A fachada encardida das casas ao redor não era acolhedora; algumas delas tinham janelas quebradas, brilhando silenciosamente à luz opaca do sol da tarde, a pintura estava descascando de muitas das portas, e montes de lixo jaziam do lado de fora de vários degraus da frente.
"Onde estamos?" Harry perguntou baixinho enquanto sentia o Polissuco começar a se desgastar. As ondas de emoção que lutavam por sua atenção desde que Cedrico e Remus chegaram à Rua dos Alfeneiros estavam finalmente começando a alcançá-lo. Ele não tinha certeza de que ainda estaria de pé sem Cedrico apoiando-o.
"Só um momento," disse Remus, remexendo em sua mochila. "Peguei emprestado de Dumbledore. Moody arranca nossas cabeças se ficarmos falando por aí, leia rápido e memorize."
Harry pegou o pedaço de pergaminho, confuso. A caligrafia estreita era vagamente familiar. Dizia: A sede da Ordem da Fênix pode ser encontrada no número doze, Largo Grimmauld, Londres.
"O que é a Ordem da..."
"Não aqui fora Harry!" Remus disse rispidamente, parecendo alarmado.
"Mas onde está...?"
"Pense no que você acabou de ler," Cedrico disse suavemente.
Harry o fez, e assim que ele chegou à parte do número doze, uma porta maltratada surgiu de lugar nenhum entre os números onze e treze, seguida rapidamente por paredes sujas e janelas encardidas. Momentos depois Remus estava batendo forte na porta com sua varinha e Cedrico o conduzia para dentro de um corredor escuro.
Ele ouviu um ruído de assobio suave e, em seguida, lamparinas antiquadas ganharam vida ao longo das paredes, lançando uma luz bruxuleante e insubstancial sobre o espaço sombrio. Foi só então que a realidade - ele realmente deixou aquele inferno - começou a se instalar.
Ouviram-se passos apressados e Sirius emergiu de uma porta no final do corredor, seguido de perto pelos pais de Cedrico. Todos os três pareciam alarmados, surpresos e preocupados por um momento, Harry não tinha certeza de que eles o esperavam. Ele notou que os pais de Cedrico pareciam... mais velhos, mais pálidos do que um mês atrás.
"Sirius," Harry disse fracamente, dando um sorriso para seu padrinho.
"Ah, Harry," Sirius sussurrou. Ele pareceu voar pelo corredor para alcançá-los, e Harry se viu deixando o apoio de Cedrico para ser envolvido no abraço de seu padrinho. Foi incrível finalmente relaxar - sentir o toque humano não rapidamente seguido de dor.
"Eu senti sua falta," a disse Harry prendendo a respiração.
"Harry..." Sirius se separou, olhando para ele atentamente, "Eu senti tanto a sua falta que doeu . Sinto muito por termos deixado você lá. Se tivéssemos... se eu soubesse... eu..."
"Eu sei," Harry disse suavemente, "Sinto muito Sirius."
"Não, garoto," Sirius disse tristemente, "Você não está entre as pessoas que precisam se desculpar."
Harry se virou, vendo seu namorado conversando baixinho com seus pais. O Sr. e a Sra. Diggory pareciam arrependidos, e quando encontraram seu olhar sorriram gentilmente. Um momento depois a Sra. Weasley apareceu, e o abraço que o envolveu foi significativamente mais gentil do que aquele de quebrar costelas que ele esperava.
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Amare: Amar Apesar Da Escuridão
Fanfiction"Amare Non Obstante Tenebris." Amar Apesar da Escuridão. O quarto ano de Harry em Hogwarts foi estressante, confuso e traumático. Mas nem tudo foi dor e tristeza. Depois que ele encontrou sua alma gêmea em Cedrico Diggory na noite da Terceira Tarefa...