Amor com data marcada - L7nnon

4 | Ponta do iceberg

Catarina Narrando

📍Búzios, Rio de Janeiro.
🗓 Segunda-feira, 3 de janeiro, 2022.

Observava a chuva cair lá fora enquanto tentava organizar a bagunça enorme que o Lennon deixou no quarto.

Esse garoto tem um sério problema com organização, ele não consegue deixar NADA no lugar, tudo que ele toca vira uma zona.

— pra quem não queria usar a corrente não tira mais do pescoço né?

Parei de dobrar minhas roupas e encarei o cantor que encostado na porta do quarto me observando enquanto segurava uma garrafinha de matte.

3 dias com ele e já percebi que ele é viciado nessa bebida e também em gatorade, enquanto seus amigos enchiam a cara de álcool o dia inteiro ele se enchia de chá.

— toma isso aqui — falei enquanto tentava tirar o cordão do pescoço, mas falhei assim como em todas as outras vezes que tentei arrancar.

E olha que eu tentei muito.

— pode ficar — ele entrou completamente no quarto e encostou a porta.

— eu não quero ficar com isso

— combinou com você, pô — deu um sorrisinho.

— sim, só faltou uma corda pra você prender e sair passeando comigo por aí

— não seria má ideia

— babaca — taquei um travesseiro nele que gargalhou — tira aqui, Lennon

Ele me ignorou e pegou o controle da tv se jogando na cama - que eu acabei de arrumar - em seguida e o encarei com tédio.

— eu acabei de arrumar essa cama, Lseven

— não entendo pra que arrumar cama se vamo deitar de novo

— isso é frase de preguiçoso

— frase de pessoas que gostam de facilitar a vida

— me poupe vai

— quer assistir filme?

— não tem nada melhor pra gente fazer?

Ele virou o pescoço pra me olhar e um sorriso maroto brotou nos seus lábios que estavam umedecidos.

Não dá pra negar que o desgraçado é muito bonito e tem um sorriso de tirar o fôlego e sem contar no maxilar perfeitamente marcado.

— você não se toca né?

— você pode fazer isso por mim

Olhei seu rosto tentando achar o mínimo de brincadeira nessa frase, mas falhei, ele realmente parecia estar falando sério.

— quando você virou um babaca?

— é brincadeira, ninoca, relaxa

— toda brincadeira tem um fundo de verdade

— se eu falar que sim, você vai fazer? — sorriu novamente.

— cara, você tá há quanto tempo sem transar?

— dois meses? — torceu o lábio e ficou meio pensativo — é por aí — deu de ombros — e você?

Abri a boca pra responder, mas fechei em seguida me repreendendo, se eu falasse que estava há um ano sem transar ele ia pegar no meu pé até esse acordo ridículo acabar.

— deixa eu escolher o filme — mudei de assunto enquanto me sentava do seu lado.

— não pô, responde