Muito Longe de Casa

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oi pessoinhas ><

depois de um atraso HISTÓRICO, apareci com a maior cara lavada para entregar o que, pessoalmente, é meu cap fav até aqui. talvez empatado com a primeira vez que o nayu treina o sisi :3

existem 2 presenças muito especiais nesse cap e espero que eles cativem vcs tanto quanto aconteceu na primeira versão ^^

boa leitura e não esqueçam do votinho ~

👑

Tum tum tum.

Dentro da minha cabeça.

O mundo gira rápido demais.

Existe tanto que você não sabe.

Medo, vento, frio. Baque.

Dor.

Minha garganta arranha, acho que estou resmungando.

Existe fogo sob minha pele.

É só continuarmos pela floresta!

Eu não vou correr o risco de nos guiar até eles!

Algo corta o ar, o som molhado de carne rasgando.

Minha visão se torna escarlate, o ar cheira a ferro. Sangue.

Eu tenho medo, nós caímos. Mas eu também tenho Yuta, e nós afundamos.

Há o breu e há a dor.

Não há mais Yuta.

Minha consciência se perde novamente.

Um único fio de consciência me separava do sono profundo ao qual eu quase me arrastava novamente. Dormindo eu não sentia meu corpo doer, a cabeça latejar ou minha garganta seca. Não sentia que estava sozinho ao ponto de me preocupar com o paradeiro de Yuta. Mas havia algo diferente dessa vez, algo que impedia que eu deixasse esse frágil fio de consciência se partir: uma voz.

Baixinha e melodiosa, sussurrava palavras que eu não conseguia entender, ainda distante demais. Eu apertei minhas sobrancelhas e segui aquela voz que havia invadido minha mente. Percebi que estava ficando mais próxima, como se eu andasse por corredores escuros em busca de uma mísera brecha de luz sob uma das portas. Quanto mais próxima a voz se tornava, mais perto da realidade eu sabia que chegava. Eu ganhava consciência do meu corpo, do amontoado desconfortável sob ele, da forma inocente que a voz pronunciava errado certas palavras. Era doce, puro. Jovem.

Abri meus olhos. Mas a princípio foi como se eles ainda estivessem fechados. O teto escuro e longe estava borrado e eu precisei piscar algumas vezes até que ele entrasse em foco novamente. Toras de madeira gasta sustentavam a palha seca que fazia um som agradável quando atingida pelo vento.

Tentei umedecer meus lábios, mas minha língua estava pesada dentro da boca. Minha cabeça doeu quando a girei lentamente na direção da cantiga que enchia o pequeno cômodo até encontrar uma criança. Não deveria ter completado nem os primeiros dez anos de vida e estava imerso na brincadeira que inventava com dois bonecos feitos de pano, uma pulseira feita de pequenas contas com um nó azul pendurado balançava no pulso que ainda carregava gorduras da infância. Apesar de confuso por não saber onde estava, a imagem foi estranhamente reconfortante.

Tentei chamá-lo, pedir um copo de água ou que ele me contasse onde eu estava. Mas o desuso da voz e a boca seca só me permitiram produzir um ruído ininteligível que acabou assustando o garoto. Ele deixou um dos bonecos cair e abraçou o outro contra o peito, se levantando e me olhando todo desconfiado. Os olhos eram escuros e as bochechas fartas, mas havia certa esperteza na forma como ele parecia me avaliar de longe com belos cabelos em um tom quase bronze atrapalhados na cabeça. Eu separei meus lábios para tentar falar novamente, sentindo a ardência de cortes no inferior, mas foi como um estopim para que ele reagisse. O pequeno corpo deu meia-volta e correu na direção da porta soltando um grito longo que me fez perceber que ele chamava alguém:

Protection: A Dois Passos de Você | yuwinOnde histórias criam vida. Descubra agora