Capítulo 31 - Férias -

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- Murilo -

13 de janeiro de 2023
Segunda-feira

Eu e Miguel de vez em quando nos encontrávamos na praça, já que ele tá jogando vôlei lá e eu ficava passeando com o Beethoven. Nos momentos em que conversávamos, acabamos nos aproximando um pouco mais.

Nessa tarde de segunda-feira, aproveitei que o tempo estava agradável e fui passear com Beethoven, é claro que isso só foi uma desculpa para ver se eu encontrava ele. 

E foi exatamente isso que aconteceu, encontrei Miguel sentado em um banco e ele parecia estar esperando alguém. Quando ele me viu, logo abriu um sorriso, não sei se foi para mim ou se foi porque Beethoven partiu para cima dele sem pensar duas vezes.

Perguntei se ele estava esperando por alguém e ele respondeu que não, que ele estava ali de passagem e resolveu sentar para apreciar um pouco o movimento.

Resolvemos dar uma volta pela praça e ficamos conversando assuntos aleatórios; até tomamos um sorvete no meio do caminho.

***

4:32 PM

Senti alguns pingos caírem sobre a minha pele, foi aí que notei que estava começando a chover, Miguel pegou em minha mão e eu fiquei sem reação, até eu perceber o que ele estava fazendo. Ele me puxou para irmos a um lugar que tenha coberta para não levarmos chuva.

— Às vezes eu não entendo o clima desse lugar. — Miguel falou se encostando na parede e limpando as lentes do óculos.

Ficamos em frente a uma lanchonete que estava fechada.

— O céu tava limpinho ainda agora. — falei olhando para o céu que estava atualmente todo escuro.

Beethoven ficou latindo e eu tentava fazer ele parar.

— Colabora aí, Beethoven!

Miguel se aproximou e se abaixou para acariciá-lo. O cachorro imediatamente parou de latir. "Que bicho safado!"

— Solta ele um pouco. — Miguel falou.

— Tá doido? Capaz dele sair correndo.

— Ele parece tenso com algo.

Beethoven continuou latindo.

Olhei novamente para Miguel e revirei os olhos. Soltei a coleira e a mesma caiu sobre o meu pé, quando eu fiz isso, ele logo parou de latir e se deitou. Não tirei a minha atenção do cachorro só para ter garantia de que ele não iria aprontar. 

— Viu?

— Tá bom, especialista!

Ele sorriu.

Ficamos esperando a chuva passar, mas parece que ela sabia que estávamos despreparados e ela só aumentava. De vez em quando nós trocávamos olhares e nos aproximávamos cada vez mais.

Em um certo momento, eu fiquei um pouco arrepiado devido a uma brisa fria que veio na nossa direção. Olhei para Miguel e ele já estava me olhando, não se deu nem o trabalho de disfarçar, ele sorriu de canto.

Sinto alguma coisa passar correndo por entre nós dois e quase caio, Miguel me segurou e quando me deparo, Beethoven tinha saído correndo para uma poça de lama.

Miguel correu atrás dele e logo fui atrás dos dois, estava chovendo horrores. Por sorte, Miguel conseguiu pegar a coleira que estava solta, mas aí ele acabou caindo de joelhos e se sujando, principalmente quando Beethoven veio para cima dele e colocou suas patas no colo de Miguel, lambendo-o logo em seguida.

Se Não Fosse ElesOnde histórias criam vida. Descubra agora