𝟏𝟑 - como um fio vermelho

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No outro dia, minha mãe me acordou bem cedo para me arrumar, o que não foi uma tarefa muito fácil com todos os curativos.

— Não sei para que tudo isso, só vamos tomar um café e conversar. — resmunguei enquanto ela ajeitava meus cabelos.

— Não quero saber! — respondeu ríspida. — Ele precisa se apaixonar por você pela primeira vista.

— Posso te garantir que ele vai. — revirei os olhos entediada.

Após alguns minutos, ouvimos batidas na porta. Minha mãe foi correndo atender toda animada.

— Bom dia, senhorita e senhora Windsor. — cumprimentou Simon sorridente.

Me esforcei para dar um sorriso amigável em resposta. Minha mãe já foi logo me empurrando para fora e trancando a porta.

— Olá... — respondi sem graça.

— Já tomou café?

Estranhei o fato de que eu estar cheia de curativos não foi a primeira pergunta que ele fez.

— Ainda não.

— Vamos tomar café então. — ele estendeu o braço para mim.

Entrelacei meu braço no dele com cuidado e nós partimos.

Fomos até a feira comprar as coisas para o café e sugeri irmos na tenda do seu Nilson comprar maçãs.

— Bom dia, senhorita Tália! — ele nos olhou por uns instantes. — Vejo que arranjou alguém para compartilhar as maçãs.

Simon sorriu. Ainda estávamos de braços entrelaçados.

— Não, meu companheiro de dividir maçãs sempre será Brutus. — falei num tom amigável.

— Mas pelo menos por hoje não vai ser. — ele respondeu divertido entregando uma sacola com quatro maçãs para nós.

Normalmente eu sempre peço só duas pois quase nunca tenho dinheiro para mais, mas hoje porque Simon está aqui ele resolveu fazer essa gentileza.

Eu nem precisei fazer o esforço de falar que não queria tantas maçãs pois Simon já foi logo pagando.

— Muito obrigado, tenha um ótimo dia. — ele cumprimentou após pagar.

— Vocês também. — respondeu Nilson.

Acho que se algum dia eu casar, Nilson será a pessoa que ficará mais feliz que eu.

Levei Simon para caminharmos na trilha da floresta aonde eu ia sempre. Nem sabia porquê estava levando ele para lá.

Nos sentamos perto de uma árvore e começamos a comer o que tínhamos comprado. Depois das maçãs, Simon resolveu comprar mais algumas frutas e um pouco de pão.

— Espero que saiba aonde se meteu. — falei mordendo uma maçã.

— Como assim? — me olhou curioso.

— Nenhum homem gostaria de se casar com uma mulher que tem uma reputação como a minha.

— E que tipo de reputação seria?

— Você mora por essas redondezas a quanto tempo?

— Desde pequeno. — respondeu simples. — Cresci aqui com a minha família.

— E nunca ouviu nenhum dos boatos que inventam sobre mim? — perguntei incrédula.

Se até o príncipe sabia, como Simon não sabia?

— Não, e sinceramente, se são apenas boatos não me interessam. — deu de ombros.

— Espero que tenha certeza do que está falando, não vá se arrepender. — brinquei. Como se fossemos mesmo nos casar futuramente, que piada.

𝐂𝐎𝐋𝐋𝐈𝐒𝐈𝐎𝐍 𝐎𝐅 𝐒𝐎𝐔𝐋𝐒 - 𝘊𝘩𝘳𝘪𝘴𝘵𝘰𝘱𝘩𝘦𝘳 𝘉𝘢𝘯𝘨Onde histórias criam vida. Descubra agora