𝐂𝐎𝐋𝐋𝐈𝐒𝐈𝐎𝐍 𝐎𝐅 𝐒𝐎𝐔𝐋𝐒 - 𝘊𝘩𝘳𝘪𝘴𝘵𝘰𝘱𝘩𝘦𝘳 𝘉𝘢𝘯𝘨

𝟎𝟏 - destino traçado

Me chamo Tália Windsor, e o momento que mais temo está próximo de acontecer: Estou ficando mais velha. Envelhecer sempre foi meu maior medo, quando sei que com a idade apropriada chegando, terei que fazer coisas as quais não gosto.

Ser preparada para casar. Parece ser um medo bobo, mas sempre me incomodava não poder aproveitar cem por cento da minha juventude da maneira que eu gostaria.

Casar também não era um medo. Na verdade casar por amor era a coisa mais linda da minha percepção, pois não é tão comum conhecer mais que duas pessoas na vida que casaram por amor.

Eu achava lindo, mas também triste pois sabia que não condizia com minha realidade.

Em casa éramos um total de sete irmãos. Cinco mulheres e dois homens.

Minha mãe sempre foi muito exigente e conseguiu casar todas as minhas irmãs o mais rápido que pôde. Ela é uma mulher incrível, mas é uma pena que se importe tanto com a visão que a sociedade tem de nossa família.

Meus dois irmãos mais velhos também conseguiram ótimas esposas e foram morar fora de casa. Eu era a última restante.

Assim como fez com minhas irmãs, minha mãe irá fazer comigo. Mas dessa vez vai ser diferente. O príncipe, Christopher Bang, tem a minha idade, e correram boatos que logo seria anunciado que está procurando sua futura princesa.

Desde que os boatos começaram a circular hoje cedo, minha mãe tem estado completamente eufórica o dia todo.

Mas claro, não é só ela. Todas as mães de jovens mulheres da região já estão preparando suas filhas para se jogarem no príncipe.

Minhas tias estão todas inclusas. Família grande, doze primas com as idades próximas.

A família estava toda em festa pois estavam contando que uma de nós iria conquistar o coração do príncipe.

Até briga entre as primas já teve. Briga por um príncipe que nem sabe quem elas são e por um boato que nem sabíamos se era verdadeiro.

Passados os dias, os boatos deixaram de ser boatos. Foi anunciado por toda a vila que o príncipe buscava uma esposa e que para achá-la, seria criada uma espécie de competição.

Ainda não tinha ideia de como seria, mas a proposta já não me agradava. Mal piso em casa quando minha mãe já chega me abordando com mil e uma informações sobre essa suposta competição.

— Todas as moças de Honóris podem participar? — perguntou meu pai.

Dúvida bem pertinente. Não éramos de família rica então o que o príncipe ganharia com alguém como eu participando da competição?

— Sim! — respondeu minha mãe animada. — Aqui está a sua inscrição, querida, eu mesma já fiz agora é só entregar.

Examinei o papel que ela me entregara com cuidado. Naquele momento eu sabia que não adiantaria de nada discutir ou bater o pé.

Com a experiência de convivência de uma mãe que conseguiu casar todas as outras quatro filhas no momento em que quis, era certo que ela me faria participar dessa competição de um jeito ou de outro.

E eu participaria. Só não podia garantir à ela que iria ganhar.

Sem muito ânimo, entrego minha inscrição para um dos vários funcionários do palácio que estavam recebendo elas por toda parte da cidade e volto para casa.

Foi me entregue um pequeno selo para pregar á minha roupa. Pelo menos assim minha mãe teria certeza que entreguei a folha e não ficaria me fazendo milhões de perguntas.