Fim do verão

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"Oh, graças a Merlin!", disse Cedrico, puxando Harry para um abraço apertado enquanto contava a notícia.

"Eu sabia! Ron gritou, socando o ar. "Você sempre se safa com as coisas!"

"Eles tinham que inocentá-lo", disse Hermione, que parecia bastante ansiosa naquela manhã e agora estava segurando uma mão trêmula sobre os olhos. "Não havia nenhum caso contra você, nenhum mesmo..."

"Todo mundo parece bastante aliviado, considerando que todos sabiam que eu iria me safar," Harry sorriu.

A Sra. Weasley estava enxugando o rosto no avental, e Fred, Jorge e Gina estavam fazendo uma espécie de dança da vitória ao som de um canção que dizia: "Ele conseguiu, ele conseguiu, ele conseguiu..."

"Já chega, sosseguem!" Sr. Weasley gritou, embora também estivesse sorrindo. "Ouça, Sirius, Lucius Malfoy estava no Ministério--"

Quando Cedrico ouviu aquele nome, algo dentro dele esfriou, lavando a alegria vertiginosa que o havia preenchido com o resultado da audiência de Harry. Era muito difícil ouvir aquele nome sem lembrar de risos... risos frios... gritos... um círculo de homens em capas escuras...

"O que?" Sirius disse bruscamente.

"Ele conseguiu, ele conseguiu, ele conseguiu..."

"Fiquem quietos, vocês três! Sim, nós o vimos conversando com Fudge no nível nove, então eles subiram juntos para o escritório de Fudge. Dumbledore deveria saber."

"Absolutamente, não se preocupe."

Cedrico foi se juntar a Harry e aos outros para almoçar, sentido-se desanimado. Lentamente, no entanto, a felicidade voltou e ele se viu comemorando com o resto deles. Harry parecia tonto de alívio, embora um pouco amargo por Dumbledore o estar ignorando. Os dedos de Cedrico encontraram os de sua alma gêmea debaixo da mesa e seguraram sua mão, confortando os dois.

Abruptamente o comportamento de Harry mudou. Seus dedos apertaram os de Cedrico, sua mão livre apertou sua cicatriz, e ele fez uma careta de dor.

"Harry?" Cedrico perguntou, alarmado.

"Cicatriz," Harry murmurou. "Mas não é nada... acontece o tempo todo agora..."

Cedrico fez uma careta, lembrando do olhar de agonia no rosto de Harry quando Rabicho caminhou em direção a eles no cemitério. Ele desejou, como fez inúmeras vezes, poder proteger Harry de tudo no mundo que lhe causaria dor. Algo no fundo de sua alma gritava sempre que via Harry sofrendo.

Harry já havia sofrido o suficiente por cem vidas.

"Harry..." Cedrico parou. "Acho que você deveria contar a alguém sobre sua cicatriz."

"Quem?"

"Dumbledore deveria saber Harry," Hermione insistiu.

Harry riu alto, uma risada curta e amarga. "Não Hermione, Cedrico, eu estou bem."

Cedrico franziu a testa, mas cedeu, decidindo que ficaria de olho e isso era tudo que ele realmente podia fazer. Ele não podia forçar Harry a ir ajudar, tudo que ele podia fazer era estar lá para oferecer. Mais uma vez, ele se viu amaldiçoando sua própria impotência.

Amare: Amar Apesar Da EscuridãoOnde histórias criam vida. Descubra agora