Capítulo.2

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      No final do expediente Yuta me deixou em casa como sempre. Entrei tirando os casacos, e meu sapato vendo meu pai na cozinha apoiado na bancada enquanto o tablet estava em cima bancada e ele vai passando aos poucos.

— Vou tomar um banho e trazer os tabuleiros — eu disse.

— Vai querer alguma coisa doce?

— Na verdade eu trouxe doces — eu disse colocando em cima da bancada.

— Obrigado — ele disse.

Eu subi para o quarto, tomei um banho e desci as escadas. Eu estava usando um dos meus pijamas de inverno, um rosa bebê de moranguinhos. Enquanto eu equilibro os tabuleiros nas mãos.

— Saori não vem hoje? — eu perguntei.

— Ela vem. Só que ela  ainda está terminando a ronda.

— Ok.

— Eai como foi o dia? — ele perguntou se aproximando. — Ah eu pedi a pizza.

Ele se aproximou colocando os doces em cima da mesa de centro da sala. Eu liguei a televisão entrando no Youtube para escolher uma música de ambientalização. Eu puxei uma almofada grande que tinha em cima do sofá afundando as minhas costas nela enquanto eu olho para o meu pai.

— É foi um pouco... eu reencontrei o Tamaki.

Eu não acredito — disse meu pai surpreso. Eu consigo ver os seus olhos se arregalando e eu sorri para ele.

— Quem é Tamaki? — a voz doce e calma de Saori aparece no lugar.

Viramos o olhar para a porta e eu observo ela. Saori estava com uma sacola de papel segurando nos braços. Ela estava usando calça social e suéter, com o seu cabelo preto, ondulado e logo solto e com um batom vermelho que combina perfeitamente com a sua pele negra. Ela sorri e coloca a sacola em cima da bancada tirando as coisas dela.

— Eu trouxe salgadinhos e refrigerante.

— Não precisava querida — disse meu pai indo em direção a ela.

Ele abraçou a cintura dela dando um pequeno selinho e eu apenas virei o olhar para o lado.

— Quem é Tamaki?

— Um antigo amigo. De antes de eu ir para o Brasil.

— Eles dois se conheceram bem pequenos. Eu lembro que eu sai para trabalhar e quando eu voltei ela estava em casa sentada no chão do lado de um menino enquanto eles tomavam sorvete de morango — disse meu pai rindo.

— Que fofos — ela disse. — Eu aposto que vocês tinham uma amizade bonita.

— Nada de falar de nós dois... temos uma noite de jogos e eu vou ganhar dos dois.

— Eu duvido muito — disse ela.

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      Sexta-feira novamente é o dia mais cheio daqui, mas hoje não está sendo... bom eu não sei porque. Talvez algum ataque de vilão esteja afetando o comercio. Eu estou em puro tédio deitada com o rosto em cima do balcão com dois marshmallows em um guardanapo mudando o formato deles: coelhinho, coração, gatinho. Eu estava fazendo esse loop há alguns minutos.

Yuta estava aproveitando o pouco comercio e parou para lanchar sentado enquanto Naomi flutuava pelo lugar olhando pela vidraça da frente tentando ver se estava acontecendo alguma coisa na rua, se era só o nosso movimento que estava parado ou o de todo mundo.

— Ei, ei... — disse Naomi.

— Oi — eu sussurrei.

— Olha que gatinho.

Borboletas vão mais embaixoOnde histórias criam vida. Descubra agora