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O Barulho Que Vem de Fora

oi pessoinhas ><

esse é o último cap que eu tinha pronto e guardadinho, o próximo ainda está pela metade então peço a compreensão de vcs caso eu não consiga finalizá-lo até semana que vem pq talvez eu me encontre xoxa capenga e anêmica desde que comecei o estágio kkk mas vou tentar ao máximo manter esse ritmo de postagem, msm que nao seja uma fic com mt alcance :3

boa leitura e deixe seu votinho e comentário para ajudar uma pequena autora e sua filhote a crescerem ~

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Foram necessários poucos passos para que eu percebesse um detalhe que me escapou durante todos esses anos: Hanyang* era barulhenta.

Entre os muros do palácio, eu era agraciado pela brisa e o roçar das copas das árvores, pontuados pelo sussurro sereno de animais escondidos nos jardins. Mas do lado de fora a realidade era calorosa e caótica, a energia vibrante de vendedores me fazia encolher vez ou outra quando eles berravam sobre suas mercadorias. Risadas vinham baixinhas como cochichos de grupos unidos de damas em roupas coloridas, minhas vestes eram balançadas pelo passar apressado de crianças segurando chocalhos e cataventos entre os dedos, ao mesmo tempo em que se perseguiam em brincadeiras animadas. A quantidade de informação que eu recebia de uma só vez me deixava tonto, mas era estranhamente agradável. A calmaria dentro do palácio muitas vezes me parecia frágil demais, nos mantendo rígidos como se um suspirar no momento errado pudesse provocar uma avalanche. Mas aqui era diferente.

Apesar de barulhento, cada som era genuíno. Ninguém parecia temer falar a coisa errada ou estar no lugar errado, ninguém se importava em se portar de tal maneira que impressionasse qualquer um que se arriscasse lançar um olhar. E foi por isso que, depois do assombro inicial, senti meu corpo lentamente começar a relaxar entre as pessoas comuns que passavam por nós dois em suas conversas privadas e passos apressados. Meus olhos corriam apressados pelas cores vibrantes de frutas e acessórios que enfeitavam as mesas de madeira dispostas em barracas de lona ou palha, parecia um mundo completamente novo.

— Vossa Alteza gostou de alguma coisa? — a pergunta de Yuta me fez piscar rápido antes de olhá-lo, a consciência de sua atenção em mim me deixando constrangido com a animação quase infantil que eu senti apenas por andar entre os comerciantes da capital.

Abaixando o semblante por um momento, assenti antes de encontrar uma mesa simples expondo enfeites de cabelo. Não tinha tenda ou qualquer outra paramentação, apenas longas e largas bandejas de madeira que chamavam atenção por seu conteúdo brilhante e colorido. Me fez lembrar de Seulgi.

— Quero olhar aquele ali — apontei e Yuta assentiu, me seguindo de perto.

O comerciante tinha um sorriso capcioso e fios escapando da faixa que contornava sua cabeça, mas seus produtos me convenceram a ficar. Eu senti o peso de prendedores de jade e ouro encrustados com pedras preciosas que iam do verde ao vermelho. Apesar da aparência duvidosa, seus produtos pareciam verdadeiros.

— Quanto custam? — questionei, notando vagamente que outra pessoa havia parado ao meu lado para admirar as joias.

Vi as mãos enrugadas do comerciante esfregando uma à outra enquanto ele umedecia os lábios, como se minha pergunta o tivesse deixado sedento. Era meio desagradável.

— Para o jovem mestre que parece novo na região, eu faço um preço de honra. Um desconto de metade do valor na primeira compra!

Eu sorri largo, deixando o enfeite de jade contra a madeira enquanto vasculhava minhas mangas em busca de moedas e só foi necessária essa pequena distração para que eu visse um conjunto de dedos pálidos alcançando o enfeite que eu tinha acabado de devolver à mesa. Era uma bela peça, leitosa e com um acabamento que imitava as penas de uma ave, incrustada de ouro apenas nas partes certas para imputar elegância sem ousar ser espalhafatoso. Uma peça única que agora enfeitava os cabelos escuros da cliente que o experimentava na frente do pequeno espelho, alheia à minha face indignada ainda com uma mão afundada na manga das vestes. Não foi necessário muito além da minha momentânea falta de reação para que o comerciante perdesse completamente o interesse em mim e fosse oferecer seu sorriso jocoso para a jovem de vestido amarelo.