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Chloe.

-Você acha que ele tá bem mesmo? -Pergunto para Robin enquanto vemos Steve com a cabeça abaixada no balcão.

-Não sei dizer.

-Quer voltar lá? Vocês se conhecem a mais tempo... sei lá.

-Não, tudo bem. Quando ele precisar desabafar, ele vem até mim. É assim que a gente funciona.

Eu só concordo e dou partida no carro, ela vai me indicando o caminho.

-Ele não se lembra de mim. -Digo simplesmente. Eu nem sei de onde veio isso, mas sinto o impulso de falar. -Eu estudei com ele todo o fundamental e ele não se lembra de mim.

-Ele também não se lembrava de mim.

-Ele é um babaca.

-Ele melhorou bastante, -ela brinca com a gravata que está usando -Eu juro. Ele era bem pior. Seu irmão fez mágica nele.

Sorrio sem perceber, Dustin consegue ser a melhor pessoa do mundo, com todo mundo.

-Eu sei que ele não é tão ruim, eu só odeio ele.

-Não parece. -Robin ri.

-Não é um ódio mortal, é mais como um ódio saudável.

-Acho que isso não existe.

-É quando você quer tanto odiar a pessoa, que não consegue.

-Isso me parece outra coisa... -Ela me provoca.

-Não, não mesmo. Eu já passei dessa fase.

-Ah meu Deus! -Robin sorri de orelha a orelha. -Então teve uma fase?

-Claro que teve! É a porra do Steve Harrington! -Dou risada. -Não é fácil para mim ter que lidar com ele agora.

-Imagina se fosse. -Ela ironiza.

-Não, é sério. Eu mal consigo controlar minhas mãos. Ele também não ajuda, ficando tão perto de mim.

Robin está gargalhando quando me diz para virar a esquerda.

-E o cheiro dele? -Quase grito ao começar a falar. -Ele tem um cheiro tão bom! Eu odeio isso!

-É claro que odeia. -Ela sorri. -Não acredito que você era uma das fãs do Harrington.

-Eu não era! Acredite, não mesmo! Eu mantive tudo bem guardado. Além do mais, a Nancy era afim dele e nós éramos melhores amigas, então...

-Talvez por isso ele não se lembre. Você não lambia o chão onde ele pisava.

-Eu prefiro comer meu sapato. Obrigada. -Estaciono na frente da casa que Robin me indicou. -Aqui estamos.

-Obrigada pela carona. -Ela estende a mão e fazemos um toque. -Te vejo na segunda.

-Até.

Espero ela entrar antes de sair, moro do outro lado da cidade, então passo na frente da locadora no caminho para casa. Está tudo apagado, Steve está entrando dentro do carro. Pego o comunicador do rádio policial e ouço a estática. Meu dedo paira sob o botão, o que eu falaria para ele? Por que eu falaria com ele? Lembro que preciso me arrumar para meu encontro, coloco o rádio de volta no lugar e a estática para. Vou direto para casa.

Eddie está gato demais usando uma jaqueta jeans e calças pretas. Eu coloquei jeans e uma blusa de botões que ganhei da minha tia.

Ele está parado na porta do meu quarto, me olhando com um sorriso enquanto eu termino de passar maquiagem nos olhos.

-Não passe nada nos lábios, vai ser um desperdício.

To love a boy IOnde histórias criam vida. Descubra agora