Capítulo 14- You Give Love A Bad Name

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Logo tiveram que parar novamente, Dustin corria pela floresta seguindo a agulha maluca da bússola. Já era noite e andar pela mata era uma tarefa um pouco complicada, mas não estava impedindo o grupo de se locomover. Eddie tentava a todo custo acompanhar o ritmo do Henderson, parecia preocupado de o garoto cair em um buraco ou alguma coisa do tipo, arrastava Sofia no processo, segurando firmemente no pulso da ruiva. 

A verdade é que a garota estava prestes a ter um colapso nervoso, pois, se a teoria de Nancy estivesse certa, Vecna a atacaria a qualquer momento. O grupo havia contado ao casal que a solução que haviam encontrado temporariamente para salvar as garotas do feiticeiro era fazer com que ouvissem sua música preferida quando estivessem em transe. Ela não se sentia muito segura com aquilo, desde quando uma música a impediria de morrer? Munson havia ficado tremendamente aliviado quando soube daquilo, então a garota apenas resolveu ignorar seus pensamentos pessimistas e focar no quanto o rapaz parecia mais leve.  

Dustin continuava correndo entre as árvores e Sofia bufou quando foi arrastada novamente pelo namorado, o walkman de Nancy estava pendurado em sua calça e o som abafado de You Give Love A Bad Name soava contra os ouvidos da garota. Ela soltou-se do aperto de Eddie e ficou um pouco para trás, apenas a alguns passos de Max, precisava respirar um pouco sem arrancar um olhar preocupado do moreno. 

A escuridão era intimidadora, a garota tirou os fones, achou ter visto algo entre as árvores, mas tudo que conseguia ver era algumas plantas, as vozes dos amigos um pouco mais a frente a fizeram perceber que havia se afastado um pouco. 

Conseguia ouvir Dustin discutindo com Steve um pouco mais a frente, mas foi tomada por um desespero absurdo quando ouviu passos na floresta, o som de galhos quebrando como se alguém se aproximasse sorrateiramente a fez correr e direção as vozes dos garotos. Os passos pareciam estar cada vez mais perto e a ruiva corria cegamente entre as árvores, não conseguia enxergar muita coisa a sua frente, tanto que tropeçou na raiz de uma planta e caiu de cara no chão. 

-Merda. -O walkman da Wheeler estava em pedaços, a garota havia caído exatamente por cima dele. -Maravilha. Sério, eu sou a pessoa mais fodida que já pisou nessa merda de cidade.

Sofia sentava-se no chão com o eletrônico em mãos, os passos na floresta haviam parado. Levantou-se e tentou ouvir os outros, mas o silêncio na floresta era perturbador. 

-Eddie! -Gritou, estava começando a ser tomada pelo pânico. -Dustin! Alguém!

Mas ninguém a respondia, não podiam estar tão longe, certo? Ela só havia se distraído por alguns segundos, não fazia sentido que tivessem conseguido ir para tão longe. Começou a caminhar pela floresta, tentava afastar da mente todos os pensamentos horríveis, sua imaginação estava um pouco fértil demais.

O som de passos atrás dela voltou a chamar sua atenção, quem quer que fosse estava se aproximando, os sons da floresta agora pareciam extremamente altos e a escuridão parecia pior, não conseguia ver absolutamente nada a sua frente. 

Então ouviu o relógio. Uma, duas , três badaladas e a garota entendeu o que estava acontecendo. Ela corria pelo escuro, para longe do som do relógio, para longe dele, quando percebeu estava dentro de uma das salas do colégio, os vidros que usavam para fazer experimentos químicos fizeram-na entender imediatamente onde estava. 

Foi tomada pelo pânico, pelo medo de saber que aquela sala estava trancada, parecia que as paredes estavam se fechando em torno dela, que todo o ar seria sugado e ela morreria a qualquer momento. 

-Sofia -A voz parecia vir de todos os lugares, era como se ele estivesse em todos os lugares, como se falasse dentro da cabeça dela. - Você nunca contou aos seus amigos o motivo daquele ataque. -O som do relógio fazia parecer que sua cabeça ia explodir. -Nunca contou a ele que queria morrer dentro daquele carro cheio de fumaça.

Hotter than hell - Eddie MunsonOnde histórias criam vida. Descubra agora