O filho é meu.

O engano

O médico levou Draco até sua sala, o loiro notou que o médico também estava estranho e isso o deixava cada vez com mais vontade de sair correndo.

Depois de entrar na sala a porta foi fechada e ambos os homens sentaram-se de frente um para o outro.

- o que está acontecendo? – Draco perguntou sem rodeios e o médico se assustou levemente com a direta.

- senhor Malfoy, primeiro preciso saber como você está se sentindo. – disse o doutor Soul.

- sinto que tem algo errado. Porque um auror me seguiu até aqui? – falou arisco.

- você fala do senhor Potter? Bem, ele não seguiu você até aqui, ele é um dos pacientes do doutor Gart, é natural que ele esteja aqui. – respondeu o médico e Draco estreitou os olhos.

- só isso? – perguntou desconfiado ainda.

- o senhor Potter procurou a clínica para fazer um tratamento diferente do seu, porém com o mesmo resultado. – Draco franziu a testa e o médico suspirou. – ele procurava uma barriga de aluguel para seu bebê. Recentemente ele encontrou uma doadora compatível, e por isso estavam fazendo todos os preparativos. Mas, uma das enfermeiras na hora de registrar os documentos do senhor Potter e da barriga de aluguel, cometeu um erro, e a fecundação que deveria acontecer na senhorita que seria a doadora foi feita em outra pessoa.

- espera... porque esta me falando isso? Eu não tenho nada a ver com isso. – disse Draco.

- você tem sim. – a porta se abriu em um rompante e as pessoas na sala olharam para o homem com rosto sério parado na porta. – é o meu filho que você está carregando.

- nem fodendo. – respondeu Draco se levantando tão rápido que a cadeira em que estava sentado caiu.

- este bebê é meu. – falou Harry entrando na sala e ficando a um palmo de distância do loiro.

- senhor Potter, senhor Malfoy, por favor, vamos manter a calma. – disse o médico temendo que os homens em sua sala arrumassem briga. – senhor Malfoy, porque não se senta. E senhor Potter, eu tenho certeza que podemos achar uma solução.

- isso é alguma pegadinha, não é? – disse Draco dando um riso seco. – não pode estar acontecendo isso.

- oh, Doutor Soul, senhor Potter. – Draco se virou para ver outro médico entrar com um sorriso no rosto, porém seus olhos expressavam o quanto estava descontente em ver o Malfoy. – e senhor Malfoy. Vejo que já começaram a conversar.

- Doutor Gart, eu gostaria de falar a sós com meu paciente. – disse o médico sentado, ele resistia a vontade de massagear as têmporas para aliviar a dor de cabeça.

- meu caro, o meu paciente está envolvido nisso e tem todo o direito de participar dessa conversa. – falou o outro com uma voz gentil que fez Draco querer vomitar.

- doutor Soul? – Draco o chamou e o médico encarou os olhos cinzentos de seu paciente.

Ele tratava Draco a tanto tempo que não tinha como não acabar criando uma simpatia pelo loiro. Draco Malfoy não era nada do que falavam as más bocas.

- Draco, preciso que entenda que uma situação como essa, é muito delicada. – começou o médico, com calma. – a enfermeira que errou os documentos, registrou o senhor como barriga de aluguel do senhor Potter. Neste caso, nós temos algumas solução para apresentar aos senhores.

- e quais seria elas? – Harry perguntou enquanto Draco se mantinha em silêncio olhando para um ponto fora da janela.

- a primeira, seria um dos senhores abrir mão do seu processo e deixar a criança ser gerada para o outro. – falou o doutor Soul.