Sᴏɴʜᴏs
𝗚𝗮𝗯𝗿𝗶𝗲𝗹𝗹𝗮 𝗥𝗼𝗱𝗿𝗶𝗴𝘂𝗲𝘀.
Quando eu completei oito anos de idade minha vó, mais conhecida como dona Maria, começou a fazer roupinhas para as minhas bonecas. Ela sempre foi costureira, e isso sempre me fascinou. Eu acompanhava cada passo que ela dava ao fazer uma roupinha, desde a escolha dos tecidos até o momento de realmente costurar. Vovó média o corpo das minhas Barbeis, desenhava um modelo exclusivo para elas e depois finalmente colocava a "mão na massa".
E eu sempre estava lá, observando tudo.
Até que esse fascínio se tornou algo maior em meu coração.
Aos doze anos eu mesma comecei a produzir minhas próprias roupinhas, cada etapa para mim era incrível. A cada vestido, blusinha ou saia, eu sentia cada vez mais que nasci para isso, para moda. Então aos quinze anos eu já sabia o que ia fazer da minha vida.
Eu ia estudar muito e conseguir minha bolsa na ESMOB. E quando conseguisse, iria me mudar para França e estudar moda por três anos em Paris. Montar minha coleção, criar minha marca, e mudar a vida da minha mãe e da minha avó para melhor. Eu estava confiante que ia conseguir.
𝘌𝘶 𝘷𝘰𝘶 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘦𝘨𝘶𝘪𝘳.
— Como foi lá hoje? — Mamãe aparece na porta do meu quarto, com um pano de prato em uma mão e uma vasilha na outra.
— Foi bom. — Digo, enquanto ajeito minha cama para dormir — Vai ser um bom dinheiro.
— Nenhuma resposta da ESMOB ainda?
— Ainda não... — Tento esconder meu descontentamento. Mas não sei porque tento, minha mãe me conhece melhor que ninguém.
— Não fica assim filha. — mamãe se aproxima jogando o pano de prato encima do ombro e usando uma mão para tocar meu rosto — Lembre-se sempre Gabi — Meus olhos encontram o seu — Sonhar é acreditar. E tá tudo bem se essa oportunidade não for para você, o que importa é que você sente em seu coração que esse é o seu destino, e nada vai mudar isso. Outras oportunidades irão surgir — Ela beija minha testa e eu fecho os olhos, guardando suas palavras em meu coração — Ok? — eu aceno, respirando fundo.
Mamãe volta a caminhar em direção a porta, não demora muito à chegar já que meu quarto é bem pequeno. Mas eu o amo, ele é totalmente minha cara.
— Tem dois pedaços de pizza na geladeira, e ainda tem suco de laranja caso esteja com fome. Vou deitar, boa noite filha.
— Boa noite mãe.
Alguns minutos depois já estou deitada na minha cama esperando o sono vir. Mas não consigo me concentrar em dormir quando um certo francês metido à arrogante não sai da minha cabeça. Reviro os olhos, me sentindo irritada por está pensando nele. Idiota, é isso o que ele é!
Mas o pior é que aquele francês me fez sentir coisas...
Era como se uma energia estivesse nos rondando, sua presença me fez arrepiar a ponto de deixar meus mamilos duros e fazê-los sentir uma necessidade absurda, como se quisesse algum tipo de alívio. Querendo ou não sua presença arrogante e dominante mexeu comigo mais do que gostaria de admitir, era como se ele tivesse o poder de mexer com a química do meu corpo.
É como se eu já o conhecesse de algum lugar.
Mas isso não importa, ele é só mais um empresário rico que provavelmente está no Brasil de passagem. Então não terei que cruzar o seu caminho novamente.
Mas ainda sim. Como um estranho pode me fazer sentir algo tão intenso?
✈︎
— Vamos Gabi! Você tem que aproveitar um pouco antes de ir para França e voltar a estudar igual uma condenada! Estamos formadas do ensino médio! Vamos dançar por aí...
Sorrio com sua última frase. Pode ser que eu saía hoje, para duas me distrair um pouco e aliviar a tensão que estou sentido tendo que esperar uma resposta da ESMB.
— Ok, vou me arrumar. — me dou por vencida, escutando os gritos da Valem do outro lado da linha.
— Vai bem linda Gabi! — diz, animada — Vamos arrumar um boy pra você! Tá na seca amiga.
— Tchau Valem! — Desligo o telefone, negando com a cabeça mas sem conseguir deixar de sorrir.
Na verdade já faz um tempo que não fico com um garoto, e só beijei três caras em toda a minha vida.
O primeiro foi o Matheus no nono ano, na festa de quinze anos da Valem. Ele tinha cabelos pretos, era um ano mais velho e tinha um alargador na orelha. Era engraçado também. Matheus foi meu primeiro beijo, e foi péssimo.
Depois teve o Bruno no final do primeiro ano. Ele era gatinho, cabelos cacheados... e eu tinha que tirar a primeira má impressão que tive sobre beijar na boca. Foi melhor, mas só acontece uma vez.
E por último, Daniel.
Nós nos conhecemos no segundo ano, ele foi o primeiro cara que eu realmente tive vontade de beijar, e foi bom. E aconteceu de novo e de novo.
A última vez foi à um mês em uma festa da nossa turma, a gente sempre teve esse tipo de "relacionamento". Ficávamos frequentemente mais não era nada além disso, eu nunca permiti que fosse. Nunca realmente quis que fosse. Daniel é um cara legal e o mais bonito dos três, tem uma vibe meio Harry Styles 2013. O nosso beijo encaixa, mas é só isso. Gosto dele e da sua amizade, e prefiro continuar mantendo assim.
Tomei banho, lavei o cabelo e sequei, deixando do jeito que eu gosto. Liso e macio. Tenho que agradecer a minha vó por nossa genética. Vesti um de meus vestidos favoritos, aqueles que são colados ao corpo, e esse fica um pouco acima dos joelhos, é preto com detalhes pratas. Escolhi alguns acessórios, um tênis branco, e uma bolsa combinado com ele. Fiz uma maquiagem leve, porém o delineado deu um destaque aos meus olhos. Me perfumei e deixei um recado na geladeira para a mamãe e vovó.
"𝗦𝗮𝗶 𝗰𝗼𝗺 𝗮 𝘃𝗮𝗹𝗲𝗺, 𝗻𝗮̃𝗼 𝗱𝗲𝗺𝗼𝗿𝗼. 𝗔𝗺𝗼 𝘃𝗼𝗰𝗲̂𝘀.♡"
✈︎
— Hoje tá cheio, misericórdia! — Caio diz, assim que desce do Uber observando o calçadão da Beira mar bem movimentado.
Caio é o meu melhor amigo desde os cinco anos de idade e nossas mães são melhores amigas desde a época da escola. Ele me lembra muito o Rony Weasley fisicamente falando, sua personalidade pode ser resumida em: engraçado, sem juízo e amoroso.
Somos como irmãos.
— É claro meu filho! Ninguém quer perder a oportunidade de vim na universal Park, sabendo que só vem para Fortaleza uma vez no ano. — Valem diz, também saindo do carro também.
Valem é minha melhor amiga, morena, alta, e meio doidinha. Desde do sétimo ano não nos desgrudamos mais.
— Pensei que íamos em um barzinho. — falei olhando ao redor — Mas isso tá bem melhor. — Meu sorriso cresce ao avistar a roda gigante.
— Vamos aos dois. — Valem declara — Mas primeiro, vamos brincar em alguns brinquedos enquanto o resto da galera chega.
Meia hora depois avistamos lá de cima da roda gigante Daniel, Carla, João e Pedro. Fomos todos para o barzinho que não ficava muito longe do Park, tinha show de pagode ao vivo e espetinho. Eu não bebo, nunca tive vontade, então acompanho meus amigos com o bom e velho guaraná.
Em certo momento Daniel me chama para dançar. Eu imaginei que ele ia querer ficar comigo esse noite, e eu também quero. Não exatamente desejo isso, mas quero testar algo.
— Não sei se vou aguentar tanto tempo sem beijar você quando for morar França. — Ele fala baixinho perto do meu ouvido. Suas mãos estão na minha cintura e as minhas em seus ombros.
Por que o toque dele não me faz arrepiar?
Nós somos amigos, nosso beijo encaixa, então porque não é do mesmo jeito ou melhor?
— Então me deixa te beijar agora... — Daniel olha em minha direção, tirando uma de suas mãos da minha cintura e colocando em meu rosto. Eu não nego, e deixo que me beije. Seus movimentos vem lentos e devagar, e sempre gostei da forma como ele beija, aproveitando o momento. Mas agora parece que falta algo.
Não é como eu esperava que fosse, não chega nem perto.
Não chega nem perto do que aquele arrogante me fez sentir.
E ele nem precisou me beijar.
Droga!
Sou salva pelo meu celular que começar a tocar dentro do meu sutiã. Interrompo o beijo me desculpando com Daniel, indo para fora do bar atender o número desconhecido.
— Sim é ela. — respondo a mulher que está do outro lado da linha — O que? — Pergunto colocando a mão na boca. — Eu passei? Eu vou para França? — Sinto meus olhos arderem em lágrimas, e meu coração acelera com notícia.
𝘌𝘶 𝘤𝘰𝘯𝘴𝘦𝘨𝘶𝘪!
✈︎
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Meu Chefe Arrogante
RomanceConteúdo: ADULTO (+18) Aos 35 anos, Marcel Renault tornou as empresas Renault ainda mais conhecida e rica. Ele vive para o trabalho, sem ilusões de construir uma família ou se casar um dia. Em uma viagem a trabalho para o Brasil ele conhece uma gar...