𝟎𝟒 - juntos e opostos

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Dormimos no palácio e voltamos para casa pela manhã depois do café. Morreria para ter visto a cara de todos os meus familiares quando viram que eu ganhei a primeira prova.

— Meu amor! — minha mãe veio me abraçar assim que a carruagem me deixou na porta de casa. Meu pai veio logo em seguida com os olhos cheios de orgulho.

— Está satisfeita?

— Claro que estou! — ela agarrou meu rosto com as mãos e começou a beijar minhas bochechas sem parar.

Quando meu pai finalmente a tirou de cima de mim, nós conseguimos entrar.

— Hoje cedo quando fui á feira, você não vai acreditar mas a primeira pessoa que eu vi foi sua tia Prudência! — Prudência era a mãe de Lídia e era evidente a quem ela havia puxado toda a sua personalidade.

— Eu daria tudo para ver a cara dela!

— Você nem imagina a cara feia que ela fez, depois fingiu um sorriso quando me cumprimentou e foi embora! — nós gargalhávamos com toda a situação.

Espero conseguir estabelecer essa boa relação com minha mãe durante bastante tempo daqui para frente para não sofrer tanto com as consequências quando eu perder a competição.

Tomamos café, e mais tarde algumas de minhas irmãs vieram me visitar para parabenizar a vitória.

Me deram várias dicas, me falaram sobre casamento, suas experiências e várias outras coisas. A visita se estendeu por boas horas.

Durante a tarde, teríamos que voltar ao palácio pois iriam fazer uma matéria especial no jornal sobre todas as moças participantes da competição.

Enquanto esperava junto as outras minha vez de ser entrevistada, sentia alguns olhares me fuzilando pelas costas, mas já estava acostumada.

— Parece feliz. — falou Lídia se aproximando. — Espero que não fique tão animada assim só porque venceu uma prova, sabe, as vezes o príncipe escolheu a sua carta porque teve pena.

— Me garanto na escrita, se ele escolheu a minha carta foi porque era a melhor dentre todas as vinte.

Dessa vez Lídia nem se esforçou para sorrir, apenas se retirou para sentar como as outras meninas.

Talita sorriu para mim de longe pois havia prestado atenção na cena agora a pouco. Retribuí o gesto.

Uma longa tarde de entrevistas finalmente se passou e já estava quase perto do horário do jantar.

Fomos informadas que a partir de hoje, moraríamos no palácio e teríamos dias específicos para ver nossos familiares.

Passar um dia lá já era tortura o suficiente, agora morar lá e ter que aguentar Lídia e suas gracinhas todos os dias já era demais.

Todas as meninas gritavam de alegria com a notícia e eu quis chorar. Nem no jardim poderíamos ir sem pedir permissão de Eleonor antes, era quase uma prisão.

Fomos levadas para nossos quartos e foi nos dado o recado de que o príncipe havia programado uma noite de música e dança para comemorar nosso primeiro dia morando no palácio.

Me vesti com o vestido menos chamativo dos vários que me deixaram para escolher.

Quando cheguei ao salão onde havia uma ótima orquestra tocando, o príncipe já estava dançando com uma das garotas.

Dei meia volta no mesmo instante. Não viraria motivo de chacota novamente quando ele rejeitasse dançar comigo na frente de todos.

— Aonde pensa que vai, senhorita? — perguntou Eleonor me pegando no flagra.

𝐂𝐎𝐋𝐋𝐈𝐒𝐈𝐎𝐍 𝐎𝐅 𝐒𝐎𝐔𝐋𝐒 - 𝘊𝘩𝘳𝘪𝘴𝘵𝘰𝘱𝘩𝘦𝘳 𝘉𝘢𝘯𝘨Onde histórias criam vida. Descubra agora