Capitulo 56

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Mansão dos Ribeiro, Rio de Janeiro 📍

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Depois de um tempo comigo, fingi que dormi apenas pra Marília descer e aproveitar a festa, ficar com seu marido e não aqui a noite inteira perdendo o tempo dela.

Assim que ela sai do quarto, abro meus olhos.

Acho que minha cara deveria estar toda inchada e com olheiras. A maquiagem que passei? Já nem deve existir mais no meu rosto, a não ser os borrados pretos que o rímel deixou.

Não consigo nem saber que horas são, porque meu telefone ainda está desligado, mas sei que já se passou muito tempo desde que subi pro quarto de hóspedes dos Ribeiro. A única coisa que sei é que em nenhum momento parei de chorar.

Como faço pra parar? Como?

Ficar sozinha com os próprios pensamentos realmente não ajuda muito. Mas era melhor assim, eu precisava digerir o que acabou de me acontecer e pensar no que é que eu devo fazer daqui pra frente. Minha cabeça tava confusa, são tantos pensamentos cortando um ao outro ao mesmo tempo.

A verdade é que eu queria minha cama, sabe? Minha cama, meu quarto, meu travesseiro, meu cobertor... mas o lá de São Paulo. Ali sim eu ficaria bem. Ou pelo menos lá teria distração o suficiente pra tirar a cena toda da minha cabeça. Minha mãe ia tratar de comprar todas as besteiras do mundo, tenho certeza disso, além dela sempre ter os melhores conselhos e o melhor colo do mundo.

Meus pensamentos são interrompidos quando escuto algumas batidinhas na porta.

Meu coração começa a acelerar com a possibilidade de ser o jogador, meu corpo fica em alerta e minhas mãos começam a soar com a personalidade. Ele é a última pessoa que eu queria ver na minha frente agora.

Mas meu corpo relaxa aos poucos e fico mais tranquila quando vejo que é um outro jogador.

Gabriel abre a porta apenas o suficiente pra colocar a cabeça pra dentro. O quarto estava com as luzes apagadas, havia claridade apenas por causa da janela escancarada, por onde entrava a luz da lua e dos postes da rua. Mas era o suficiente pra enxerga-lo.

"Posso entrar?" Ele pede baixinho. "Eu sei que tá acordada."

"Pode!" Não sei porque permito, mas permaneço deitada observando as ações do camisa 9.

O jogador entra no quarto e logo depois fecha a porta atrás de si, andando de vagar até onde estou deitada. Ele se senta na beirada da cama, um pouco longe.

"Eu sei que você deve tá se perguntando o que eu tô fazendo aqui, mas é que eu vi você subindo pra cá com a Marília. Fiquei por muito tempo com a sua imagem chorando na minha cabeça, não queria mas acabei ficando preocupado... nunca te vi assim."

Só isso já faz meus olhos encherem de lágrimas de novo. Não sei da onde tava saindo tanta água.

"Não precisa se preocupar comigo, Gabi." Nem sei porque uso o apelido dele, já que depois de tudo mal nos falamos. Mas não tinha porquê chamá-lo de Gabigol, muito formal pra mim. E Gabriel parecia sério de mais.

NÃO FOI SONHO- PEDRO GUILHERME Onde histórias criam vida. Descubra agora