Vila da Lua Crescente

45 8 1
                                    

oi pessoinhas ><

conseguindo manter uma att semanal por enquanto, vos apresento mais um cap dessa nossa aventura com a introdução de um dos maiores amores do sisi: a vila!

sem mais delongas, deixem um votinho e aproveitem a leitura ~ 

o comentário de vcs tb é mt bem vindo :3

👑

— Fique aqui até ser seguro para você sair, entendeu?

— Mamãe...

As mãos dela eram quentes, o que tornava o pavor frio dos seus olhos ainda mais evidente.

— Mamãe vai voltar para você, xiao xing xing* — um beijo na testa, molhado. Sem entender verdadeiramente, essa percepção atravessou meu corpo como uma flecha, me fazendo estremecer. Ela forçou um sorriso quando se afastou do meu corpo e eu entendi o motivo do beijo ser molhado e do meu corpo ter estremecido: mamãe estava chorando.

Seu sorriso manchado de lágrimas foi a última coisa que vi antes que ela puxasse o cobertor contra meu corpo, um esconderijo ingênuo atrás do divisor pintado com a paisagem rica do nosso reino. Ouvi o som da porta sendo arrastada, fechando e mamãe desapareceu. Mas todo o caos que infestava o palácio continuou.

Eu sentia que cada brado, grito ou tilintar de metal contra metal era um golpe certeiro em meu coração, me sobressaltando dentro do meu esconderijo abafado, me fazendo encolher ainda mais meu corpo toda vez que a percepção de que alguém lutava no corredor caía sobre mim. Apertei meus olhos e encolhi minhas mãos contra meu peito como se dessa forma minha percepção sobre a invasão barbária que estávamos sofrendo fosse se desfazer.

Yi shan yi shan liang jing jing, man tian dou shi xiao xing xing** — minha voz era baixa e chiava pelo medo. Eu tentei continuar mesmo depois que o soluço me pegou desprevenido e interrompeu a cantiga, mas era difícil lembrar o restante da música para continuar me confortando naquele abrigo solitário que falhava em manter o barulho longe.

A estrelinha continuou brilhando infinitamente no canto seco que escapava dos meus lábios, uma tentativa de me distrair com o mesmo método de todas as outras vezes que eu senti medo. Mas a estrelinha não foi capaz de levá-lo embora dessa vez, a resposta do meu corpo sendo um sobressalto agudo quando alguém puxou meu cobertor.

Treze anos depois, eu ainda acordava embebido em suor quando a lembrança se transformava em sonho e inundava minha mente durante toda a madrugada. Apertei o tecido da roupa de dormir na altura do peito, bem onde sentia meu coração doer, batendo ensandecido pelo medo dos barulhos que tomavam o corredor, medo da perda porque não foi minha mãe quem voltou para mim.

Depois daquela noite, ela nunca mais voltou.

— Alteza — era uma voz conhecida que me chamava do lado de fora da porta, mas eu estava muito ocupado afundando o rosto em minhas mãos para responder. Muito ocupado me convencendo de que estava tudo bem, ninguém estava invadindo o palácio e eu estava seguro — O senhor está acordado? Viemos preparar sua água.

Eu suspirei, ainda trêmulo com a sensação que permanecia ecoando em meu corpo como uma nota grave, e ergui os olhos para permitir sua entrada. As cortinas esbranquiçadas penduradas ao redor da minha cama me deram certa privacidade enquanto as criadas enchiam meus aposentos com o cheiro delicado das essências florais para meu banho. Só isso foi o suficiente para me ajudar a acordar, seguindo com passos mais confiantes para me despir e naufragar na água morna. Meus músculos relaxaram instantaneamente e foi como se nenhum sonho ruim tivesse poluído minha boa noite de sono.

Protection: A Dois Passos de Você | yuwinOnde histórias criam vida. Descubra agora