Chapter eighteen

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O encontro com o Munson tinha sido ótimo, conseguimos esclarecer muitas coisas. Conversamos sobre tudo na nossa trajetória, pedimos desculpas um ao outro pelas provocações e no fim da noite, tudo já tinha virado piada.
Conversamos sobre futuro, nada muito específico, só o que queríamos com o final do colégio, sobre as expectativas dele de finalmente se formar, sobre minhas possibilidades de estudo e sobre trabalho, ele tinha bons sonhos com a banda, e eu tinha bons sonhos no campo acadêmico. Prometi ir vê-lo tocar qualquer dia e ele prometeu se esforçar na reta final em que estávamos no colégio.
Conversamos sobre que tipo de casa queríamos e até animais, ele queria um gato, e eu um cachorro, ele queria um trailer para viajar, e eu uma casa com jardim nos fundos.
Não falamos sobre estarmos no futuro um do outro, mas havia algo implícito de que estaríamos e faríamos dar certo de algum jeito.

Eu poderia e queria ter passado a noite toda ali, já que ele tinha pensado em tudo. Na parte de trás do carro tinha cobertas e lanches, o que eu agradeci, já que não tinha comido nada o dia todo. Infelizmente não pude, já que tinha que voltar com Dustin, e era até melhor assim. Depois de longas conversas, eu precisava ficar sozinha para absorver tudo isso.
Pegamos Dustin no fliperama e aproveitamos para levar Lucas para casa, depois de deixar a gente em casa, nos despedimos e eu pedi que ele tomasse um cuidado extremo com a Max e a deixasse em casa, ele prometeu e foi embora depois de me dar um beijo.

...

No domingo, depois do  interrogatório de café da manhã que eu e Dustin ganhamos da minha mãe, fomos limpar o jardim, era nossa obrigação e estava por fazer a semanas.
Decidimos dividir as tarefas, obviamente não sem discutir e querer matar o outro, finalmente conseguimos.
Fizemos a maior parte do trabalho e então eu sugeri pararmos para fazer um lanche, nisso concordamos e Dustin arrumou um espaço no jardim mesmo, com toalhas no chão e eu fui preparar um suco, aproveitei e peguei também um pacote de salgadinhos, voltei e me joguei com ele no chão.

-Logo a gente termina aqui.

-Sim. Tem planos pra hoje?

-Vou ao shopping com a Robin. Quer ir?

-Steve vai?

-Não chamei, mas você devia.

-Vou ligar pro Harrington. Lou... Quer falar sobre o aconteceu ontem?

-Qual parte?

-A do banheiro... O relógio.

Suspiro e devolvo um salgadinho para o pacote. Eu nem sabia o que aquilo significava, mas tirava minha fome.

-Não foi a primeira vez que aconteceu.

-E porque não me disse antes?

-Achei que fosse só... Pesadelos. Aconteceu pela primeira vez em um sonho, depois aconteceu na locadora, no dia da tempestade e agora ontem.

-E o que exatamente acontece?

-Eu sempre volto ao que parece ser o mundo invertido, e sempre escuto essa voz me dizendo pra contar pra ela que dessa vez não venceremos. Ontem eu o vi, tinha uma aparência horrível, tinha o corpo humano, mas era todo deformado, como se... Sei lá. Mas ele insiste que eu conte algo pra "ela"

-Sabe quem é ela?

-Não. Não sei nem o porquê de ser eu a ter essas coisas, visões, transes, sei lá o que é isso.

-O relógio é o algo comum em todas as vezes?

-Sim. Ele é grande, de pêndulo e tá sempre com o local dos ponteiros quebrado. Acha que... Pode ter haver com ele?

Ele sabia de quem eu estava falando. Dustin estava lá quando o devorador de mentes invadiu a minha. Ele foi quem conseguiu me impedir de machucar os outros.

A thousand tsurus and desire - Eddie MunsonOnde histórias criam vida. Descubra agora