Capítulo 19

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Nesse capítulo contém conteúdo sexual
explícito ⚠️

                     Por Carla Rosón

Algum dia, o sexo com Samuel vai ser uma coisa corriqueira.

Tenho certeza disso.

Vamos conhecer tão bem o corpo um do outro que não vai restar nada mais a ser descoberto, e poderemos olhar para o acordo como um experimento, e tudo vai voltar a como era antes.

Mas esse dia não é hoje.

O beijo é um pouco hesitante a princípio. Testamos um ao outro para ver se está tudo bem mesmo, se temos certeza de que queremos jogar pela janela uma noite de sexo minuciosamente planejado.

Então sua língua toca a minha, e logo fica claro que está, sim, tudo bem.

Muito mais do que bem.

A mão de Samuel escorrega para debaixo da camiseta horrorosa que ele me fez vestir — aposto que está arrependido dessa decisão —, e sinto seu calor quando me puxa para mais perto.

Reproduzo o movimento dele, enfiando as mãos por baixo de sua camisa até encontrar suas costas, sentindo seu calor e o puxando para junto de mim.

E é perfeito.

Por mais que o beijo se estenda, não é o suficiente, longe disso. Quando ele começa a remexer com impaciência na bainha da minha camiseta levanto os braços e permito que a tire com muito mais facilidade do que quando colocou.

Ele solta um grunhido agradecido ao ver meu sutiã, que realmente é bonito. Em algum lugar no fundo da minha mente, me pergunto se o vesti mesmo para Glenn ou se desejei o tempo todo que fosse Samuel quem fizesse valer a grana investida na peça azul-marinho com lacinhos cor-de-rosa.

A boca de Samuel baixa para meu pescoço, e acho que o ouvi dizer meu nome, mas estou ocupada demais sentindo seus lábios e o delicioso arrepio que produzem.

Preciso dele sem roupa.

Quase arranco os botões de sua camisa com meus dedos desajeitados, mas ele não parece se incomodar. Quando termino, descubro uma camiseta idiota por baixo, que arranco com um pequeno grunhido de frustração.

Samuel abre um sorriso rápido e me beija antes de arrancar a última camada de tecido entre mim e seu peito nu.

Satisfeita, ponho as mãos em seus ombros e me inclino para a frente, beijando-o de leve por um brevíssimo momento antes de minha boca e meus dedos enlouquecerem, tocando cada pedaço de seu corpo quente que sou capaz de encontrar.

Ele ri da minha urgência quando minhas mãos descem para sua calça jeans.

-Nossa, Cá.

Em resposta, lanço um olhar que espero que seja lido como "tira logo a roupa toda" antes de ir para a cama, dando uma requebrada a mais.

Uma rápida olhada por cima do ombro confirma que ele está de olho em mim. A expressão faminta em seu rosto me encoraja a ser ousada.

Vou me movendo lentamente para o meio da cama, de quatro, e dou mais uma espiadinha por cima do ombro.

Samuel não precisa de mais incentivos. Tira a roupa em questão de segundos e vem atrás de mim, passando lentamente a mão pelos meus quadris e colocando o polegar debaixo do elástico da minha calcinha bem devagar.

-Nossa - ele murmura.

Sua mão passeia pelas minhas costas, depois vem para a frente, e então ele abre sem pressa meu sutiã, deixando as alças escorregarem pelos ombros.

Samuel põe a mão em meus seios antes mesmo que deixe o sutiã de lado. Solto um gemido de satisfação, porque seu toque é perfeito. Ele sabe que prefiro ser provocada de leve em vez de pega com força. Sabe exatamente quando fazer movimentos circulares, quando me apertar e quando beliscar de leve.

-Samuel - Minha voz sai em tom de súplica.

Ele responde passando a mão pela minha barriga e deslizando sem hesitação dentro da minha calcinha para enfiar um dedo em mim. Sua respiração está acelerada como a minha quando ele acrescenta outro dedo, fazendo minhas costas se arquearem em uma tentativa desesperada de mais proximidade.

Samuel continua mexendo os dedos por vários minutos torturantes até nós dois não aguentarmos mais. Ele pega uma camisinha na gaveta do criado-mudo em tempo recorde, e nem ao menos tira minha calcinha — simplesmente a puxa de lado e se posiciona.

Estou mais que pronta para ele, que entra em mim com uma única estocada suave.

Uma de suas mãos segura meus cabelos, puxando minha cabeça enquanto a outra agarra meu quadril e me mantém na posição enquanto entra e sai sem parar.

Meus dedos deslizam pela minha barriga, e o tesão é grande demais para eu ter vergonha de me tocar.

-Isso, Carla. Isso.

Então ele solta um grito agudo, e eu chego lá ao mesmo tempo, me apoiando nos cotovelos ao sentir os tremores me dominarem e me sacudirem inteira.

Sinto suas mãos nas minhas costas, seus dedos sobre minhas costelas, sua respiração pesada e quente contra minha pele úmida.

Instantes depois, ele desaparece (eu o treinei para ir jogar a camisinha no lixo do banheiro), e em sua ausência de alguma forma consigo me arrastar na cama e apoiar a cabeça no travesseiro, apesar de não ter energias para puxar as cobertas.

Ele reaparece e me surpreende se deitando ao meu lado.

Não que a gente não tenha dormido junto nenhuma vez nas últimas semanas, mas geralmente é uma situação de quase desmaio depois do sexo. Agora parece... diferente.

Uma coisa deliberada.

Ele cobre meu corpo e se encosta em mim. Fico com a estranha sensação de que Samuel quer dormir de conchinha...

E gosto disso.

Boa noite, Cacá - ele diz, com a voz sonolenta.

Sorrio, sentindo pela primeira vez no dia como se tudo estivesse bem no mundo.

Mas, quando estou prestes a pegar no sono, surge uma preocupação em minha mente.

Escapamos de uma boa hoje.

Mas ainda vamos ter que encarar o fato de que um dos dois em algum momento vai dormir com outra pessoa.

Ou não?

Mais que amigos - Samu e CarlaOnde histórias criam vida. Descubra agora