03 de novembro

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   Aqui estou eu, dia 03 de novembro, o dia que tudo ia começar pra mim. Já havia começado pra os outros, mas pra mim, ainda não.
Ontem, eu a Jessy ficamos conversando sobre tudo, ela me pediu conselhos sobre o que falar, bom, eu não queria incentiva-lá a nada eu só pedi, quase implorei, pra que tomasse cuidado com o que falava...

    09h da manhã, é a hora.

- Bom dia a todos, sou o delegado Alan Bloomgate. Hoje 03 de novembro de 2022 iniciamos mais um dia do julgamento do senhor Jake Donfort. Hoje, nossas testemunhas serão: Jéssica Hawkins, Daniel Anderson e Cleo (não é dito o sobrenome no jogo).

    Jessy, Dan e Cleo, começam a falar, cada um em sua vez, eles não falam nada que me deixe em alerta, apenas tudo aquilo que a polícia já devia saber: Jake entrou em suas vidas através de mim, seus primeiros contatos com ele foram depois que eu entrei no grupo, ele quase nunca falava lá e seu principal meio de comunicação era eu. Tínhamos segredos, que logo compartilhamos com o resto, nossas descobertas, e assim eles passaram a confiar no Jake.

    Eu não ouvi nenhuma palavra do Jake, e não queria. Eu não queria ouvir sua voz sofrida, de choro ou de dias sem dormir...

- Muito bem senhores, se saíram bem hoje. Se mentiram, mentiram muito bem. – Alan fala, se aproximando de nós que estávamos fora da sala de julgamentos, esperando algum milagre eu acho.

- Você pode nós falar se teve, algo... Não sei, alguma reação positiva de alguém? – pergunto.

- Olha, s/n. Eu diria pra não se preocuparem com reações positivas, e sim com negativas. O Jake será preso de qualquer jeito, mas pra um hacker habilidoso como ele, apenas ser preso não funciona. O governo quer que ele trabalhe para eles, então, isso vai diminuir sua pena. Mas em caso de acusações que o Jake ajudou o Richy no sequestro de Hannah Donfort, isso já muda tudo.

- E por que ainda insistem nisso, Alan? Já sabemos que foi o Richy, vimos com nossos olhos o vídeo dele se declarando como sequestrador da Hannah.

- S/n. Ainda acham que ele pode ter ajudado de alguma forma, o Richy hackeou vocês várias vezes, certo? E o que mais serve pra hackear além de um hacker?

- O próprio Richy poderia ter feito tal coisa.

- Sim, mas não sabemos, não temos provas disso. – Alan fala.

- Claro... – falo e me retiro, todos haviam ficado calados para escutar, Hannah, Thomas, Dan, Lilly, Cleo e Jessy. Aquilo doeu muito, doeu ouvir que mesmo que tudo desse certo o Jake teria que trabalhar pra o governo, ele nunca ia querer isso.

- Ei, finalmente te achei Boo. – Dan fala, chegando perto de mim. Eu tinha me "escondido" em uma escadaria do lado do tribunal, estava lá, lamentando minha existência. – Eu não posso descer aí, mas sei que você pode me escutar daí.

- Claro que posso, Dan.

- Então... Eu sei como é difícil s/n. Mas o garoto hacker vai ficar bem, sabemos que não foi ele.

- Mas como vamos provar isso? Até você achou em um momento que o Jake pudesse ser o homem sem rosto.

- E você nunca achou? Ah, s/n. É difícil confiar em alguém que você mal conhece.

- Engraçado, porque foi exatamente alguém que você conhecia há anos que fez isso tudo acontecer.

- Isso é verdade... Vamos pra casa. Não faz sentido você ficar aqui, sozinha. Qual é, posso te dar uma carona na minha super cadeira de rodas.

- Dan... – ele consegue arrancar um sorriso meu.

- Posso ficar com você hoje? Você me prometeu um filme uma vez.

- Claro, Dan. Pode sim.

    Dan e eu fomos para minha casa, assistimos um filme como prometido, comemos e um pouco mais tarde Jessy veio buscá-lo. Confesso que Dan me tirou altas risadas, e mais uma vez, meus amigos conseguem me deixar feliz.

STORM - a tempestade pós caosOnde histórias criam vida. Descubra agora