6. Lembranças

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-Vocês não vão acreditar no que eu descobri -disse Kate assim que entramos na delegacia.

-Aqui não - eu a interrompi - vamos para minha sala.

Não podíamos correr o risco de alguém nos ver investigando esse caso. Se a capitã soubesse que tínhamos alguma pista sobre o que possa ter acontecido com Rick provavelmente isso colocaria nossos cargos em risco.

Caminhamos até minha sala, e assim que entramos nela fiz questão de fechar todas as persianas, fazendo com que ninguém conseguisse ver o que conversávamos lá dentro.

-Eu comecei a investigar sobre alguns casos do seu pai -disse Kate para Daniel- e descobri uma coisa. Parece que ele tinha um caso grande.

-O que poderia ser?

-Eu não consegui encontrar nenhum dos casos antigos do seu pai, é como se tudo tivesse sido apagado. -disse ela super empolgada - mas, através de um contato meu da federal eu consegui descobrir que o seu pai já teve um caso contra a prefeitura de Nova York. Parece que eles descobriram que um parque ambiental ia ser destruído para virar um shopping.

-Mas o que isso tem de mais? -Daniel perguntou.

-O que tem de mais? - eu respondi a Daniel - você sabe o quanto isso movimenta na economia da cidade? A prefeitura recebe milhões de dólares.

-Você tá querendo dizer que o assassinato do meu pai pode ter alguma coisa a ver com a alguém do governo?

-É o mais provável - disse Kate - seu pai com certeza descobriu alguma coisa.

-Você achou alguém com quem possamos falar sobre isso? - perguntei.

-Então, é aí que a coisa começa a ficar estranha. - disse Kate - No começo eu pensei estar viajando nas ideias, então pensei em procurar algum colega de trabalho do pai de Daniel, mas todas as pessoas é como se todas as pessoas que trabalharam no consultório de advocacia dele não existissem. Os únicos nomes que eu encontrei já estão todos mortos ou então saíram do país.

-Onde estamos nos metendo? - falei em voz baixa.

-Daniel? -disse Kate - seu pai não tinha nenhum computador? Uma pasta que ele guardava os casos deles? Sei lá, nada que possa ajudar?

-Infelizmente não - ele respondeu - depois que meu pai morreu minha mãe vendeu o escritório dele para um dos seus amigos de trabalho e ele deu continuidade nos casos só meu pai.

-Como assim? -disse Kate pensativa - se alguém deu continuidade aos casos em que seu pai trabalhava, por que motivos eu não consigo encontrar nada sobre nenhum caso dele? Eu precisei de um contato na federal para conseguir um arquivo que ainda por cima é quase impossível de entender pois está faltando várias partes.

Você acha que consegue o nome desse cara que comprou o escritório?  -perguntei a Daniel.

-Eu até consigo, só vai ser um pouco difícil tirar essa informação da minha mãe.

-Você acha que ela não te ajudaria no caso do seu pai? -perguntei.

-Eu acho que ela ajudaria, mas vai depender do estado que ela se encontra hoje.

-Desculpa, eu não entendi...

- Minha mãe está internada em uma clínica gente - disse ele evitando nós olhar - ela tem Alzheimer.

Caralho! Eu não podia acreditar mais nessa. Fiquei olhando para Daniel sem reação, eu não sabia como ele aguentava passar por tanta coisa assim sozinho.

-Se você não quiser fazer isso você não precisa - falei para Daniel.

-Relaxa, eu aguento.

-Tudo bem, mas eu vou com você - falei - não vou te deixar fazer isso sozinho.

Em nome da Lei [CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora