Capítulo 4 - A Cafeteria -

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Murilo -

24 de maio de 2022
Terça-feira
6:25 AM

Acordo com um insuportável som de despertador tocando em meus ouvidos, desligo ele e volto a dormir; e é claro que eu não consigo, porque aparentemente o vizinho decidiu mudar a decoração, "quem em plena manhã logo cedo, começa a bater pregos na parede?". Fico deitado na cama, pensando no longo dia que iria vir pela frente; uma brisa entra pela janela e é aí que a preguiça não me deixa sair do quentinho da minha cama.

Depois de muita enrolação, me levanto e vou tomar um banho do qual eu me arrependo, a água estava mais fria do que a diretora. Quando saí do banho notei que meu celular havia vibrado, era o Ed perguntando se estava tudo certo para nos encontrarmos na cafeteria, mandei um joinha confirmando.

***

6:50 AM

Atravessei a rua da cafeteria que ele tinha me mandado a localização, e quando estava me aproximando da porta de entrada, avistei o Ed acenando para mim.

— Hey boy, que rápido hein! Você mora perto daqui? — indagou ele, surpreso.

— Sim, por isso cheguei tão rápido.

— Bom, então vamos entrar? — Concordei com a cabeça.

Entramos na cafeteria e era um ambiente bem tranquilo e acolhedor, fomos até o balcão e fizemos o nosso pedido, optei por um expresso enquanto ele por um café preto. Nos sentamos próximo à enorme janela que dava de frente para a rua, que estava bem movimentada.

— O que está achando da escola até agora? — perguntou ele, tomando um gole do seu café.

— Bom, não é todo o dia que se consegue um emprego em uma das melhores escolas. — Paro um pouco para tomar meu café. — Claro que existem aquelas turmas chatinhas, tipo os sétimos anos, — ele deu uma risadinha. — mas vou me acostumar; quanto os professores... — acabei hesitando nessa hora — eles são bem legais.

— Humm... — ele semicerrou os olhos como estivesse lendo a minha mente. — Legais? — ele arqueou uma das sobrancelhas com um sorrisinho.

— Tá... para ser sincero, não fui muito com a cara de alguns professores.

— Já imagino quais sejam, mas diga mesmo assim.

— Jair!

Ele sorriu de canto.

— Ontem eu fui pedir algumas dicas para ele, o cara cagou para a minha existência.

— Ele tá com inveja por perder o cargo para você...

— Além dele, também tem aquela professora de português, Raquel o nome dela, se não me engano...

— Raquelzinha é um amor. — ele riu.

— E ainda por cima, ela me lembra aquela velha do filme Monstros S.A. — Ele riu tão alto que algumas pessoas passaram olhando para nós.

— Já escutei muitas coisas dela, mas isso foi o ápice! — disse ele ainda rindo.

***

7:10 AM

Conversamos mais um pouco e fomos para a escola que era bem perto dali. Entramos e fomos cumprimentados por alguns alunos que iam passando, seguimos para o bloco administrativo em direção à sala dos professores, notei que meu cadarço estava desamarrado, então pedi para que o Ed fosse na frente.

Se Não Fosse ElesOnde histórias criam vida. Descubra agora