Protection: A Dois Passos de Você | yuwin

Não Esqueça da Postura

oi pessoinhas ><

os caps começaraão a sair mais tade por conta do meu estágio, ficaria bem apertado para mim se continuasse postando às 18h, espero que não se incomodem ^^

boa leitura, perdoem os errinhos e não esqueçam da famigerada estrelinha <3 os comentários de vcs fazem me dia, viu?

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Não surpreendentemente, eu fui incapaz de dormir. O som da noite infiltrava do lado de fora para dentro, animais animados com a vida noturna escondidos pelos arbustos do palácio me fizeram desistir de insistir em um sono que não vinha. Me envolvi em um manto simples e rosado para esconder minhas roupas de dormir e arrastei a porta que levava aos corredores externos. Era uma noite de lua minguante, apenas um corte fino e prateado contra o céu, deixando a iluminação do palácio para as pacatas lanternas esbranquiçadas. Eu caminhei sem um destino específico, cumprimentando alguns guardas no meio do caminho até entender, com certo espanto, para onde meus pés tinham me levado.

Era o pavilhão dos guardas.

Dependendo dos turnos e responsabilidades, era mais conveniente que eles passassem as noites no palácio do que voltassem para casa. Continuei olhando de longe os muros enfeitados com trepadeiras verdes e flores que começavam a desabrochar, as sobrancelhas arqueadas e a garganta seca em uma surpresa genuína por estar aqui. Meus dedos espremeram meu pulso esquerdo dentro da palma e, sem pensar muito, continuei caminhando até entrar no pavilhão indicado pela grande placa pendurada na entrada.

O pavilhão era formado por dois prédios usados como dormitórios e um prédio de armas, formando um quadrado com o muro pelo qual eu passava agora, onde ficava a entrada. No centro aberto, o chão de cascalho era ocupado por uma longa mesa larga onde eu sabia que eles realizavam algumas refeições e comemorações juntos. Havia luzes escapando de alguns quartos, mas foi um crepitar suave vindo da parte de trás do dormitório logo a frente que chamou atenção. Caminhei até sua lateral, onde um caminho simples se abriu em uma área verde de grama baixa e alguns poucos arbustos e árvores que começavam a dar boas-vindas à primavera. Alguns entulhos, cadeiras e mesas baixas e menores eram visíveis também nas extremidades, mas só uma parte da minha atenção notou esses pequenos detalhes. O crepitar baixinho que tinha chamado minha atenção vinha de uma fogueira pequena em um espaço central que parecia ser regularmente destinado a isso, já que a grama ao seu redor era substituída por solo cinza e seco. Do outro lado da fogueira, ainda alheio à minha presença encoberta pela noite ao lado do dormitório, Yuta treinava golpes de espada.

As chamas bruxuleavam por seu corpo, e sem a parte de cima do seu kimono, eu conseguia ver cada contração e movimento de cada músculo que formava o tronco forte e definido. O suor brilhava dourado na pele quase oliva, os cabelos mais uma vez unidos de forma desgrenhada na parte de trás da cabeça, permitindo que meus olhos desvendassem toda a curvatura do seu pescoço, descendo pela saliência dos ombros e me perdendo na cintura delimitada. Minha mão tornou o aperto ao redor do pulso esquerdo mais restrito, me impedindo de admitir que havia ficado trêmulo com a visão. Mas vendo a dureza em seu olhar, o quanto Yuta estava focado e determinado, o quanto a dança de seu corpo acompanhava diligentemente os golpes certeiros com a lâmina brilhante, eu não pude me impedir de suspirar e admitir para mim mesmo.

Admitir o quanto o conjunto de todos esses detalhes era lindo.

Yuta estava ofegante, abaixando a lâmina por um momento para recuperar o fôlego e eu estava atordoado demais para me esconder antes que seus olhos me encontrassem na escuridão. Os nós de seus dedos se tornaram brancos no cabo da katana e suas sobrancelhas se uniram com força antes de sua voz perguntar.