epilogue: parte two

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Eddie pov on:

-Melhor Metal do mundo!

Agarro Dustin e juntos comemoramos o melhor solo de guitarra que eu já tinha feito na vida. Uma pena ter sido nesse lugar horrível, se fosse em um show, com certeza a Caixão Corroído conseguiria um bom patrocinador.

Por alguns segundos, esqueci onde estava e do porque tinha feito aquele solo. Distrair os morcegos. Torcia para que eles tivessem conseguido entrar e estivessem dando um fim naquele desgraçado. Tudo que eu queria era subir por aquela corda, esperar eles voltarem e resolver meu futuro com a Lou. Eu sabia que voltar a viver tranquilamente naquela cidade não seria possível, mas eu não me importava, eu mudaria o estilo, cortaria o cabelo, mudaria de cidade e arrumaria um emprego chato, faria tudo isso e mais, mas só se ela estivesse comigo. Era egoísmo da minha parte pedir que ela fosse comigo, mas eu não iria sem ela, não ia perder a mulher que fez mariposas do meu estômago se agitarem, ou eram borboletas no estômago? Não sei, mas ou ela ia comigo, ou eu ia viver debaixo da cama dela.

Os pensamentos de mim vivendo debaixo da cama dela são interrompidos quando os morcegos começam a atacar o trailer e encontram uma possível abertura.

-Eles não passariam por ali, né? 

O buraco da ventilação perde a proteção e cabeça de um morcego passa por ela. Eu me controlo para não gritar e correr, ainda queria mandar a pose perto do pirralho, mas estava difícil. Ataco com a lança e ele se afasta, mas logo um bando de outros percebem a abertura e antes que seja tarde demais, pego uma cadeira e uso de apoio para subir, coloco a tampa de lixo com pregos que tínhamos feito de escudo e seguro com toda força que era possível.

-Precisamos ir Eddie...

-Vai subindo, eu já vou.

Dustin sobe e quando ele está seguro do outro lado, largo a lança e o escudo no chão e me preparo para subir. Antes de ir, começo a escutar os morcegos se afastarem, aquilo era bom, assim eles não passariam para o nosso mundo, mas também tinha o lado ruim, e esse me fez parar a subido pelo meio.

Se eles estavam se afastando, deviam estar voltando pro covil do Vecna, se eles estivessem lá, eles podiam atacar o grupo, eles não estariam esperando, pode ser que não consigam se defender.

-Princesa...

Ouço Dustin me chamar e tento lutar contra o instinto de voltar, tento subir, mas não consigo. Eu precisava ganhar mais tempo, precisava manter todos a salvo, eles tinham feito tanto por mim, eu podia ajudar mais, mesmo que isso custasse muito.

Largo a corda e luto contra o desespero na voz de Dustin entrando em meus ouvidos. Corto a corta improvisada para o Dustin não ter como me impedir, pego as armas, as empunho e espero meu corpo pedir pra eu esquecer dessa ideia idiota, e ele até pede, mas meu coração não deixa, ele batia forte, então suspiro e olho para Dustin.

-Eu vou ganhar mais tempo maninho.

-Ta maluco? Eddie pelo amor de Deus, não faz isso.

-Eu preciso cara!

-Pensa na Lou!

-É justamente nela que estou pensando, cara! Preciso garantir que ela esteja bem. A sua irmã é meu tudo Dustin, eu realmente a amo, e não a nada que eu não faria por ela. Ela me viu de um jeito que ninguém nunca viu, ela me enxergou além do que as pessoas falavam. Ela me salvou... ta na hora de fazer o mesmo. Eu não vou fugir dessa vez!

Saio pela porta e começo a correr, não sei se eles tinham me visto, mas assim que vissem, iam atacar, eu precisava ir pra longe.

Enquanto corria, me lembrei de como a garota loira tinha ficado no meu trailer, me lembro do som dos ossos do amigo do Jason quebrando, do corpo caindo na água, me lembro do medo e da sensação de não conseguir dormir, me lembro das mãos trémulas e de não saber o que fazer. No meio desses pensamentos, foco em quem sempre esteve lá, em quem me tirou do trailer na noite que a Chrissy, em quem ameaçou o Jason com uma arma, Elouise Henderson Munson.

A thousand tsurus and desire - Eddie MunsonOnde histórias criam vida. Descubra agora