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Steve.

A clareira do lago dos amantes é o lugar mais romântico do mundo em noites como essa. O vento sopra nas árvores, a luz da lua reflete na água e deixa tudo prateado. Carrego um cobertor até a beirada do lago e o estendo, convidando Chloe a se sentar.

Eu não sei onde estava com a cabeça quando pensei que seria uma boa ideia trazê-la aqui. Meus lábios e minhas mãos não aguentam a tentação de ver a pele dela sob o luar.

-É lindo. -Ela sussurra.

-Por que você está sussurrando?

-Porque tenho medo de estragar esse lugar imaculado. -Ela deita sob o cobertor, o short que está usando sobe mais pela coxa.

Eu me deito ao seu lado, apoiando minha cabeça em uma das minhas mãos, para que eu possa a olhar. Coloco meu dedo indicador na coxa dela, traço o desenho da borboleta.

-Está com frio? -Pergunto.

-Não.

-Você está arrepiada.

Ela olha para o meu rosto, estica a mão e segura meu dedo que passa pela sua pele.

-É por sua causa. -Entrelaça nossos dedos. -Por que você me trouxe aqui?

-Achei que você precisava respirar.

-Eu precisava. -Ela beija minha mão. -Obrigada.

Eu desaprendi a falar, desaprendi a pensar e até a respirar. Já tivemos momentos mais intensos que esse, mas nada nunca vai ser tão íntimo quanto esse gesto e a voz sussurrada dela, na escuridão.

Deito de costas, mas continuo com meus olhos nela, mantenho nossas mãos entrelaçadas em cima do cobertor. Olhamos para o céu, ela conta as estrelas. Eu conto as sardas do nariz dela. Não consigo desviar meus olhos da curva suave da boca. Talvez eu esteja ficando louco.

-Me perdi por volta dos 135. -Ela ri.

-Você tem exatamente vinte e três pintinhas no arco do nariz. -Eu digo.

-Não seja bobo, você não contou isso.

-Contei sim!

Ela ri, olha para o meu rosto com o canto dos olhos, o sorriso fica um pouco maior.

-Para de me encarar, seu esquisito.

-Não consigo tirar meus olhos de você, Chlo.

Ela respira fundo, aperta minha mão e se senta. Puxa a bolsa de algum canto do cobertor e pega a polaroid, tudo isso sem soltar a minha mão. Chloe tira uma foto do lago, depois uma foto das nossas mãos e por fim, uma foto minha.

-Eu vou começar a cobrar a cada foto minha que você tirar. -Eu a provoco.

-Quanto?

-Um beijo a cada foto.

Em um segundo ela está sentada em cima de mim. As estrelas contornam a silhueta dela como uma pintura, uma obra prima. Ela deixa um beijo em cada uma das minhas bochechas.

-Pronto, está pago.

-Não foi isso que eu quis dizer.

-Você disse que o preço era um beijo, você não disse onde. -Ela sorri vitoriosa.

Eu a puxo de encontro ao meu corpo, faço cócegas em seu quadril, ela se contorce toda em cima de mim e é uma tortura. O rosto dela para a centímetros do meu, um minuto de descuido e eu poderia beijá-la.

-Por que você está carregando essa câmera para todo lado? -Eu pergunto, tentando me distrair.

-Estou coletando memórias, ou melhor, fotografando.

To love a boy IOnde histórias criam vida. Descubra agora