Capitulo 1

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                     Aǫᴜᴇʟᴇs ᴏʟʜᴏs


𝗠𝗮𝗿𝗰𝗲𝗹 𝗥𝗲𝗻𝗼𝗹𝘁.
𝐀𝐧𝐨𝐬 𝐚𝐭𝐫𝐚́𝐬.



- 𝘗𝘰𝘴𝘴𝘰 𝘱𝘦𝘨𝘢𝘳 𝘮𝘢𝘮𝘢̃𝘦? – 𝘗𝘦𝘳𝘨𝘶𝘯𝘵𝘢, 𝘤𝘰𝘮 𝘶𝘮𝘢 𝘦𝘹𝘱𝘦𝘤𝘵𝘢𝘵𝘪𝘷𝘢 𝘴𝘰𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘦𝘮 𝘴𝘦𝘶 𝘵𝘰𝘮 𝘥𝘦 𝘷𝘰𝘻.

- 𝘗𝘰𝘥𝘦 𝘴𝘪𝘮, 𝘮𝘦𝘶 𝘢𝘮𝘰𝘳. – 𝘖 𝘱𝘦𝘲𝘶𝘦𝘯𝘰 𝘥𝘦 𝘰𝘭𝘩𝘰𝘴 𝘦𝘴𝘷𝘦𝘳𝘥𝘦𝘢𝘥𝘰𝘴 𝘷𝘢𝘪 𝘤𝘰𝘳𝘳𝘦𝘯𝘥𝘰 𝘢𝘵𝘦́ 𝘢 𝘨𝘳𝘢𝘯𝘥𝘦 𝘨𝘦𝘭𝘢𝘥𝘦𝘪𝘳𝘢, 𝘤𝘰𝘮 𝘴𝘦𝘶 𝘤𝘢𝘣𝘦𝘭𝘰 𝘥𝘦 𝘪̄𝘯𝘥𝘪𝘰 𝘴𝘦𝘯𝘥𝘰 𝘮𝘰𝘷𝘪𝘥𝘰 𝘱𝘦𝘭𝘰 𝘷𝘦𝘯𝘵𝘰.

𝘌𝘭𝘦 𝘷𝘰𝘭𝘵𝘢 𝘰𝘧𝘦𝘨𝘢𝘯𝘵𝘦 𝘦 𝘢𝘯𝘴𝘪𝘰𝘴𝘰 𝘤𝘰𝘮 𝘰𝘴 𝘵𝘳𝘦̂𝘴 𝘰𝘷𝘰𝘴 𝘦𝘮 𝘮𝘢̃𝘰𝘴.

- 𝘐𝘴𝘴𝘰 𝘧𝘪𝘭𝘩𝘰, 𝘷𝘰𝘤𝘦̂ 𝘮𝘦𝘤𝘩𝘦 𝘢𝘵𝘦́ 𝘵𝘶𝘥𝘰 𝘧𝘪𝘤𝘢𝘳 𝘣𝘦𝘮 𝘮𝘪𝘴𝘵𝘶𝘳𝘢𝘥𝘰. – 𝘔𝘢𝘳𝘤𝘦𝘭 𝘳𝘪𝘳, 𝘮𝘰𝘴𝘵𝘳𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘢 𝘫𝘢𝘯𝘦𝘭𝘪𝘯𝘩𝘢 𝘦𝘯𝘵𝘳𝘦 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘥𝘦𝘯𝘵𝘦𝘴, 𝘰𝘳𝘨𝘶𝘭𝘩𝘰𝘴𝘰 𝘥𝘦 𝘴𝘪 𝘮𝘦𝘴𝘮𝘰.

- 𝘖 𝘲𝘶𝘦 𝘧𝘢𝘻𝘦𝘮𝘰𝘴 𝘢𝘨𝘰𝘳𝘢 𝘮𝘢𝘮𝘢̃𝘦? – 𝘖 𝘱𝘦𝘲𝘶𝘦𝘯𝘰 𝘱𝘦𝘳𝘨𝘶𝘯𝘵𝘢 𝘰𝘭𝘩𝘢𝘯𝘥𝘰 𝘱𝘢𝘳𝘢 𝘰 𝘧𝘰𝘳𝘯𝘰.

- 𝘌𝘱𝘦𝘳𝘢𝘮𝘰𝘴 𝘢𝘮𝘰𝘳. – 𝘈𝘯𝘯𝘦 𝘥𝘦𝘱𝘰𝘴𝘪𝘵𝘢 𝘶𝘮 𝘣𝘦𝘪𝘫𝘰 𝘦𝘮 𝘴𝘶𝘢 𝘵𝘦𝘴𝘵𝘢 𝘦 𝘤𝘰𝘮𝘦𝘤̧𝘢 𝘢 𝘭𝘪𝘮𝘱𝘢𝘳 𝘢 𝘴𝘶𝘫𝘦𝘪𝘳𝘢 𝘲𝘶𝘦 𝘧𝘪𝘻𝘦𝘳𝘢𝘮.

                             ✈︎

𝐀𝐭𝐮𝐚𝐥𝐦𝐞𝐧𝐭𝐞.

- Marcel... – sinto um chute na minha perna direita, e olho irritado para Thomas – Chegamos. – ele avisa, já saindo do carro.

Paramos em frente ao maior e mais conhecido hotel de Fortaleza. Sim, estamos no Ceará, e com certeza eu não estava preparado para o clima daqui.

- Roberto. – Comprimento ao atender meu celular, enquanto andamos em direção a recepção.

- Imagino que já estão em Fortaleza.

- Sim, no hotel para ser mais exato. – Aperto o botão do elevador. – O que deseja? Não acho que tenha me ligado com o objetivo de me oferecer um passeio turístico. – escuto sua risada do outro lado da ligação.

- Não, na verdade não. Mas não deixa de ser um convite.

- Então vá logo ao ponto homem.

- Não seja tão impaciente Marcel, só quero deixar avisado que seu nome e o de Thomas estão na lista de convidados do meu evento. Quero vocês lá.

- E estaremos lá. – afirmo, saindo do elevador – E depois dessa festa eu quero o meu contrato assinado. Você está me fazendo perder muito tempo.

- Você o terá. – Sinto firmeza em suas palavras – A festa é amanhã, aproveita um pouco da minha cidade antes.

- Até logo Roberto. – encerro a ligação.

- Você anda impaciente pra caralho primo. – Thomas diz, atrás de mim.

- E você devia ir para sua suíte e sair da minha.

- A minha é aqui ao lado. – ele diz parando na porta – O que ele disse sobre o contrato?

- Que vai assinar e depois de amanhã vamos embora.

- Está realmente determinado a criar o novo modelo ainda esse ano não é?

- Sim. – digo com firmeza – E preciso acompanhar o projeto de perto para sair como eu quero, preciso está na França.

                             ✈︎

             “Cause it’s too cold”
                  “For you here”

- Essa música é realmente boa. – Thomas comenta assim que entramos no evento de Roberto.

         “And now, so let me hold”. “Both your hands in the holes of my”

- Mas não melhor que as convidadas... – Diz ele, com um sorriso cafajeste no rosto ao olhar de cima a baixo uma loira passando por nós.

- Boa noite cavalheiros. – Roberto nos cumprimenta com um grande sorriso no rosto – Sejam bem vindos.

- Roberto. – O comprimento com um aperto de mão.

- A festa está impecável Roberto. – Thomas elogia, o cumprimentando também. 

- E eu quero que aproveitem! – Diz animado – É dia de comemoração! Vem, vou apresentar vocês a alguns amigos.

                            ✈︎

Alguns desses eventos são sempre a mesma coisa...

Assuntos sobre negócios, bebidas e mulheres. Alguns vão embora cedo, outros bêbados e outros conseguem uma distração para passar a noite. Que é oque eu costumo fazer. Só sexo pode aliviar tanto estresse diário. Porém, nenhuma mulher me chamou atenção ainda, e infelizmente isso está me deixando mais carregado.

Sai dali dizendo que ia tomar um ar e fui direto para o lugar mais vazio que encontrei: uma pequena varanda com vista para o mar. Acendi um cigarro, que é a minha segunda opção depois do charuto, e logo começo a soltar a fumaça vendo elas se espalhando no ar.

Observo o mar e me pergunto quando foi a última vez que mergulhei nele. Percebo que na verdade, já faz muito tempo que não aproveito certos pequenos prazeres da vida. Coisas simples como ir ao cinema e beber com amigos.

Mas sinceramente, não sinto falta.

- Não, nada ainda...- Uma garota entra na varanda enquanto fala ao telefone, parecendo cabisbaixa. Pela roupa que usa ela faz parte do  buffet da festa, mas não como garçonete, se não eu a teria notado. Com toda certeza.

Ela tem um cabelo longo, liso e preto, que bate na altura de sua cintura fina e bem desenhada, que por sinal cai muito bem com tamanho do seu quadril. Quando se vira em minha direção subo meus olhos até seu rosto, até seus olhos que imediatamente se encontram com os meus, e sinto um arrepio estranho subir meu corpo.

Porra, esses olhos são lindos.

E eu não consigo parar de olha-la, é como se eu estivesse preso neles.

Reparo quando ela engole em seco e volta a falar.

- Eu ligo mais tarde, beijo. – Se despede de seja lá quem estiver no outro lado da linha. E meus olhos segue o movimento de seus lábios ao falar, eu automaticamente umedeço os meus.

- Essa é a ala dos funcionários, senhor. – Ela diz, parecendo tímida.

Diz em português.

- Brasileiros... – Bufo ao desviar meu olhar dos dela. Tragando mais do meu cigarro, me sentindo incomodado por não entender seu idioma complicado. Incomodado também por esse sentimento estranho se espalhando dentro de mim desde que essa garota entrou na varanda.

𝘋𝘦𝘴𝘥𝘦 𝘥𝘦 𝘲𝘶𝘦 𝘰𝘭𝘩𝘦𝘪 𝘦𝘮 𝘴𝘦𝘶𝘴 𝘰𝘭𝘩𝘰𝘴.

É como se a conhecesse de algum lugar.

- Perdão? – Ela diz com as sobrancelhas franzidas, chamando a minha atenção para sua boca tão bem desenhada e preenchida. Desvio meu olhar para a paisagem, respirando fundo.

- Vocês e seu idioma, complicado pra porra. – Digo em francês, sabendo que ela não vai entender nada.

- Tout le monde n’a pas la capacité d’apprendre à parler portugais. ( Nem todos tem a capacidade de aprender a falar português) – Me surpreendendo, ela responde em francês. Um francês perfeitamente pronunciado. – ça doit être ton cas. ( Deve ser o seu caso) – Diz com o nariz em pé, parecendo feliz por ver minha expressão surpresa.

Eu não consigo dizer nada além de olha-la, meus olhos inevitavelmente descem por todo o seu corpo pequeno novamente. Vão de seus pés que estão calçados por uma sapatilha simples e vai até suas pernas tão bem desenhadas que me sinto faminto. Então chego em seus seios, apertados por uma blusinha justa. Meus olhos se estacionam ali, assistindo eles enrijecer sobre meu olhar. Sinto como se acontecesse em câmera lenta.

Preciso senti-los na minha boca.

Acho que encontrei minha distração da noite.

Meus olhos encontram os dela novamente, e eu vejo. A brasileira também está sentido essa energia estranha e intrigante entre nós.

- Não é permitido fumar na ala dos funcionários, senhor. – Avisa em francês, e solta um suspiro discreto ao terminar de falar. Percebo sua voz levemente trêmula.

Começo a andar na sua direção, a garota está a uns seis passos distante de mim. Eu simplesmente não consegui parar até ficar a um passo de distância.

- E quem vai me impedir? – Pergunto soprando a fumaça pela minha boca, e por estar muito próximo, atingiu um pouco seu rosto.

E ela não gostou.

- O senhor é um mal educado! – Diz irritada, parecendo nervosa. Ela simplesmente pega o cigarro da minha mão, o jogando no chão, e depois pisando para apagar a brasa. E volta a me encarar, de queixo erguido.

A puxo impulsivamente pela cintura, colando seu corpo ao meu, irritando e estranhamente excitado por seu atrevimento. Ela prende a respiração sendo pega de surpresa.

- Como ousa garota? – Pergunto em um rosnado, e ela parece estremecer em meus braços.

- N-não devia ter soprado essa fumaça fedorento no meu rosto, para começar. – Não abaixa a guarda, mesmo eu sentido seus pelos se arrepiarem sobre o meu toque.

- Atrevida...- Nego com a cabeça, umedecendo meus lábios enquanto olho para os seus. Minhas mãos estão firmes em sua cintura, sentido o calor vindo do seu corpo e se espalhando pelo meu corpo, indo direto para o meu pau.

- Esnobe, me solte! – manda mas não faz nem um movimento para se afastar.

E eu também não.

Meu pau começa a ficar duro como pedra, necessitado, ele gostou de sua ousadia mas eu não. Sinto uma vontade absurda de tocar seus lábios carnudos. E eu sei que ela quer também.

𝘌𝘶 𝘴𝘪𝘯𝘵𝘰.

- Gabriella! – Uma voz feminina se sobressai, é como se ela acordasse de uma espécie de transe, se afastando de mim.

E assim, rapidamente, ela sai da varanda.

Que diabos foi tudo isso?

Consigo sentir meu coração acelerado.

                            ✈︎

- Onde você estava? – Thomas me pergunta assim que me alcança no meio do salão.

Não dou atenção a ele. Por mais que eu tente evitar não funciona, meus olhos procuram por ela.

𝘎𝘢𝘣𝘳𝘪𝘦𝘭𝘭𝘢.

- Quem você está procurando? – Pergunta novamente, me vendo observar o salão todo. Ele bufa – Não importa, vamos. O carro já está a nossa espera, temos que voltar para a França! – Ele avisa, finalmente ganhando a minha atenção.

- O que? E o contrato? – Pergunto.

- Roberto assinou, falei que tínhamos que voltar para França hoje. – Thomas começa a andar em direção a saída da festa. – O que deu em você? – Ele pergunta ao olhar para atrás e ver que eu não o segui. – Você nem queria está aqui.

- O que aconteceu? – Pergunto, ignorando seu comentário e tentando entender o porquê de sua presa.

Ele vem em minha direção e volta a falar, mais baixo.

- Tem uma mulher querendo falar com você na França. – Diz seriamente, olhando em meus olhos – Uma mulher grávida.

                              ✈︎

Meu Chefe ArroganteOnde histórias criam vida. Descubra agora