𝟐𝟐 - o retorno da fênix

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Três meses se passaram desde que eu deixei Christopher na enfermaria depois de ter lhe dito as coisas mais cruéis e absurdas.

Mas que bom que o fiz, pois três meses  passaram e ele de fato não veio me procurar. O rei não entrou mais em contato, então eu acreditava que minha vida continuaria normal e tranquila se eu apenas continuasse agindo normalmente como estava fazendo.

Sem mais loucuras, Tália.

Minha mãe não surtou como eu achei que surtaria, nem me bateu. Minha tristeza era tanta que ela nem se deu o trabalho de me repreender ou algo assim, mas em compensação, me colocou para trabalhar.

Eu tinha que ajudar meu pai todos os dias com a mercadoria que ele levava da fazendo para a cidade. Ajudava a por caixas e mais caixas de alimentos dentro da carroças e as vezes ia com ele até a feira.

Nos dias que eu não ia, ajudava minha mãe com toda a tarefa de casa. E assim seguiu minha vida durante esses três longos e cansativos meses, que mais pareceram três anos.

A realidade de algum dia ter vivido todas aquelas experiências no palácio agora pareciam tão distantes, como se tudo não tivesse passado de um sonho.

Em relação à Simon, não conversamos mais sobre ele em casa. Minha mãe havia mentido para ele dizendo que voltei bem doente então não poderia encontrar com ele durante um tempo, e assim fomos sustentando essa mentira até ele não nos procurar mais.

Um novo dia se iniciava, e eu havia decidido que iria ajudar na feira. Normalmente os dias de feira eram os melhores pois por mais cansativos que fossem, tinha tanto trabalho que eu nem tinha tempo de ficar triste pensando nos acontecimentos passados.

Eu e meu pai levamos tudo, arrumamos a barraca e ficamos esperando o movimento começar.

Enquanto o movimento ainda estava baixo, eu fui ajudar o Nilson a montar sua barraca, e enquanto o faço, vi Simon se aproximando e quis me enfiar no chão.

— Uma hora ou outra ele iria descobrir. — disse meu pai na barraca ao lado.

Esse era o tipo de situação que estive evitando por meses simplesmente pelo fato de não suportar a ideia de lidar com mais estresse.

— Pensei que estivesse doente. — disse Simon ao chegar.

Eu estava virada de costas pegando uma caixa e aproveitando para esconder meu rosto o máximo possível.

— Não estou mais.

Nem tentei forçar um sorriso. Eu estava tão mal que não conseguia nem fingir mais estar feliz e isso ficava visivelmente aparente. Perder um grande amor realmente era algo difícil.

— Está tudo bem? — ele insistia na conversa.

— Estou levando. — finalmente fiquei de pé para olhá-lo.

Eu não precisava mentir dizendo que estava bem, qualquer um podia ver que eu não estava.

— Se precisar de alguma coisa. — olhou para o meu pai. — Se precisarem de alguma coisa, podem me chamar a qualquer hora.

— Você é muito gentil, Simon. — tirei forças para sorrir. — Muito obrigada mesmo.

Ele sorriu de um jeito doce e foi embora. Que estranho. Era como se eu tivesse deixado ir embora a chance de ter uma vida boa e confortável quando ele se foi.

Assim que Simon vai embora, uma movimentação fora do normal começou a invadir o ambiente em que estávamos. Vários outros feirantes se agitavam para ver o que era enquanto pessoas corriam eufóricas de um lado para o outro.

𝐂𝐎𝐋𝐋𝐈𝐒𝐈𝐎𝐍 𝐎𝐅 𝐒𝐎𝐔𝐋𝐒 - 𝘊𝘩𝘳𝘪𝘴𝘵𝘰𝘱𝘩𝘦𝘳 𝘉𝘢𝘯𝘨Onde histórias criam vida. Descubra agora