Chapter tree

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Eu me lembro do dia em que minha mãe me contou sobre o Dustin, eu tinha 3 anos e fiquei muito feliz, passei todos os meses conversando com ele através da barriga dela.
Obviamente eu queria uma menina pra brincar, e quando ele nasceu eu tentei fazer com que ele brincasse comigo de boneca, mas ele queria brincar de monstros que invadiam a cidade e arrancavam a cabeça das minhas barbies, por um tempo eu evitei as brincadeiras dizendo que eram idiotas e de menino, mas depois cedi, o pirralho sabia conduzir uma boa história, e sempre perdíamos horas brincando na sala enquanto nossa mãe trabalhava, nossa conexão era surreal.
Depois que cresci e assumi a vestimenta de adolescente chata, ele conheceu os meninos, Mike, Lucas e Will e eu fiquei de lado, mas isso não diminuiu nossa conexão, sempre que podemos, fazemos algo só nós dois, e nosso relacionamento em geral é bom, exceto durante as manhãs, durante as manhãs eu quero matar ele, e tenho certeza que ele também quer me matar.

-OU VOCÊ SAÍ DESSE BANHEIRO, OU EU VOU ENTRAR!

-DUSTIN, EU PRECISO TERMINAR DE ME ARRUMAR.

-PRA QUE? SUA CARA VAI CONTINUAR FEIA!

-AH, VAI DE FERRAR!

-VAI VOCÊ!

-Meninos, podem se matar fora de casa? Eu não gostaria de ter a venda da casa empatada por assassinatos.

-MÃE, ELA NÃO SAI DO BANHEIRO!

-SE QUERIA ENTRAR ANTES, DEVIA TER ACORDADO MAIS CEDO!

-VOCÊ TA AI A UMA HORA E MEIA. SE NÃO SAIR, EU VOU DERRUBAR ESSA PORTA.

-BOA SORTE, TAMPINHA.

Ele começa a contagem e imagino que esteja se preparando para bater com todo o corpo na porta, então espero pacientemente que ele chegue a contagem de 3, quando isso acontece, abro a porta de uma vez e ele se estaba no chão, eu saio do banheiro com minhas coisas na mão e dou um beijo na bochecha da minha mãe, que estava com a gata no colo observando a cena tão familiar de duas manhãs.

-Voce provoca Elouise!

-Depois me desculpo de alguma maneira, o objetivo é irritar ele agora.

Vou para meu quarto e fecho a porta quando os gritos de Dustin ecoam pela casa.
Termino de me arrumar com facilidade. Como não gosto que as coisas fujam do meu controle, sempre faço uma revisão em tudo que tenho que fazer durante o dia na noite anterior, com isso evito todo e qualquer risco.
Minha roupa fica pronta, os acessórios que quero usar separados, os sapatos com as meias e a mochila com todo o material, pendurada atrás da porta.

Desço as escadas em direção a cozinha e olho a mesa de café posta, nada daquilo me atraí, na real, nem gosto de comer pela manhã, mas sei que vou ouvir da minha mãe, e provavelmente de Steve e Robin, então pesco algumas uvas na bandeja e vou para a sala pegar as chaves.

-DUSTIN, ESTOU SAINDO.

-ESPERA!

-NÃO!

-A CULPA É SUA, VOCÊ FEZ EU ME ATRASAR. EU NÃO ACHO MINHA CAMISA DO HELLFIRE!

-PROBLEMA É SEU!

-Eu lavei aquela coisa, está secando.

Reviro olhos e passo a mão pela testa.

-Você me deu um presente e tanto, mãe.

-Vocês se adoram, querida.

-Claro, mas ele jamais vai saber disso. Pode deixar a camisa com o tio Hopper? Vou passar lá depois da aula e depois volto para a escola e a entrego para o Dustin.

-Claro Querida.

-Obrigada mãe!

Deixo um outro beijo e abraço apertados na mulher ao meu lado e ajeito a mochila no ombro.

A thousand tsurus and desire - Eddie MunsonOnde histórias criam vida. Descubra agora