algo e fazendo alguma piada. Sunoo regenerava sua energia totalmente, nem parecia que o garoto estava chorando muito mais cedo no gramado da escola. Mas parecia que as lágrima foram o suficiente para fazer o Nishimura superar metade de suas frustrações acumuladas. Era como se tudo tivesse ido embora naquele momento, naquelas lágrimas e naquele abraço.

Três Corações e Uma HistóriaOnde histórias criam vida. Descubra agora