-Robin
Estou no meu quarto com a Riley, ela tá lendo O Iluminado enquanto eu tô lendo uma revistinha do Batman.
Aparentemente a Riley é fissurada em livros de terror do Stephen King que apresentam personagens psicopatas e crianças atormentadas.
Hoje é aniversário da Riley e eu não nego que queria fazer algo importante, mas a Riley não parece ter apego algum por datas comemorativas. Ela pode até não ter apego, mas se ela esquecer do meu aniversário eu termino nosso namoro.
- Riley! - chamo
- Diga - ela diz fechando o livro
- Não quer fazer nada mesmo? É a noite do seu aniversário - digo
- Pra mim não é grande coisa, é só uma noite qualquer - ela responde
- Não tem nenhum desejo de aniversário? - pergunto
- Não, não faço desejo, faço planos - responde seca
- Tá legal, quais seus planos? - pergunto
- Você já fez essa pergunta antes - ela diz
- Então fala um plano diferente - digo sorrindo e tentando convencê-la
- Sabia que o seu sorriso é um dos detalhes que eu mais gosto em você? - comenta parecendo hipnotizada
- Fofo - digo sorrindo - mas não se esquiva da pergunta - completo fechando a cara
- Chata - ela diz
- Riley, diz logo um plano - ordeno
- Eu vou me jogar no mundo - ela diz e eu dei um tapa nela, ela começou a rir depois de ter falhado ao tentar se esquivar do tapa
- Esse plano você já falou, idiota - digo
- Não falei nada - ela nega
- Falou sim, eu já conheço bem esse plano - afirmo e ela continua negando com a cabeça
- Eu disse que ia embora, mas não que ia me jogar no mundo - ela começou e eu ia quase retrucando - e antes que você dê uma resposta espertinha, não é a mesma coisa. Eu vou embora pra Califórnia e depois pra Carolina do Norte, mas isso não é me jogar no mundo. Meu mundo é você, idiota - ela diz
Eu não digo nada, só sorrio.
- Ainda gosto do seu sorriso, mesmo quando é esse sorrisinho sem-graça - Riley diz fazendo eu ficar envergonhada e meu rosto corar - eu também amo te elogiar só pra rir dessa sua carinha vermelha de vergonha - completa rindo e eu jogo uma almofada na qual eu estava apoiada na cara dela
- Eu te odeio, Connor - digo rindo
- Eu sei que você me ama, gatinha - diz com um sorriso estampado na cara me deixando meio envergonhada mais uma vez
- Eu acho que a gente perdeu o foco da conversa aqui - digo
- Eu acho que conversas que tem um foco e não um fluxo são um tanto chatas, não se esqueça de que ainda é meu aniversário e quem manda sou eu - ela diz
Eu apenas reviro meus olhos em sinal de que estou farta, mas ainda com um sorriso sem-graça no rosto.
- Tá legal, praiana - digo
- Sério? Tantos apelidos que você podia me dar e você me deu esse horrível - ela diz indignada e eu apenas rio
- Você me chamou de gatinha, é tão genérico - retruco
- É genérico, mas não falha nunca, todo mundo gosta desse apelido - ela se defende
- Espera, então você já chamou outras pessoas de gatinha pra testar se todo mundo gosta? - pergunto
- Meu Deus, eu namoro uma surtada - ela diz
- Não respondeu a pergunta - persisto
- Robin! É claro que não! - ela responde
- Bom saber - digo rindo
- Se você soubesse o quão louca por você eu sou, você não teria um pingo de ciúmes - comenta
- Eu gosto desse joguinho de ciúme - digo
Ela tira um baseado do bolso, tira um isqueiro do outro, põe o baseado entre os lábios e acende.
- Eu namorei poucas vezes na minha vida, me apaixonei verdadeiramente menos vezes ainda, me apeguei a um número bem menor do que você deve pensar. Eu cresci em barcos de pesca com meu pai que dizia que a melhor coisa da vida era se apaixonar e meu tio que dizia que a vida era curta de mais pra se perder em outra pessoa, eu não vou mentir e dizer que a ideia de liberdade do meu tio não me atraía, eu escolhi por muito tempo me apegar mais a esse espírito de liberdade - ela da um trago e depois torna a falar - só que hoje eu sou um ser genuinamente livre que por livre e espontânea vontade prefere viver grudado em você do que levar a vida singular que eu valorizei por tanto tempo.
Um silêncio se impõe no ambiente.
- Eu ainda sou livre, mas eu sinto uma liberdade maior quando tô presa a você, entende agora o quão louca por você eu sou? - ela faz uma pergunta que eu entendo como retórica
Eu fiquei um tanto perplexa com a fala dela, percebendo isso ela se aproxima de mim e me rouba um beijo que me deixa entorpecida de alguma forma.
Quando ela se afasta de mim, eu dou aquele mesmo sorriso sem-graça.
"Vai doer demais quando ela for embora" é o que passa na minha mente.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Teenage Heartbreak
FanfictionRobin oficialmente desiste do amor, após tantas desilusões ela simplesmente desiste de se apaixonar. Tudo muda quando Riley chega na cidade e passa a ser colega de sala de Robin. Talvez Robin não odeie tanto o amor.