NÃO FOI SONHO- PEDRO GUILHERME

Capitulo 15

Tirei uma foto também com o Arrascaeta, porque não sou besta nem nada. Até parece que iria perder essa oportunidade, o cara é um monstro do meu time e eu ia esfregar na cara da sociedade que também conheci ele, os flamenguistas do meu Instagram que morram de inveja!

O caminho até o estacionamento foi silencioso, ninguém dizia nada porque dava pra ver que todos estavam perdidos em seus próprios pensamentos depois dos acontecimentos que ocorreram aqui. Até mesmo Pedro estava quieto e pensativo.

Carla olhava a camisa na sua mão de minuto em minuto, depois olhava pra mim e sorria que nem besta, mas eu entendia minha amiga porque tava igualzinho ela, ou até pior eu diria. Eu tinha a minha camisa na mão também, mas de brinde o jogador a qual ela pertencia estava andando um pouco mais à frente e eu entraria no seu carro em alguns segundos.

Quando chegamos perto de alguns veículos, Pedro aperta o alarme do carro e um puta de um carrão ascende os faróis, quase me fazendo parar. Era um Volvo xc90, dava pra ver que era do ano. Além de futebol eu também era ligada em carros, só não nasci homem porque Deus não quis mesmo. Se tinha uma coisa que eu amava fazer era dirigir, e saber que eu entraria em um carro daqueles me deixava entusiasmada.

Esse tempo todo conversando com ele me fez esquecer o pequeno detalhe de que Pedro é milionário, mas tudo porque ele é tão comum e humilde que não consigo associar a imagem dele a isso, não estava acostumada. Mas com esse carro eu volto a lembrar da realidade.

"Fiquem à vontade!" O jogador diz abrindo a porta do motorista e depois entra.

Comecei a ir em direção a porta traseira, mas Carla empurra Flávia na sua frente e entra depois, fechando a porta na minha cara. Pablo tinha entrado na do outro lado, sobrando apenas o banco do passageiro para mim. Sabia que minha amiga tinha feito isso de propósito para eu ir na frente com o jogador, mas isso me causa um frio na barriga desgramado.

Droga! Porque é que eu tinha que ficar com vergonha de novo? Era só uma carona!

Entrei no carro de vagar, recebendo o olhar dele em mim. Me acomodo no estofado e fecho a porta, logo depois colocando o cinto de segurança. Minha atenção em primeiro momento é levada pro painel do carro. Pensa em um negócio lindo, nunca nem vi nada igual antes em toda minha vida. Tento não reparar muito porque isso era muito feio mas estava difícil, ainda mais quando ele liga e o painel pareceu uma árvore de natal, de tanta luz que ascendeu.

"Vocês trabalham juntos há quanto tempo?" Pedro pergunta olhando pro retrovisor pra conseguir enxergar o pessoal no banco de trás, provavelmente pra puxar assunto, dando partida no carro automático.

"Eu e a Carla nos conhecemos bem antes de trabalhar na loja porque já havíamos trabalhado juntas em outro lugar." Flávia começa falando. "Mas eu e a Diane trabalhamos há mais tempo juntas, já faz 4 anos né?" Ela vem um pouco pra frente pra me olhar, já que estava no meio. Eu concordo com a cabeça. "Aí entrou a Carla há três anos e vai fazer 1 ano que o Pablo entrou pro time também."

"Eu nunca ouvi falar dessa loja." Pedro comenta me olhando agora.

"É porque é uma rede antiga em São Paulo, eles começaram a expandir pra outros estados agora. A primeira loja fora foi a de Minas Gerais, a segunda será essa aqui no Rio. Mas espalhadas em São Paulo são 55 lojas." Eu digo, observando ele passar com cuidado pelo portão do estádio, onde dava pra ver muitos torcedores ainda por ali.

Acabo me lembrando da última vez que esperei ele sair e fiquei a toa ali fora. Que loucura, agora eu estava dentro do carro do cara! O mundo não gira mesmo, ele capota.

"Caramba então é uma rede grande. O que vocês vendem?" Pedro volta a perguntar, olhando pro lado e dando seta pra sair em direção à avenida.

"Artigos pra casa. Praticamente tem de tudo!" Respondo observando ele colocar a mão esquerda em cima da coxa pelo canto do olho. "Não sei se aqui tem Maravilhas do Lar, é praticamente igual."