𝟐𝟎 - sem arrependimentos

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Combinei que iria dormir cedo, mas fiquei acordada a noite inteira, apenas deitada na cama de olhos fechados, mas sem dormir de fato.

Coloquei um dos meus vestidos que eu usava quando não estava no palácio e vesti uma capa por cima. Foi difícil fazer Lúcia providenciar, mas todo cuidado era pouco.

Fui até o jardim silenciosamente e aguardei Christopher. Os minutos pareciam não passar nunca e comecei a achar que ele tinha desistido.

Depois de muito esperar, quando ele finalmente apareceu, suspirei aliviada.

— Pensei que não viria mais. — cochichei nervosa.

 Não iria te deixar na mão assim. Está pronta?  fiz que sim. — Então nós vamos. Eu ficarei responsável por distrair os guardas e você soltará os dois.

— Tudo bem, fico com o mais difícil. — ele me olhou estranhando a ignorância repentina.

Eu acho bem mais fácil eu ir falar com eles. Te colocariam para fora no mesmo instante se chegasse lá sem mais nem menos.

— Eu poderia fingir que estou precisando de ajuda.

— E isso te faria distrair eles por quantos minutos? Dois?

— Que seja, eu solto eles então.

Caminhei até a saída mas ele segurou meu braço.

— Está tudo bem? — perguntou preocupado. — Se não quiser mais fazer isso eu entendo.

— Está tudo bem. — respondi firme, mas ele não pareceu convencido. — Vamos fazer isso, não vou dar para trás agora.

Ele fez um breve aceno com a cabeça e nós fomos até os estábulos. Ele foi me dando várias instruções durante o caminho.

— As chaves costumam ficar embaixo da mesa do escritório, vai saber quando chegar lá.

Eu estava concordando com tudo o que ele dizia, mas meu nervosismo ficou aparente mesmo assim.

— Vai dar tudo certo. — ele beijou minha testa e puxou o capuz atrás de mim, cobrindo minha cabeça.

Christopher pegou um cavalo para irmos. Ele disse que estaria exigindo demais levando Brutus.

Os pais de Eloise estavam presos em uma cidade no interior de Honóris, e seriam transportados de lá até a praça perto do palácio para serem executados em frente ao máximo de pessoas possível.

Não era muito longe, então conseguimos chegar antes de estar completamente claro. Christopher parou um pouco longe e eu desci do cavalo.

— Se algo der errado não hesite em pegar o cavalo e fugir para a floresta, está ouvindo?

— Sim.

— Ótimo, não espere por mim. Eu consigo me virar.

Ele sai e deixa o cavalo em frente a prisão. Fico apenas observando de longe, esperando a deixa para entrar.

Os guardas deixam o posto por alguns segundos para cumprimentar Christopher animadamente e ele os chama para dentro para acompanhá-lo. Não perco a oportunidade e contorno com atenção o local, procurando uma brecha.

Escutava de fora várias vozes masculinas chamando umas as outras para ir cumprimentar o príncipe. Com o lado de fora ficando vazio, consigo entrar sem problemas pelos fundos.

Encontro o escritório principal e acabo perdendo bastante tempo procurando as chaves. Quando eu finalmente as acho, começo a escutar passos e me apresso em me esconder atrás de um dos armários ali presente.

𝐂𝐎𝐋𝐋𝐈𝐒𝐈𝐎𝐍 𝐎𝐅 𝐒𝐎𝐔𝐋𝐒 - 𝘊𝘩𝘳𝘪𝘴𝘵𝘰𝘱𝘩𝘦𝘳 𝘉𝘢𝘯𝘨Onde histórias criam vida. Descubra agora