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Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.
Coloquei o último prato no escorredor e olhei o tio Rafa que analisava a nova coleção da minha loja enquanto degustava uma taça de vinho.
— como andam as coisas entre você e o Lennon?
— pensei que você tinha vindo aqui pra ver minha coleção nova
— fofocar sobre sua vida também — me encarou e revirei os olhos.
— não temos outro assunto que não seja o L7?
— tem outro homem na sua vida?
— não
— então não temos
— que saco hein
— quero saber de tudo, atualiza seu tio
— por que não falamos do mucilon que você tá pegando?
— ele não é tão importante quanto o rapper que tá quase implorando pra ficar com você
— implorando? — gargalhei.
— não se faz Catarina
— ele tem cuidado de mim — murmurei enquanto secava minhas mãos.
— isso é bom — sorriu — eu acho ele um amorzinho
— esses dias eu quase pedi pra ele dormir comigo
— mentira? — arregalou os olhos e ri — dormir mesmo ou...
— dormir mesmo, tio
— por que quase?
— eu perdi a coragem — sussurrei.
— oh, minha pitica
— eu fico repetindo pra mim mesma que ele não vai me fazer mal, mas... — suspirei — sei lá, é tão confuso
Uma parte de mim quer muito ele por perto, quer muito que ele continue tentando quebrar essa barreira que nos separa, mas a outra parte só quer fugir dele.
— não precisa ficar se culpando por isso, tenho certeza que ele vai ser muito paciente com você
— espero que sim — murmurei.
— você age assim por impulso, Nina, no fundo você sabe que ele seria incapaz de te fazer mal, você sente tanto isso que continua querendo ele por perto
— tanto faz
— para de se fazer, Catarina — riu — tá estampado na sua cara que você morre de medo de perder ele
— a gente só tem medo de perder o que é nosso e ele não é meu
— ele ainda — enfatizou — não é seu
— vamo mudar de assunto? — resmunguei.
— você precisa quebrar essa barreira. Vai ser feliz, meu amor
