O Mistério Por Trás da Recepção e Uma Atitude Impensada

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oi pessoinhas ><

acho que deu pra ver que minha rotina não permite atts semanais, então continuaremos no formato quinzenal ~

espero que vcs gostem do cap, ele tem vários pedacinhos importantes para futuros acontecimentos :3

boa leitura e deixem aquele votinho+comentário pra fortalecer ~

👑


Caminhar até o pavilhão quase escondido entre as terras reais já era uma tarefa consideravelmente desafiadora à luz do dia. No breu da noite, eu senti que estava guiando Yuta para a queda certa quando escorreguei pela terceira vez nas pedras lisas escondidas pela terra inclinada que precisávamos descer para chegar ao nosso objetivo.

— Vossa Alteza está bem? — pela terceira vez, foi Yuta quem me devolveu o equilíbrio ao me segurar pelo braço.

Era engraçado o quanto ele parecia ter cada vez mais consciência sobre mim. Mesmo que não estivesse me olhando diretamente, ele sabia que eu estava prestes a cair e sempre se movia na hora certa para me ajudar. Eu pisquei atordoado e assenti, mas começava a me sentir incomodado com a caminhada dificultosa.

— Por que você não vai na frente? Eu claramente sou péssimo em nos guiar por aqui.

Yuta falhou em conter um sorriso divertido que me fez bufar, mas acatou meu pedido, descendo sem pressa com um braço ainda estendido para me ajudar. À meio caminho, acabei usando seus ombros como apoio e foi quando vi seu pé deslizar pela primeira vez minimamente fora do percurso.

— Tudo bem? —questionei pelo desequilíbrio, mas Yuta apenas manteve o semblante baixo, o corpo rígido sob minhas mãos e a voz firme ao responder.

— Sim.

Logo a parte da descida terminou e eu suspirei aliviado ao caminhar lado a lado com ele na trilha discreta, feita de terra fofa e folhas caídas, até o Pavilhão Perdido. Estava vazio dessa vez, sem a andança de guardas tensos e olhares preocupados à procura de um ataque surpresa. Nós subimos as escadas de pedra lateral à estalagem embalados pelo som cortante e contínuo da água do rio, o vento também participava da sinfonia da noite, arrastando arbustos e gramíneas ao se atrever entre o bosque.

Já do lado de dentro, me ocupei em acender algumas velas em suportes de bronze enquanto Yuta fazia o mesmo com as lanternas de papel do lado de fora, na pequena varanda que seria apenas o suficiente para que treinássemos durante aquela noite.

Existia algo na forma concentrada com que Yuta observava meus movimentos que me fazia empenhar ainda mais esforço para consertá-los, seus olhos seguiam todo o comprimento dos meus braços e a curvatura da espada de madeira, desciam para o posicionamento dos meus pés e continuavam sem se encontrar com os meus mesmo quando ele se aproximava para ajeitar minha postura. Os meus, no entanto, pareciam incapazes de deixar de segui-lo.

— Vossa Alteza parece ter facilidade em aprender. Consigo ver sua melhora desde nosso último treino.

Eu virava um cantil arredondado contra meus lábios ao ouvir o elogio de Yuta. Sorri um pouco e limpei o canto dos lábios quando parte da água escapou, pouco da graça e nobreza do meu título sobrevivendo ao cansaço que me fez jogar o corpo contra o chão, os pés pendurados na direção do restante do pavilhão.

— Tenho um sensei que me orienta de maneira decente — respondi, unindo meus punhos em uma mesura leve na direção de Yuta, sentado ao meu lado com um semblante tão incrédulo quanto seu pequeno sorriso.

— Sensei — ele testou a palavra e riu curto, negando uma vez — Acredito que essas lisonjas poderiam custar minha cabeça se alguém ouvisse.

Abaixei meu semblante por um momento antes de voltar a encarar a paisagem para além do pavilhão. A noite parecia profunda entre a copa das árvores, meus pensamentos seguindo o mesmo caminho.

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